domingo, 28 de fevereiro de 2010
num dia cinzento lembrar j. afonso (para clarear)
'muitos sóis e luas irão nascer
mais ondas na praia rebentar
já não tem sentido ter ou não ter
vivo com o meu ódio a mendigar
tenho muitos anos para sofrer
mais do que uma vida para andar
bebo o fel amargo até morrer
já não tenho pena sei esperar
a cobiça é fraca melhor dizer
a vida não presta para sonhar
minha luz dos olhos que eu vi nascer
num dia tão breve a clarear
as águas do rio são de correr
cada vez mais perto sem parar
sou como o morcego vejo sem ver
sou como o sossego sei esperar'
mais ondas na praia rebentar
já não tem sentido ter ou não ter
vivo com o meu ódio a mendigar
tenho muitos anos para sofrer
mais do que uma vida para andar
bebo o fel amargo até morrer
já não tenho pena sei esperar
a cobiça é fraca melhor dizer
a vida não presta para sonhar
minha luz dos olhos que eu vi nascer
num dia tão breve a clarear
as águas do rio são de correr
cada vez mais perto sem parar
sou como o morcego vejo sem ver
sou como o sossego sei esperar'
Morrer como um touro
O Ministério da Cultura resolveu criar uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura a pretexto de que lidar touros seria uma tradição cultural portuguesa a preservar. Mas a tradição é mais antiga, do tempo em que humanos e animais lutavam na arena para excitar os nervos da multidão com o sangue e a morte anunciada. A piedade, que é um valor mais antigo do que Cristo, veio, na sua interpretação cristã, salvar disto os humanos. Esqueceu-se, porém, dos animais.
Há um momento nas touradas em que o touro, muito ferido já pelas bandarilhas, o sangue a escorrer, cansado pelos cavalos e as capas, titubeia e parece ir desistir. Afasta-se para as tábuas. Cheira o céu. Vêm os homens e incitam-no. A multidão agita-se e delira com o sangue. O touro sabe que vai morrer. Só os imbecis podem pensar que os animais não sabem. Os empregados dos matadouros, profissionais da sensibilidade embaciada, conhecem o momento em que os animais “cheiram” a morte iminente. Por desespero, coragem ou raiva (não é o mesmo?), o touro arremete pela última vez. Em Espanha morre. Aqui, neste país de maricas, é levado lá para fora para, como é que se diz? ah sim: ser abatido. A multidão retira-se humanamente, portuguesmente, de barriga cheia de cultura portuguesa, na tradição milenar à qual nenhuma piedade chegou
Os toureiros têm pose que se fartam (e com a qual fartam toda a gente). Pose de hombre, pose de macho. Mas os riscos que de facto correm são infinitamente menores que a sorte que inevitavelmente espera os touros, que o sofrimento e a desorientação que infligem aos touros para o seu próprio prazer e o da multidão. Dá vontade de dizer que quem se porta assim, quem mostra orgulho de se portar assim, tem entre as pernas, e não apenas literalmente, órgãos bem mais pequenos que aqueles que os touros exibem. Os toureiros são corajosos mas entram na arena sabendo que haverá sempre quem os safe, senão à primeira colhida, então à segunda. Às vezes aleijam-se a sério e às vezes morrem, o que talvez prove que os deuses da Antiguidade são justos, vingativos e amigos de todos os animais por igual. Os touros, esses, não têm ninguém que os vá safar em situação de risco, estão absolutamente sós perante a morte. Querem os toureiros ser hombres até ao fim? Experimentem ser tão homens como eram os homens e os animais na Antiguidade: se ficarem no chão, fiquem no chão. Morram na arena. É cultura. A senhora ministra da Cultura certamente compensará tão antigo costume.
Também era da tradição, em Portugal por exemplo, executar em público os condenados, bater nas mulheres, escravizar pessoas. Foi assim durante milénios. Ninguém via mal nenhum nisso a não ser, confusamente, com dúvidas, as próprias vítimas. Até que a piedade, na sua interpretação moderna e laica, acabou com tão veneráveis tradições.
Que será preciso para acabar com a tradição da tourada? Que sobressalto do coração será necessário para despertar em nós a piedade pelos animais?
- Paulo Varela Gomes (Historiador), “Cartas do Interior”, Público, 27.02.2010, P2, p.3.
Se é inteligente e sensível e não quer que os seus impostos paguem a barbárie, assine a Petição contra a criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura. Mais de 5000 assinaturas em pouco mais de duas semanas:
www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=PETPPA
Há um momento nas touradas em que o touro, muito ferido já pelas bandarilhas, o sangue a escorrer, cansado pelos cavalos e as capas, titubeia e parece ir desistir. Afasta-se para as tábuas. Cheira o céu. Vêm os homens e incitam-no. A multidão agita-se e delira com o sangue. O touro sabe que vai morrer. Só os imbecis podem pensar que os animais não sabem. Os empregados dos matadouros, profissionais da sensibilidade embaciada, conhecem o momento em que os animais “cheiram” a morte iminente. Por desespero, coragem ou raiva (não é o mesmo?), o touro arremete pela última vez. Em Espanha morre. Aqui, neste país de maricas, é levado lá para fora para, como é que se diz? ah sim: ser abatido. A multidão retira-se humanamente, portuguesmente, de barriga cheia de cultura portuguesa, na tradição milenar à qual nenhuma piedade chegou
Os toureiros têm pose que se fartam (e com a qual fartam toda a gente). Pose de hombre, pose de macho. Mas os riscos que de facto correm são infinitamente menores que a sorte que inevitavelmente espera os touros, que o sofrimento e a desorientação que infligem aos touros para o seu próprio prazer e o da multidão. Dá vontade de dizer que quem se porta assim, quem mostra orgulho de se portar assim, tem entre as pernas, e não apenas literalmente, órgãos bem mais pequenos que aqueles que os touros exibem. Os toureiros são corajosos mas entram na arena sabendo que haverá sempre quem os safe, senão à primeira colhida, então à segunda. Às vezes aleijam-se a sério e às vezes morrem, o que talvez prove que os deuses da Antiguidade são justos, vingativos e amigos de todos os animais por igual. Os touros, esses, não têm ninguém que os vá safar em situação de risco, estão absolutamente sós perante a morte. Querem os toureiros ser hombres até ao fim? Experimentem ser tão homens como eram os homens e os animais na Antiguidade: se ficarem no chão, fiquem no chão. Morram na arena. É cultura. A senhora ministra da Cultura certamente compensará tão antigo costume.
Também era da tradição, em Portugal por exemplo, executar em público os condenados, bater nas mulheres, escravizar pessoas. Foi assim durante milénios. Ninguém via mal nenhum nisso a não ser, confusamente, com dúvidas, as próprias vítimas. Até que a piedade, na sua interpretação moderna e laica, acabou com tão veneráveis tradições.
Que será preciso para acabar com a tradição da tourada? Que sobressalto do coração será necessário para despertar em nós a piedade pelos animais?
- Paulo Varela Gomes (Historiador), “Cartas do Interior”, Público, 27.02.2010, P2, p.3.
Se é inteligente e sensível e não quer que os seus impostos paguem a barbárie, assine a Petição contra a criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura. Mais de 5000 assinaturas em pouco mais de duas semanas:
www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=PETPPA
Eu não sei o que sou / Eu não sou o que sei
alegre ceifeira
"Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões para cantar que a vida.
Ah, canta, canta sem razão!
O que em mim sente está pensando.
Derrama no meu coração a tua incerta voz ondeando!
Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso! Ó céu!
Ó campo! Ó canção! A ciência!
Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta e ceifa e a sua voz, cheia
De alegre e anónima viuvez,
Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.
Pesa tanto e a vida é tão breve!
Entrai por mim dentro!
Tornai Minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!"
Fernando Pessoa
sábado, 27 de fevereiro de 2010
copo da àgua
'sopra o vento,
sopra o vento lá fora
maior é o vento
que sopra no meu pensamento'
fp, o poeta bagaçeiro ( melhor que o zarolho).
sopra o vento lá fora
maior é o vento
que sopra no meu pensamento'
fp, o poeta bagaçeiro ( melhor que o zarolho).
"O tempo é a substância de que sou feito"
(Jorge Luís Borges, 1951, por Grete Stern)
"O tempo é a substância de que sou feito. O tempo é um rio que me arrasta, mas eu sou o rio; é um tigre que me destroça, mas eu sou o tigre; é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo"
- Jorge Luís Borges, "Nova Refutação do Tempo", Obras Completas, II, p.144.
Páginas de Filosofia: O problema do sentido da vida e os problemas da lógica
Páginas de Filosofia: O problema do sentido da vida e os problemas da lógica
O meu tempo está restringido por diversas ocupações e, por isso, não lhe pude responder antes, pelo que lhe peço me releve da aparente desatenção. Levo algum tempo, mais ou menos longo, a responder. O tema interessa-me sobremaneira. Problema é o tempo: como gerir aquele que nos resta uma vez cumpridas as normas irredutíveis estabelecidas pela natureza? Mas, este, é outro tema.
O «sentido da vida», disse, não é um problema, quer no seu signicado matemático quer na dificuldade de apontar um referente. E porquê? O que me pareceu quis significar, ajudar-me-á se não for este o seu pensamento, é que considera o «sentido» da vida um problema. Não o significado da Vida em si, algo que nos é evidente em nós e bem aí fora, mas a direcção, a flecha, o para onde? Qual o significado deste «onde»? Para que fim, objecto ou alvo? Pode a vida ser representada ou entendida como um trajecto? Um traço? Se for, quais as baias ou que espécie de força ou outra coisa, a guiam? As interrogações que ponho são testemunha da minha incerteza se aquilo que penso que sei, corresponde a algum saber ou mesmo à realidade, seja isso o que for. Reflicto sobre a vida e, curiosamente, não a sinto como um problema, nem ela nem sua suposta direcção. Sem dar por terminadas as minhas reflexões e sem suspender o juizo sobre as consequências, tenho-a entendido sempre como um não problema. Exactamente: nem a vida , nem o seu suposto «sentido» são um problema. Quaisquer dificuldades que se lhe queiram imputar são, notoriamente, exteriores a ela. São lhe atribuídas, exclusivamente, pelo Homem. Esta ideia conceptual sobre a Vida é extensa e exige muito espaço. Continuamos?
O meu tempo está restringido por diversas ocupações e, por isso, não lhe pude responder antes, pelo que lhe peço me releve da aparente desatenção. Levo algum tempo, mais ou menos longo, a responder. O tema interessa-me sobremaneira. Problema é o tempo: como gerir aquele que nos resta uma vez cumpridas as normas irredutíveis estabelecidas pela natureza? Mas, este, é outro tema.
O «sentido da vida», disse, não é um problema, quer no seu signicado matemático quer na dificuldade de apontar um referente. E porquê? O que me pareceu quis significar, ajudar-me-á se não for este o seu pensamento, é que considera o «sentido» da vida um problema. Não o significado da Vida em si, algo que nos é evidente em nós e bem aí fora, mas a direcção, a flecha, o para onde? Qual o significado deste «onde»? Para que fim, objecto ou alvo? Pode a vida ser representada ou entendida como um trajecto? Um traço? Se for, quais as baias ou que espécie de força ou outra coisa, a guiam? As interrogações que ponho são testemunha da minha incerteza se aquilo que penso que sei, corresponde a algum saber ou mesmo à realidade, seja isso o que for. Reflicto sobre a vida e, curiosamente, não a sinto como um problema, nem ela nem sua suposta direcção. Sem dar por terminadas as minhas reflexões e sem suspender o juizo sobre as consequências, tenho-a entendido sempre como um não problema. Exactamente: nem a vida , nem o seu suposto «sentido» são um problema. Quaisquer dificuldades que se lhe queiram imputar são, notoriamente, exteriores a ela. São lhe atribuídas, exclusivamente, pelo Homem. Esta ideia conceptual sobre a Vida é extensa e exige muito espaço. Continuamos?
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Ramos-Horta - a vergonha de um Nobel da Paz
Quando os interesses estratégicos ultrapassam a ética de responsabilidade internacional implicada pelo respeito dos Direitos Humanos, perde-se a consideração pelos que assumem esta postura ou, no mínimo, é legítima a dúvida sobre a sua autenticidade e honestidade motivacional em eventuais momentos em que os mesmos protagonistas possam ter apelado a causas desta dignidade.
É o caso de Ramos-Horta que, na qualidade de Presidente de Timor-Leste, afirmou, em declarações à Lusa, reconhecer "legitimidade à soberania chinesa em relação ao Tibete" apesar, disse, de admirar o Dalai-Lama por condenar actos de violência no território tibetano. As declarações de Ramos-Horta merecem o repúdio de todos os pacifistas do mundo, por várias razões: a) decorrerem de interesses estratégicos de natureza económica e comercial; b) serem proferidas por um homem que foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz; c) denotarem a hipocrisia na avaliação de situações em que se está ou não, pessoalmente envolvido... porque, até por evidentes razões históricas, Timor não merecia mais a independência do que a merece o Tibete.
A este propósito, relembro, por um lado, que a ONU, em 3 Resoluções datadas, respectivamente, de 1959, 1961 e 1965, reconheceu os tibetanos como "privados do seu direito à auto-determinação" e que, por outro lado, a impossibilidade de, até hoje, o Tibete ser internacionalmente reconhecido como nação soberana, se deve, exclusivamente, à correlação de forças e interesses dos vários países em relação à China... apesar de toda a violência a que o seu povo tem sido sujeito pelas autoridades chinesas! Para ostensiva violação dos Direitos Humanos já bastava... escusava Ramos-Horta de vir fazer o favor ao Governo Chinês de, como Presidente de um país, se prestar a fazer declarações deste inqualificável teor, apenas e só para, a troco de algumas vantagens económicas a preço de saldo, os chineses exibirem a relativização do apoio de Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, à causa tibetana.
Publicado por Ana Paula Fitas em:
anapaulafitas.blogspot.com
CHEIAS DO DIA-A-DIA
a mulher estava cheia de dores -devia ser reumático
o lojista de esquina estava cheio de dívidas
o crente na Igreja - cheio de dúvidas
o cão tinha as orelhas cheias de carraças
o gaiato ia para a Escola todos os dias cheio de frio
os eleitores estavam cheios de promessas por cumprir
a velhota estava cheia do inverno que nunca mais findava
com a filosofia resisti para lutar
'o sofrimento sempre renovado dos homens o seu protesto recriado, a sua luta sempre renovada. tudo seria vão porque o sofrimento é eterno, e as revoluções não sobrevivem às suas vitórias. mas o sucesso de uma revolução só reside nela própria, precisamente nas vibrações, nos enlaces, na abertura que deu aos homens no momento em que se fazia.'
gd
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Entrevista dada por Isabel Rosete ao "Diário de Aveiro"(18/02/2010)
Realrosete: Jornalista Carla Real
“A Filosofia devia ser um dos pilares da política”
Isabel Rosete, cuja vida tem sido dedicada à Filosofia, é autora de várias obras poético-literárias, preparando-se para publicar outras três em breve
Carla Real
Com 45 anos, Isabel Rosete, de Aveiro, possui um mestrado em “Estética e Filosofia da Arte”, é doutoranda na mesma área. Professora de Filosofia, é também responsável pela publicação de várias obras poético-literárias e de cariz científico.
Porque decidiu enveredar pela área da Filosofia?
A Filosofia tornou-se uma verdadeira paixão (eterna), desde o meu 11.o ano. Tive a sorte de me ter cruzado, nessa altura, com dois professores extraordinários, que, até hoje, recordo como autênticos modelos do que é ser, de facto, professor de Filosofia: sabiam o que é a Filosofia, qual a sua real utilidade e como a ensinar, devidamente, aos adolescentes em formação pessoal e social continuada.
Mostraram-me como a Filosofia é absolutamente imprescindível na vida quotidiana, porque só fala do que é e de quem é o Homem, do seu ser e do seu estar consigo mesmo, com os outros homens, com a Natureza e com o Universo; que é essa radical e abrangente área do saber que mostra todas as coisas tal como são na sua autenticidade, rompendo os ignóbeis véus das aparências, sem preconceitos de qualquer espécie, quais cancros que minam, cada vez mais, a sociedade presente, lamentavelmente afastada das lides filosóficas.
Demonstraram-me que a Filosofia é, primeiro: a própria vida em todas as dimensões, e que, por conseguinte, viver sem ela, não é propriamente viver, mas, tão-só, sobreviver de olhos cegos e ouvidos surdos; e segundo: o maior e mais nutritivo alimento do espírito, do pensamento, a que, afinal, nós, Homens, nos reduzimos, sem esses abstraccionismos linguísticos ou conceptuais que lhe costumam atribuir.
E a Psicologia? Quando aparece?
A Psicologia surgiu por arrastamento, embora como um complemento integrante e indispensável da própria Filosofia, sempre com ela interseccionada. Esta outra paixão (também eterna e em crescendo), surgiu quando frequentava o 10.o ano. E, tal como a paixão pela Filosofia, intensificou-se profundamente enquanto cursava a licenciatura de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde tive o privilégio de ser aluna de grandes mestres, de conviver com verdadeiros professores, igualmente modelos de docência, a quem devo tudo o que sei e sou hoje.
A Isabel destaca-se pela forma peculiar como aborda a cadeira de Filosofia, muitas vezes considerada “monótona” pelos alunos. Como faz para os cativar para essas matérias?
Transmitindo-lhes o entusiasmo, plenamente vivo e sentido que, em mim, a Filosofia fez emergir, pela sua irredutível necessidade e utilidade permanente. A Filosofia, que só deve ser leccionada pelos profissionais portadores da convicção do ser filósofo e não por aqueles apanhados pelas negras malhas que regem o docente-funcionário público, “cumpridor” de programas para as estatísticas, é um bálsamo para as novas mentes em formação, e não mais uma actividade supérflua ou um conjunto de ideias abstractas reservadas a uma determinada elite.
Esse cliché de que a Filosofia é “abstracta” surgiu daqueles que subverteram a sua essência em virtude de uma leccionação “monótona”, resultante, não da Filosofia em si, mas de um mero e terrível papaguear de conhecimentos exclusivamente a partir de um manual escolar, sem criatividade de materiais e de estratégias didácticas que estimulem os alunos para o crucial acto de pensar.
O Portugal de hoje é um exemplo, “claramente visto”, da ausência desta atitude nos políticos que nos (des)governam. Esta é uma constatação convicta da real e urgente necessidade da Filosofia como um dos pilares fundamentais onde a política deve alicerçar-se.
O verdadeiro professor de Filosofia é, por essência, um pedagogo, um guia, um orientador que auxilia os alunos nos respectivos partos intelectuais, que os estimula a parir ideias que, nas suas mentes, estavam em estado de latência e que, por esta forma de amor à sabedoria, são espicaçadas e, então, brotam para o estado manifesto.
Descreva, sucintamente, as obras poético-literárias que publicou até agora.
São obras de cariz eminentemente filosófico. Aliás, devo confessar-lhe que foi justamente a Filosofia, assim sentida e vivida, que me abriu o caminho para a poesia, para a prosa poética e para a literatura. Estas sementes começaram a germinar com mais visibilidade aquando da feitura do curso de mestrado em “Estética e Filosofia da Arte” e, sobretudo, durante as investigações realizadas para a tese de Doutoramento em curso, dedicada – a partir do pensamento de Martin Heidegger – à poesia e ao canto dos poetas, perspectivado ecologicamente.
Concebe-se a poesia enquanto forma privilegiada da arte se dar (para Heidegger, e para mim também, toda arte é poesia), como a forma explícita de salvaguarda da Terra, como o grande grito universal do pensamento contra as investidas do projecto da ciência-técnica modernas que minam e corrompem a Natureza, provocando constantes desequilíbrios eco-sistemáticos. E, deste modo, como meio de alerta para a necessidade de se redimensionar e reestruturar uma outra humanidade, cujo pensamento não seja mais inconsciente e calculista, e cujas mãos não sejam mais exterminadoras.
Cada obra minha publicada em antologias poético-literárias nacionais e internacionais, exprime estas preocupações, esta minha forma de auscultar o mundo humanamente e em plena harmonia com a Natureza, onde me integro ou não, completamente, quer me refira a “Vide-Verso”, “Roda Mundo 2008”, “Poiesis” ou “Roteiro(s) da Alma”.
Nelas, pode ler-se, entre outras, “Quantos são os mistérios da escrita”, “Nas montanhas do coração” (ensaio sobre o poeta alemão Rainer Maria Rilke), “Advém o turbilhão dos sentidos”, Ouso ousar o tudo”, “Abomino o egocentrismo”…
Qual o tema dominante na sua escrita?
Movo-me por vários temas e autores, de âmbito muito diverso. Tanto escrevo sobre Heidegger, Nietzsche, Kant, Platão, Freud ou Piaget, no âmbito da Filosofia /Psicologia, ou sobre Vergílio Ferreira, Fernando Pessoa(s), Padre António Vieira, Rainer Maria Rilke ou Holderlin, nos domínios da literatura e da poesia.
Talvez por influência dos assuntos centralmente abordados por estes autores, que venho estudando ao longo de todos estes anos, escreva, com particular incidência, sobre a vida e a morte, sobre o estado actual da Humanidade e da Natureza, sobre a linguagem, o pensamento e o acto de escrever, sobre o amor, o mistério, a criatividade, a arte ou a identidade, a hipocrisia, os preconceitos e a inveja, que muito me atormentam…
Como caracteriza a sua próxima obra “Vozes do Pensamento – Uma Obra para Espíritos Críticos”, cujo lançamento está previsto para o próximo mês?
Esta obra, a primeira individual que publico em Portugal, composta por duas partes, “Interiores” e “Versões de Mundos”, exterioriza, precisamente, e como o próprio título indica, as vozes que há muito ecoam dentro do meu pensamento, que viaja, por vezes, hiperbolicamente, por todos os lugares, nessa eterna busca pela verdade e pela sabedoria, pelas essências das coisas que, amiúde, se nos ocultam. Talvez esteja a fazer Filosofia através da poesia, como sugerem alguns dos meus leitores.
São pensamentos dispersos, vividos e por viver, projectados, sonhados ou recordados, sobre temas que o meu pensamento foi ditando e as minhas mãos escreveram.
Trata-se de um desabafo da minha alma e do meu corpo sobre mim mesma, e sobre o mundo, tal como ele é e se me apresenta em todas as suas dimensões que, quiçá, corresponde a muitos desabafos da grande generalidade dos seres humanos.
É um livro intimista, onde podem ler-me, integralmente, na mais pura transparência do meu (vosso!?) ser e existir, pensar e sentir. Também altruísta, onde os actos ignóbeis dos homens são condenados, dos pontos de vista ético, social e político, e os seus nobre feitos celebrados.
Nada mais vou adiantar sobre este livro, para que os meus eventuais leitores (espero que sejam muitos), adolescentes, jovens e adultos, descubram, por si próprios, o espírito que o percorre e, quiçá, nele se vejam ou revejam, como num espelho, e se redescubram, sem narcisismo.
Estas “Vozes” ainda não se silenciaram. Far-se-ão ouvir, ainda mais alargadamente, nos meus próximos três livros, já no prelo: “Entre-Corpos”, “Fluxos da Memória” e “Mundos do Ser e do Não-Ser”.
LEGENDA DR: “Lamentavelmente, a sociedade actual está afastada das lides filosóficas”
FIM
“A Filosofia devia ser um dos pilares da política”
Isabel Rosete, cuja vida tem sido dedicada à Filosofia, é autora de várias obras poético-literárias, preparando-se para publicar outras três em breve
Carla Real
Com 45 anos, Isabel Rosete, de Aveiro, possui um mestrado em “Estética e Filosofia da Arte”, é doutoranda na mesma área. Professora de Filosofia, é também responsável pela publicação de várias obras poético-literárias e de cariz científico.
Porque decidiu enveredar pela área da Filosofia?
A Filosofia tornou-se uma verdadeira paixão (eterna), desde o meu 11.o ano. Tive a sorte de me ter cruzado, nessa altura, com dois professores extraordinários, que, até hoje, recordo como autênticos modelos do que é ser, de facto, professor de Filosofia: sabiam o que é a Filosofia, qual a sua real utilidade e como a ensinar, devidamente, aos adolescentes em formação pessoal e social continuada.
Mostraram-me como a Filosofia é absolutamente imprescindível na vida quotidiana, porque só fala do que é e de quem é o Homem, do seu ser e do seu estar consigo mesmo, com os outros homens, com a Natureza e com o Universo; que é essa radical e abrangente área do saber que mostra todas as coisas tal como são na sua autenticidade, rompendo os ignóbeis véus das aparências, sem preconceitos de qualquer espécie, quais cancros que minam, cada vez mais, a sociedade presente, lamentavelmente afastada das lides filosóficas.
Demonstraram-me que a Filosofia é, primeiro: a própria vida em todas as dimensões, e que, por conseguinte, viver sem ela, não é propriamente viver, mas, tão-só, sobreviver de olhos cegos e ouvidos surdos; e segundo: o maior e mais nutritivo alimento do espírito, do pensamento, a que, afinal, nós, Homens, nos reduzimos, sem esses abstraccionismos linguísticos ou conceptuais que lhe costumam atribuir.
E a Psicologia? Quando aparece?
A Psicologia surgiu por arrastamento, embora como um complemento integrante e indispensável da própria Filosofia, sempre com ela interseccionada. Esta outra paixão (também eterna e em crescendo), surgiu quando frequentava o 10.o ano. E, tal como a paixão pela Filosofia, intensificou-se profundamente enquanto cursava a licenciatura de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde tive o privilégio de ser aluna de grandes mestres, de conviver com verdadeiros professores, igualmente modelos de docência, a quem devo tudo o que sei e sou hoje.
A Isabel destaca-se pela forma peculiar como aborda a cadeira de Filosofia, muitas vezes considerada “monótona” pelos alunos. Como faz para os cativar para essas matérias?
Transmitindo-lhes o entusiasmo, plenamente vivo e sentido que, em mim, a Filosofia fez emergir, pela sua irredutível necessidade e utilidade permanente. A Filosofia, que só deve ser leccionada pelos profissionais portadores da convicção do ser filósofo e não por aqueles apanhados pelas negras malhas que regem o docente-funcionário público, “cumpridor” de programas para as estatísticas, é um bálsamo para as novas mentes em formação, e não mais uma actividade supérflua ou um conjunto de ideias abstractas reservadas a uma determinada elite.
Esse cliché de que a Filosofia é “abstracta” surgiu daqueles que subverteram a sua essência em virtude de uma leccionação “monótona”, resultante, não da Filosofia em si, mas de um mero e terrível papaguear de conhecimentos exclusivamente a partir de um manual escolar, sem criatividade de materiais e de estratégias didácticas que estimulem os alunos para o crucial acto de pensar.
O Portugal de hoje é um exemplo, “claramente visto”, da ausência desta atitude nos políticos que nos (des)governam. Esta é uma constatação convicta da real e urgente necessidade da Filosofia como um dos pilares fundamentais onde a política deve alicerçar-se.
O verdadeiro professor de Filosofia é, por essência, um pedagogo, um guia, um orientador que auxilia os alunos nos respectivos partos intelectuais, que os estimula a parir ideias que, nas suas mentes, estavam em estado de latência e que, por esta forma de amor à sabedoria, são espicaçadas e, então, brotam para o estado manifesto.
Descreva, sucintamente, as obras poético-literárias que publicou até agora.
São obras de cariz eminentemente filosófico. Aliás, devo confessar-lhe que foi justamente a Filosofia, assim sentida e vivida, que me abriu o caminho para a poesia, para a prosa poética e para a literatura. Estas sementes começaram a germinar com mais visibilidade aquando da feitura do curso de mestrado em “Estética e Filosofia da Arte” e, sobretudo, durante as investigações realizadas para a tese de Doutoramento em curso, dedicada – a partir do pensamento de Martin Heidegger – à poesia e ao canto dos poetas, perspectivado ecologicamente.
Concebe-se a poesia enquanto forma privilegiada da arte se dar (para Heidegger, e para mim também, toda arte é poesia), como a forma explícita de salvaguarda da Terra, como o grande grito universal do pensamento contra as investidas do projecto da ciência-técnica modernas que minam e corrompem a Natureza, provocando constantes desequilíbrios eco-sistemáticos. E, deste modo, como meio de alerta para a necessidade de se redimensionar e reestruturar uma outra humanidade, cujo pensamento não seja mais inconsciente e calculista, e cujas mãos não sejam mais exterminadoras.
Cada obra minha publicada em antologias poético-literárias nacionais e internacionais, exprime estas preocupações, esta minha forma de auscultar o mundo humanamente e em plena harmonia com a Natureza, onde me integro ou não, completamente, quer me refira a “Vide-Verso”, “Roda Mundo 2008”, “Poiesis” ou “Roteiro(s) da Alma”.
Nelas, pode ler-se, entre outras, “Quantos são os mistérios da escrita”, “Nas montanhas do coração” (ensaio sobre o poeta alemão Rainer Maria Rilke), “Advém o turbilhão dos sentidos”, Ouso ousar o tudo”, “Abomino o egocentrismo”…
Qual o tema dominante na sua escrita?
Movo-me por vários temas e autores, de âmbito muito diverso. Tanto escrevo sobre Heidegger, Nietzsche, Kant, Platão, Freud ou Piaget, no âmbito da Filosofia /Psicologia, ou sobre Vergílio Ferreira, Fernando Pessoa(s), Padre António Vieira, Rainer Maria Rilke ou Holderlin, nos domínios da literatura e da poesia.
Talvez por influência dos assuntos centralmente abordados por estes autores, que venho estudando ao longo de todos estes anos, escreva, com particular incidência, sobre a vida e a morte, sobre o estado actual da Humanidade e da Natureza, sobre a linguagem, o pensamento e o acto de escrever, sobre o amor, o mistério, a criatividade, a arte ou a identidade, a hipocrisia, os preconceitos e a inveja, que muito me atormentam…
Como caracteriza a sua próxima obra “Vozes do Pensamento – Uma Obra para Espíritos Críticos”, cujo lançamento está previsto para o próximo mês?
Esta obra, a primeira individual que publico em Portugal, composta por duas partes, “Interiores” e “Versões de Mundos”, exterioriza, precisamente, e como o próprio título indica, as vozes que há muito ecoam dentro do meu pensamento, que viaja, por vezes, hiperbolicamente, por todos os lugares, nessa eterna busca pela verdade e pela sabedoria, pelas essências das coisas que, amiúde, se nos ocultam. Talvez esteja a fazer Filosofia através da poesia, como sugerem alguns dos meus leitores.
São pensamentos dispersos, vividos e por viver, projectados, sonhados ou recordados, sobre temas que o meu pensamento foi ditando e as minhas mãos escreveram.
Trata-se de um desabafo da minha alma e do meu corpo sobre mim mesma, e sobre o mundo, tal como ele é e se me apresenta em todas as suas dimensões que, quiçá, corresponde a muitos desabafos da grande generalidade dos seres humanos.
É um livro intimista, onde podem ler-me, integralmente, na mais pura transparência do meu (vosso!?) ser e existir, pensar e sentir. Também altruísta, onde os actos ignóbeis dos homens são condenados, dos pontos de vista ético, social e político, e os seus nobre feitos celebrados.
Nada mais vou adiantar sobre este livro, para que os meus eventuais leitores (espero que sejam muitos), adolescentes, jovens e adultos, descubram, por si próprios, o espírito que o percorre e, quiçá, nele se vejam ou revejam, como num espelho, e se redescubram, sem narcisismo.
Estas “Vozes” ainda não se silenciaram. Far-se-ão ouvir, ainda mais alargadamente, nos meus próximos três livros, já no prelo: “Entre-Corpos”, “Fluxos da Memória” e “Mundos do Ser e do Não-Ser”.
LEGENDA DR: “Lamentavelmente, a sociedade actual está afastada das lides filosóficas”
FIM
Jornal OUTRO - um outro olhar sobre quem somos
http://jornaloutro.blogspot.com/
Missão: Os autores de Outro dão prioridade às notícias que podem influenciar as decisões tomadas hoje, agora e que podem resultar numa sociedade melhor.
O futuro da humanidade depende de encontrarmos respostas para as grandes questões que no início do século XXI se nos depararam: melhorar o sistema de educação, encontrar formas alternativas de energia, desenvolver um sistema económico mais humano e assente em princípios que não meramente o lucro, iniciar a utilização responsável dos recursos da Terra, repensar toda a ética, incluindo a ética ambiental e animal, voltar a colocar o sistema político na vida dos cidadãos, encontrar forma de libertar a ciência e as artes de interesses económicos egoístas.
Terminar todas as guerras, iniciar um diálogo construtivo entre todos os povos, limpar os cursos de água e os mares, recuperar as terras para uma nova agricultura, mais saudável, arquitectar cidades mais naturais e que abracem jardins e luz... uma utopia? Talvez.
Mas se analisarmos criteriosamente o que se passa no mundo, para além das tragédias, como as guerras, a fome, as doenças, a corrupção, que fazem as primeiras páginas de todos os jornais, encontramos pessoas, empresas, universidades, associações, institutos, que estão a trabalhar para concretizar essa visão.
E são essas notícias que recolhemos para si. Não as produzimos, embora possamos comentá-las, por vezes. Seleccionamos o melhor do que é Ser Humano. O mundo pode ser, de facto, um lugar melhor.
Basta que o Outro, em nós, desperte.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
alfazema
Quero escrever um poema
Um poema não sei de quê
…
Quero escrever um poema
Como quem escreve o momento
Cheiro de terra molhada
Abril com chuva por dentro
E este ramo de alfazema
Por sobre a tua almofada
Quero escrever um poema
Que seja de tudo ou nada
Um poema não sei de quê
Que traga a notícia louca
Da história que ninguém crê
Ou esta afta na boca
Esta noite sem sentido
Coisa pouca coisa pouca
Tão aquém do pressentido
Que me dói não sei porquê
…
Quero um poema que diga
Que nada há que dizer
Senão que a noite castiga
Quem procura uma cantiga
Que não é de adormecer
…
E com ele então dizer
O meu poema está feito
Não sei de quê nem sobre quê
…
Quero o poema perfeito
Que ninguém há-de escrever
Que venha como um destino
Às de copas às de espadas
Que venha para viver
Que venha para morrer
Se tiver que ser será
E não há cartas marcadas
Só assim poderá ser
O poema que não há.”
Excerto do poema: “Balada do Poema que não Há”, Manuel Alegre
(Des)Acordo ortográfico
RETRATAÇÃO
exigiram à mulher que se retratasse
e a mulher pegou
no rouge e no bâton
saiu à Rua retocando os lábios
e procurando aonde
era a
PHOTO MATON
o outro é a coisa. a obra de arte
'o ar guarda a agitação, o sopro e a luz do ano passado, e não depende mais de quem o respirava. se a arte conserva não é à maneira da indústria que acrescenta uma substância para fazer durar a coisa. a coisa tornou-se desde o início, independente do seu 'modelo', mas ela é independente também de outros personagens eventuais que são eles próprios coisas-artistas, personagens de pintura respirando este este ar de pintura.(...) e o criador, então? ela é independente do criador, pela auto-posição do criado, que se conserva em si. o que se conserva a coisa ou obra de arte, é um bloco de sensações, isto é um composto de perceptos e afectos.'
gd
(a todos os criadores que 'abancam' na serpente)
gd
(a todos os criadores que 'abancam' na serpente)
A civilização que imaginou Auschwitz
Published by Nuno Guerreiro Josuéat 2/18/2010 in Citações and História. "English" Translation
Estudar o nazismo não é a mesma coisa que estudar outro período histórico qualquer. Sem compreendermos este fenómeno nunca poderemos compreender o que foi o século XX. Mais: temos de saber que foi no mesmo país em que nasceu Bach que se imaginou Auschwitz, e que enquanto matavam judeus nos campos ouviam as suas composições para piano e faziam-no em nome da cultura alemã. Auschwitz foi construído em nome da civilização e contra uma suposta barbárie. Os nazis estavam convencidos de que eles é que eram os bons, os “decentes”. Himmler sempre utilizou essa linguagem, pois pedia aos seus homens para aguentarem esse trabalho “tão duro” que era o do assassínio em massa e, ao mesmo tempo, não se deixarem contaminar e manterem a sua “decência”. Auschwitz não foi um acidente, não foi apenas um excesso do nazismo, Auschwitz interroga-nos sobre o carácter da cultura e da modernidade. Auschwitz obriga-nos a pensar que temos de estar sempre conscientes de que a nossa capacidade para mudar o mundo e o poderio que nos dão as tecnologias têm de ser sempre balizados por referências morais muito fortes que evitem que a técnica sem moral conduza ao utilitarismo. Em Auschwitz escondem-se, condensam-se, todas as contradições das nossas sociedades modernas. Até a ideia de progresso, pois um médico como Mengele não se via como um criminoso, mas como alguém que procurava fazer avançar a ciência, que queria perceber as raízes biológicas dos comportamentos humanos e o fazia pelo método experimental.”
Ferran Gallego, historiador e autor do livro ‘Os Homens do Fuhrer: A Elite do Nacional-Socialismo 1919-1945‘ (Esfera dos Livros), em entrevista ao Ípsilon, edição de 12 de Fevereiro de 2010. (Citado por um voo cego a nada, via Mário Pires.)
Published by Nuno Guerreiro Josuéat 2/18/2010 in Citações and História. "English" Translation
Estudar o nazismo não é a mesma coisa que estudar outro período histórico qualquer. Sem compreendermos este fenómeno nunca poderemos compreender o que foi o século XX. Mais: temos de saber que foi no mesmo país em que nasceu Bach que se imaginou Auschwitz, e que enquanto matavam judeus nos campos ouviam as suas composições para piano e faziam-no em nome da cultura alemã. Auschwitz foi construído em nome da civilização e contra uma suposta barbárie. Os nazis estavam convencidos de que eles é que eram os bons, os “decentes”. Himmler sempre utilizou essa linguagem, pois pedia aos seus homens para aguentarem esse trabalho “tão duro” que era o do assassínio em massa e, ao mesmo tempo, não se deixarem contaminar e manterem a sua “decência”. Auschwitz não foi um acidente, não foi apenas um excesso do nazismo, Auschwitz interroga-nos sobre o carácter da cultura e da modernidade. Auschwitz obriga-nos a pensar que temos de estar sempre conscientes de que a nossa capacidade para mudar o mundo e o poderio que nos dão as tecnologias têm de ser sempre balizados por referências morais muito fortes que evitem que a técnica sem moral conduza ao utilitarismo. Em Auschwitz escondem-se, condensam-se, todas as contradições das nossas sociedades modernas. Até a ideia de progresso, pois um médico como Mengele não se via como um criminoso, mas como alguém que procurava fazer avançar a ciência, que queria perceber as raízes biológicas dos comportamentos humanos e o fazia pelo método experimental.”
Ferran Gallego, historiador e autor do livro ‘Os Homens do Fuhrer: A Elite do Nacional-Socialismo 1919-1945‘ (Esfera dos Livros), em entrevista ao Ípsilon, edição de 12 de Fevereiro de 2010. (Citado por um voo cego a nada, via Mário Pires.)
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
PPA exige revogação da criação da secção de tauromaquia no CNC e demissão da ministra Gabriela Canavilhas
Foi publicado na edição da passada Segunda-feira do Diário da República o despacho da ministra da Cultura Gabriela Canavilhas que oficializa a criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura. O Partido Pelos Animais vem por este meio manifestar o seu veemente repúdio por tal decisão, informando ainda que está neste momento activa uma petição contra a criação dessa secção (www.partidopelosanimais.com/peticaocontratauromaquia), que já angariou quase 4000 assinaturas em menos de duas semanas e através da qual pretendemos levar o tema a plenário na Assembleia da República, fomentando a sua discussão - que, tratando-se de uma questão, no mínimo, polémica, deveria ter sido previamente promovida pelo próprio Ministério da Cultura - e, esperamos, a reversão deste vergonhoso passo no sentido contrário ao do progresso ético e civilizacional que desejamos para o nosso país.
Porque é o abandono de tradições retrógradas e inadequadas que caracteriza a evolução das sociedades, a persistência de actividades tauromáquicas em Portugal embaraça-nos enquanto povo e o seu sancionamento como cultura ao mais alto nível indigna-nos enquanto seres humanos. Torturar animais, seres cientificamente reconhecidos como capazes de sentir dor, não é nem nunca poderá ser visto como uma manifestação de cultura.
A maioria silenciosa da população portuguesa concorda com a afirmação anterior e a celeridade e discrição com que se avançou para o estabelecimento desta nova secção do CNC indicia que a ministra da Cultura tem conhecimento desta realidade. Ainda assim, optou por uma decisão que não serve a cultura nem os cidadãos de Portugal, mas apenas os interesses eticamente condenáveis de uma minoria organizada da qual é sobejamente conhecido que a própria ministra faz parte.
O PPA considera que, num país onde 1/5 da população vive em situação de pobreza e mais de 10% da população activa está desempregada, direccionar dinheiros públicos para a tourada é uma afronta a todos os cidadãos. E num país onde as mais diversas áreas culturais sofrem de graves carências, onde significativa parte do património arquitectónico se encontra em ruínas, num país de onde jovens artistas se vêem forçados a sair em busca de locais onde se sintam reconhecidos e valorizados, a criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura é um insulto especialmente a todos aqueles que, enfrentando dificuldades quotidianas, dedicam a sua vida à cultura em Portugal. Trata-se de uma decisão obscena cujas únicas consequências são o fomento da violência e a canalização dos impostos dos portugueses para os bolsos de um restrito grupo de criadores e promotores cuja fortuna se baseia na inflição pública de sofrimento a animais.
Pelo exposto, o Partido Pelos Animais exige a imediata revogação do despacho de criação da secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura, bem como a demissão da ministra Gabriela Canavilhas, em nome da verdadeira cultura, do progresso e do bem-estar de todos os seres vivos.
Partido Pelos Animais
www.partidopelosanimais.com
MINI-TORNADO
é o ar enrolado
enredemoinhado
que resulta
de a Natureza
ao fim da luta
de contente
estralar
os dedos
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
um mesmo oceano para todas as gotas
'às distribuições sedentárias da analogia opõem-se as distribuições nómadas ou as anarquias coroadas no unívoco. somente aí retinem «tudo é igual!» e «tudo retorna» mas o tudo é igual e o tudo retorna só podem ser ditos onde a extrema ponta da diferença é atingida. uma mesma voz para todo o múltiplo de mil vias, um mesmo oceano para todas as gotas.
um só clamor do ser para todos os entes.
mas à condição de ter atingido, para cada ente, para cada gota e em cada via, o estado do excesso, isto é a diferença que os desloca e os disfarça, e os faz retornar, girando sobre a sua ponta móvel'.
g. deleuze
pensando bem o fp e gd bebiam do mesmo bagaço.
um só clamor do ser para todos os entes.
mas à condição de ter atingido, para cada ente, para cada gota e em cada via, o estado do excesso, isto é a diferença que os desloca e os disfarça, e os faz retornar, girando sobre a sua ponta móvel'.
g. deleuze
pensando bem o fp e gd bebiam do mesmo bagaço.
P´RA PULAR
fosse eu a escolher o tempo
de trabalho o ano inteiro
escolheria por exemplo
29 de fevereiro
sem título
"Diligências de luz, velhas tristezas
das almas que morreram para a luta!
Sois as sombras amadas de belezas
hoje mais frias do que a pedra bruta.
Murmúrios incógnitos de gruta
onde o Mar canta os salmos e as rudezas
de obscuras religiões — voz impoluta
de todas as titânicas grandezas.
Passai, lembrando as sensações antigas,
paixões que foram já dóceis amigas,
na luz de eternos sóis glorificadas.
Alegrias de há tempos! E hoje e agora,
velhas tristezas que se vão embora
no poente da Saudade amortalhadas!"
João da Cruz e Sousa, Velhas Tristezas
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
neste quarto alugado sinto a pulsação dos prédios, o crescer dos muros para o ceú, as borboletas que não aguentam a distância de um anão. e caem sobre a terra como limões secos e vazios. eu olho e penso que nada existe para lá do chão, que água e fogo são alucinações. são deuses mascarados. ou até mesmo resíduos de paixões. ou pode ser tudo isso numa só jarra que mais tarde beberemos. santa é a minha vontade de renunciar o mundo. de me ferrar enquanto escrevo.
lembro: eu era uma casa assombrada. nela não havia nada. nem pó nem flores nem esqueletos nem nada. talhei nas paredes a minha psicobiografia e vi a extensão do meu grito. escadas que desciam e não se subia, roupas de inverno a esperar que venham corpos. e tomara à minha cabeça ser uma tocha iluminada para entender essas roupas de inverno. como um incrédulo renasci. fundei a minha habitação, os meus monges, as minhas coisas belas e profanas.
nasci num quarto às escuras igual ao interior de um fruto. a minha mãe tinha um ventre bem arquitectado, poderoso como uma transparência. e nele percorri cidades inteiras, provei leguminosas e sismei com verdes andorinhas. quando crescer evitarei remédios para a calma, lerei poemas e pronto: um riacho progride na dor da minha encosta, e eis-me: absoluto, tal boi puxando a paisagem para dentro da moldura.
um pensamento (à falta de melhor)
o ramos horta, o dalai lama, o povo, a pobreza, a tristeza, a poesia, a prosápia. tudo conversa de quem não se revolta. triste país, triste povo. e nunca mais chega a primavera (a das almas).
à luta.
à luta.
Assim se mente lusofonamente: que vergonha, Ramos-Horta!
É triste ver como um Prémio Nobel da Paz, Presidente de uma nação outrora ocupada e oprimida, que moveu a solidariedade internacional, se torna conivente com a invasão chinesa do Tibete, ao ponto de mentir descaradamente, negando todos os factos históricos... A China tudo compra, até as consciências! São estas colunas vergadas os representantes da lusofonia!?...
Ontem por Timor, hoje pelo Tibete!
....
"O presidente de Timor-Leste e Nobel da Paz José Ramos-Horta disse hoje que a principal virtude de Dalai Lama é ser contra qualquer ato de violência no Tibete, mas que a admiração por ele não retira a legitimidade da soberania chinesa.
Nas vésperas da passagem dos 70 anos sobre a entronização do Dalai Lama, Ramos-Horta recusa qualquer comparação da situação no Tibete com o seu país, afirmando que “quer a questão do Tibete, quer a questão de Taiwan, são territórios chineses sobre os quais a China sempre teve soberania histórica ao longo de séculos”.
“Factos internos que hoje ocorrem nas províncias chinesas do Tibete ou de Taiwan, que têm a ver com reivindicações de um grupo ou outro, não podem afetar a soberania da China nessas duas províncias”, comenta.
Afirmando que “a admiração que muitos milhões de pessoas pelo mundo nutrem pelo Dalai Lama, enquanto líder espiritual budista, não retira legitimidade à soberania chinesa em relação ao Tibete, tal como a Taiwan”, o Presidente timorense vinca que a posição de Timor-Leste como Estado é “absolutamente clara” nas duas questões.
“Timor-Leste prossegue a política de uma China indivisível com o governo em Pequim. A China é um mosaico de grupos étnicos e o facto de num país existir um grupo com uma cultura distinta não quer dizer que por isso tenha de ser independente”, diz.
O Presidente de Timor-Leste sustenta que nem a independência do Tibete é uma pretensão do Dalai Lama: “Ele não quer a independência do Tibete. Defende apenas alguma autonomia limitada no plano cultural e religioso”.
“Essas reivindicações devem ser discutidas com as autoridades chinesas e tem havido enviados especiais do Dalai Lama a Pequim, por diversas vezes, para tentar encontrar um acordo que possa satisfazer as aspirações do Dalai Lama, no tocante a essa questão restrita que é a autonomia cultural e religiosa, dentro da República Popular da China”, refere.
Sobre a personalidade do líder espiritual tibetano, Ramos-Horta diz ser “uma pessoa extremamente simpática, que nutre pela China uma enorme admiração e afeição”.
“Creio que a grande virtude do Dalai Lama, reconhecida pela comunidade internacional e que a própria China reconhece, será o facto de que ele se opõe à separação do Tibete da China e a todo e qualquer ato de violência no Tibete. Ele quer a vivência totalmente pacífica entre a minoria tibetana e a maioria de todos os outros grupos que vivem no Tibete”, conclui".
Publicado em:
umoutroportugal.blogspot.com
Ontem por Timor, hoje pelo Tibete!
....
"O presidente de Timor-Leste e Nobel da Paz José Ramos-Horta disse hoje que a principal virtude de Dalai Lama é ser contra qualquer ato de violência no Tibete, mas que a admiração por ele não retira a legitimidade da soberania chinesa.
Nas vésperas da passagem dos 70 anos sobre a entronização do Dalai Lama, Ramos-Horta recusa qualquer comparação da situação no Tibete com o seu país, afirmando que “quer a questão do Tibete, quer a questão de Taiwan, são territórios chineses sobre os quais a China sempre teve soberania histórica ao longo de séculos”.
“Factos internos que hoje ocorrem nas províncias chinesas do Tibete ou de Taiwan, que têm a ver com reivindicações de um grupo ou outro, não podem afetar a soberania da China nessas duas províncias”, comenta.
Afirmando que “a admiração que muitos milhões de pessoas pelo mundo nutrem pelo Dalai Lama, enquanto líder espiritual budista, não retira legitimidade à soberania chinesa em relação ao Tibete, tal como a Taiwan”, o Presidente timorense vinca que a posição de Timor-Leste como Estado é “absolutamente clara” nas duas questões.
“Timor-Leste prossegue a política de uma China indivisível com o governo em Pequim. A China é um mosaico de grupos étnicos e o facto de num país existir um grupo com uma cultura distinta não quer dizer que por isso tenha de ser independente”, diz.
O Presidente de Timor-Leste sustenta que nem a independência do Tibete é uma pretensão do Dalai Lama: “Ele não quer a independência do Tibete. Defende apenas alguma autonomia limitada no plano cultural e religioso”.
“Essas reivindicações devem ser discutidas com as autoridades chinesas e tem havido enviados especiais do Dalai Lama a Pequim, por diversas vezes, para tentar encontrar um acordo que possa satisfazer as aspirações do Dalai Lama, no tocante a essa questão restrita que é a autonomia cultural e religiosa, dentro da República Popular da China”, refere.
Sobre a personalidade do líder espiritual tibetano, Ramos-Horta diz ser “uma pessoa extremamente simpática, que nutre pela China uma enorme admiração e afeição”.
“Creio que a grande virtude do Dalai Lama, reconhecida pela comunidade internacional e que a própria China reconhece, será o facto de que ele se opõe à separação do Tibete da China e a todo e qualquer ato de violência no Tibete. Ele quer a vivência totalmente pacífica entre a minoria tibetana e a maioria de todos os outros grupos que vivem no Tibete”, conclui".
Publicado em:
umoutroportugal.blogspot.com
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Lewis Carroll, ao visitar um escultor seu amigo, encontrou uma criança e começou a mostrar-lhe as vantagens que ela teria se substituísse a sua cabeça por uma de mármore. Uma dessas vantagens era aliciante. Residia no facto de não ser necessário pentear-se. A criança mostrou-se efectivamente convencida, acolhendo da melhor maneira aquela justificação.
(notas de Fernando Guimarães)
Lewis Carroll in Sylvie e Bruno. Trad. de Maria de Lourdes Guimarães. Prefácio de Fernando Guimarães. Relógio D'Água Editores, 2003
(notas de Fernando Guimarães)
Lewis Carroll in Sylvie e Bruno. Trad. de Maria de Lourdes Guimarães. Prefácio de Fernando Guimarães. Relógio D'Água Editores, 2003
HATI II
Entre vítimas do abalo sísmico no HAITI
alguém descobriu que não fossem rostos africanos?
:
Algum indiano?
Algum chinês?
Algum caucasiano?
Que vítimas da catástrofe madeirense
lhe parece que vamos encontrar?
:
proprietários?
industriais?
banqueiros?
turistas?
Ou autóctones
da área do Rendimento Mínimo de Inserção?
A fatalidade
nunca se engana
nas portas a que bate.
Ou acha?
sábado, 20 de fevereiro de 2010
porque as pedras também choram
Partidos Pelos Animais em todo o mundo
A par do Partido Pelos Animais que estamos neste momento a estabelecer em Portugal, há diversas outras forças políticas dedicadas à defesa dos animais por todo o planeta. A mais proeminente é sem dúvida o Partij voor de Dieren, o Partido Pelos Animais holandês (que já conseguiu eleger dois deputados e um senador, bem como 17 representantes a nível regional e local), mas há vários outros partidos criados para dar voz à causa animal na esfera política dos seus países.
Em Espanha, o PACMA - Partido Antitaurino contra el Maltrato Animal já ultrapassou a barreira dos 40.000 votos e está muito próximo de conquistar um assento parlamentar. Na Itália foi criado o Partito Animalista Italiano, na Áustria e na Alemanha existem os respectivos Tierrechtspartei (Partido pelos Direitos dos Animais), no Canadá o Animal Alliance Environment Voters Party of Canada (Aliança Animal Eleitores pelo Ambiente) e em Israel o Latet Lihyot (Deixa Viver).
Apesar de já terem alcançado algum sucesso, trata-se de partidos muito jovens e com uma enorme margem de progressão. O seu surgimento é mais uma prova da crescente valorização dos animais na nossa sociedade e mais uma indicação de que estamos no caminho certo. O futuro será de harmonia e respeito pelos animais e pela Natureza - basta que nos disponhamos a lutar por isso. Registamos aqui o nosso agradecimento e apoio a todos os partidos pelos animais que estão connosco nessa luta, por todo o Mundo.
Mas dirigimos uma palavra especial àqueles que hoje se encontram onde nos encontrávamos há pouco mais de seis meses. Àqueles que lançam agora a primeira pedra de um projecto arrojado mas absolutamente fundamental. Falamos especificamente do Partido Pelos Animais - Brasil, do Parti Pour Les Animaux, da França, e do Animal Justice Party, da Austrália. Desejamos que tenham a força necessária para enfrentar os obstáculos com que se depararão e esperamos que, tal como nós, encontrem na população dos seus respectivos países o apoio essencial à consecução dos seus objectivos.
Parabéns a todos pela coragem e determinação. Vamos em frente. Por Partidos Inteiros, ao serviço do bem de todos, animais humanos e não humanos!
www.partidopelosanimais.com
"O problema dos políticos é o de mudarem o governo: o meu é o de mudar o Estado"
O problema dos políticos é o de mudarem o governo: o meu é o de mudar o Estado. Contam eles com o voto ou a revolução. Conto eu com o curso da História e a minha vocação e o meu esforço de estar para além dela
– Agostinho da Silva, "Cortina 1" (inédito).
– Agostinho da Silva, "Cortina 1" (inédito).
PARA O POVO DA MADEIRA
Um abraço de solidariedade
um voto de coragem
para enfrentar
a FÚRIA com que a Natureza
se lembrou
de esgatanhar
a Vossa beleza natural
variações em mim menor
A morte é um veículo veloz.
No poço todos os murmúrios são cantos de galinha.
Ó que zombie tão estridente é o mar!
O Homem tem as plantas como seu tesão.
A Gravidade está prestes a ser um feno comido pelos bois.
E a certeza é que debaixo da pele: um fogo-posto.
No poço todos os murmúrios são cantos de galinha.
Ó que zombie tão estridente é o mar!
O Homem tem as plantas como seu tesão.
A Gravidade está prestes a ser um feno comido pelos bois.
E a certeza é que debaixo da pele: um fogo-posto.
lapa de sta.margarida
tens que vir fragmentus à lapa de sta. margarida (fragmento de oceoano e serra). abrigo de mar revolto onde testávamos a coragem. o mar rouba-nos à serra e mostra-nos o oceano.devolve-nos à lapa no meio de ondas de espuma.
abraço fragmentus
abraço fragmentus
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
NÃO HÁ SÓ GAIVOTAS EM TERRA (para Baal, com simpatia)
Não sei se Sócrates tem ou não razão
Se em vez de Sócrates fossem Portas
ou Louçã
ou Jerónimo de Sousa
seria a situação significativamente diferente em Portugal?
sei é que alguma coisa
por aqui vai mal
:
em menos de dois dias
cinco pescadores
deixam de regressar ao LAR
para além
das adversidades climatéricas
da braveza indómita do mar
não acham que dá
para pensar?
:
em menos de dois dias
cinco pescadores
deixam de regressar ao Lar
"A primeira condição para libertar os outros é libertar-se a si próprio"
"A primeira condição para libertar os outros é libertar-se a si próprio; quem apareça manchado de superstição ou de fanatismo ou incapaz de separar e distinguir ou dominado por sentimentos e impulsos, não o tomarei eu como guia do povo; antes de tudo uma clara inteligência, eternamente crítica, senhora do mundo e destruidora das esfinges; […]
Hei-de vê-lo depois despido de egoísmos, atento somente aos motivos gerais; o seu bem será sempre o bem alheio; terá como inferior o que se deleita na alegria pessoal e não põe sobre tudo o serviço dos outros; à sua felicidade nada falta senão a felicidade de todos; esquecido de si, batalhará, enquanto lhe restar um alento, para destruir a ignorância e a miséria que impedem seus irmãos de percorrer a ampla estrada em que ele marcha.
Nenhuma vontade de domínio; mandar é do mundo de aparências, tornar melhor de um sólido universo de verdades; […]
Será grato aos contrários, mesmo aos que vêm armados da calúnia e da injúria; compassivo da inferioridade que demonstram fará tudo que puder para que melhorem e se elevem; responderá à mentira com a verdade e ao ódio com o bem; tenazmente se recusará a entrar nos caminhos tortuosos; se o conseguirem abater, tocará com humildade a terra a que o lançaram, descobrirá sempre que do seu lado esteve o erro e de novo terá forças para a luta; e se o aplaudirem pense logo que houve um erro também"
- Agostinho da Silva, “Quanto aos noviços”, Considerações [1944], in Textos e Ensaios Filosóficos I, pp. 119-120.
AS DUAS LINHAS DO TEMPO
Se o Homem pudesse costurar o seu Tempo e de duas linhas, apenas, dispusesse e de entre essas duas uma só tivesse de escolher, qual seria a eleita: a linha da quantidade ou a da qualidade?
Assim se pode descrever o Tempo: a) o Tempo sequencial, cronológico; b) o Tempo oportuno, um momento indeterminado no Tempo em que algo especial acontece, uma espécie de Tempo sem medida. Ao primeiro os gregos designavam de “Kairos” e ao segundo de “Chronos”.
Vivemos demasiado presos ao Tempo; cada vez mais apressados e somos, indubitavelmente, seres temporais, isto é, vivemos “dentro do Tempo”. Desde a antiguidade que a questão do Tempo atormenta os filósofos, teólogos, psicólogos e escritores, entre outros. Inventaram-se meios de medição do Tempo: o relógio, o calendário. Mas a Felicidade como cabe no Tempo? Como deve ser medida?
Urge dar qualidade ao Tempo e qualidade é, hoje mais do que nunca, sinónimo de felicidade.
Vejamos o Tempo em Fevereiro: nas ruas vende-se o dia 14 de Fevereiro – dia dos namorados. Mas não há lugar para o dia 11 de Fevereiro – dia mundial do Enfermo. Qual a razão? Aqui entra a linha da qualidade, da importância que atribuímos a cada dia do nosso Tempo e da partilha que fazemos destes dias em sociedade, nas ruas. E nestas ruas, tão pobres, apenas vejo consumismo desenfreado e oco.
Crianças de colo não têm a noção de Tempo e adultos com certas doenças neurológicas ou psiquiátricas podem perdê-la. Até que ponto nos tornamos crianças e doentes ao marginalizarmos datas importantes que carecem, qualitativamente, de Tempo?
Caminhamos para o fim da História, a ausência de Tempo? Urge, sem demora, reinventar uma nova medição na linha de qualidade do Tempo. Saibamos, pois, escolher dias com fruto numa Humanidade desde muito à sombra.
Vivemos demasiado presos ao Tempo; cada vez mais apressados e somos, indubitavelmente, seres temporais, isto é, vivemos “dentro do Tempo”. Desde a antiguidade que a questão do Tempo atormenta os filósofos, teólogos, psicólogos e escritores, entre outros. Inventaram-se meios de medição do Tempo: o relógio, o calendário. Mas a Felicidade como cabe no Tempo? Como deve ser medida?
Urge dar qualidade ao Tempo e qualidade é, hoje mais do que nunca, sinónimo de felicidade.
Vejamos o Tempo em Fevereiro: nas ruas vende-se o dia 14 de Fevereiro – dia dos namorados. Mas não há lugar para o dia 11 de Fevereiro – dia mundial do Enfermo. Qual a razão? Aqui entra a linha da qualidade, da importância que atribuímos a cada dia do nosso Tempo e da partilha que fazemos destes dias em sociedade, nas ruas. E nestas ruas, tão pobres, apenas vejo consumismo desenfreado e oco.
Crianças de colo não têm a noção de Tempo e adultos com certas doenças neurológicas ou psiquiátricas podem perdê-la. Até que ponto nos tornamos crianças e doentes ao marginalizarmos datas importantes que carecem, qualitativamente, de Tempo?
Caminhamos para o fim da História, a ausência de Tempo? Urge, sem demora, reinventar uma nova medição na linha de qualidade do Tempo. Saibamos, pois, escolher dias com fruto numa Humanidade desde muito à sombra.
(Publicado no Jornal "Entre Vilas", Sandra Ferreira, 10 de fevereiro de 2010)
Emudecimento e acção
"O meu conceito de um estilo e de uma escrita sóbrios e ao mesmo tempo altamente políticos é o seguinte: conduzir até aquilo que é negado à palavra; somente onde essa esfera do averbal se abrir numa potência indizivelmente pura, poderá a centelha mágica passar da palavra à acção movente, onde a unidade das duas for igualmente efectiva. Somente o intenso direccionamento das palavras para o interior do núcleo do mais íntimo emudecimento alcança o verdadeiro efeito"
- Walter Benjamin, Briefe, I, p.127.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Empatias
“Tu e eu temos de permeio
a rebeldia que desassossega,
a matéria compulsiva dos sentidos.
Que ninguém nos dome,
que ninguém tente
reduzir-nos ao silêncio branco da cinza,
pois nós temos fôlegos largos
de vento e de névoa
para de novo nos erguermos
e, sobre o desconsolo dos escombros,
formarmos o salto
que leva à glória ou à morte,
conforme a harmonia dos astros
e a regra elementar do destino.”
José Jorge Letria, Ode ao Gato
um sorriso para Platero
repouso, antes das Dunas (Luísa)
Iabel, a árvore
gruta da Sereia?!...
uma questão de Simpatia
De manhã deixo que o sol se espalhe por mim/ assim me animo enquanto espero por ti/quando chegas e aninhas o teu corpo no meu/ padeço em ti todo o calor que recebi/nosso olhar se escapa/ cada um de nós em nós/ em cada flor um novo jardim/
Amanhã de manhã quando o sol nascer
volto a simpatizar contigo.
(a propósito do post que o Paulo Borges colocou no facebook: "Um dos dons de um herói é simpatizar com outros heróis. Simpatizar com o Sol é o suficiente para agigantar uma planta e transformar a sua flor na coroa do jardim" - Baltasar Gracián)
Amanhã de manhã quando o sol nascer
volto a simpatizar contigo.
(a propósito do post que o Paulo Borges colocou no facebook: "Um dos dons de um herói é simpatizar com outros heróis. Simpatizar com o Sol é o suficiente para agigantar uma planta e transformar a sua flor na coroa do jardim" - Baltasar Gracián)
Manifesto "Refundar Portugal" / Movimento "Outro Portugal": documento do grupo Saúde
Continuamos a publicar os documentos dos nossos grupos de trabalho. Aqui se publica o do grupo Saúde, coordenado por Yara-Cléo Bueno.
.............................................................
HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE NO PRINCÍPIO, MEIO E FIM
Pretendemos associar a todos os aspectos da saúde em Portugal, o Princípio Ético da Humanização no Princípio, Meio e Fim.
No princípio, meio e fim da relação com a pessoa (doente ou não)
Em todos serviços do SNS deve ser mantido e reforçado o actual esforço de humanizar a relação com o utente, desde o momento que entra no serviço de saúde até ao momento em que deixa de usufruir do mesmo. Propomos o reforço da formação sobre as boas práticas de atendimento ao público (na vertente administrativa) e o reforço das competências na relação empática e compreensiva com o sofrimento e vivência do utente (na vertente assistencial), valorizando-se as componentes psicológicas do ser doente e do adoecer.
No princípio, meio e fim da vida.
Com o intuito de fomentar o princípio ético de humanizar no princípio, propomos que se incentive a adopção das recomendações preconizadas pela OMS relativamente à assistência no parto normal em gravidez de baixo risco (ver anexo 1). Nestas recomendações, como se pode ver, salientam-se um conjunto de condutas ainda bastante praticadas em Hospitais e Maternidades, assim como outras que, apesar de muito recomendáveis, raras vezes são empreendidas ou tidas em conta nos locais tradicionais de atendimento ao parto, como são o Plano de Parto que a mulher elaborou, de forma consciente e informada, a privacidade no momento do parto, a possibilidade de recorrer a formas alternativas de alívio da dor (massagem e outras técnicas não invasivas e não medicamentosas), a liberdade de movimentar-se durante o parto e assumir posições mais favoráveis à fisiologia do parto, o recurso não rotineiro de episiotomia, o contacto pele a pele do bebé com a mãe imediatamente depois do parto, com apoio à primeira amamentação, o corte do cordão umbilical apenas quando não apresentar mais pulsação, etc.
Deverão ser incentivadas práticas diferenciadas e alternativas, complementarmente às tradicionalmente protocoladas, no apoio e atendimento da mulher grávida e em trabalho de parto. Como exemplo desta humanização no princípio, propomos as experiências de partos acompanhados por Doulas, de partos domiciliares supervisionados por Enfermeiros Obstetras e dos trabalhos realizados por Casas de Partos (ver anexo 2). Neste sentido, é fundamental criar debate público em torno destas temáticas, tornando-as como possibilidades reais e socialmente aceites, para todas as mulheres que pretendam optar por formas mais naturais de parto.
Propomos o incentivo e apoio efectivo na amamentação, de acordo com o que é defendido pela OMS e UNICEF para todas as crianças do mundo. Neste sentido, é importante fazer valer os objectivos estabelecidos pelo Código Internacional de Marketing para os substitutos do Aleitamento Materno (em anexo 3), assinado por Portugal, promovendo mecanismos mais eficientes para a fiscalização do Decreto-Lei nº 115/93 (em anexo 4).
Reforçar as competências dos técnicos que acompanham grávidas e mulheres que amamentam, através de acções de formação ministradas por Consultores em Aleitamento Materno (IBCLCs), à semelhança do que acontece noutros países como Inglaterra, Estados Unidos da América, Austrália, entre outros (ver anexo 5).
Alertar a população não só para os benefícios da amamentação prolongada, como também dos perigos reais da alimentação com substitutos de Leite Materno (em anexo 6).
Ao promover a humanização no princípio, potenciamos um desenvolvimento físico e emocional equilibrado para as crianças em crescimento, os adultos do amanhã.
A saúde deve andar de mãos dadas com a educação. O desenvolvimento de programas de educação que visem o florescimento do mundo interior das crianças, equilibrado, através da aprendizagem de competências emocionais e sociais (em anexo 7). O treino da inteligência emocional, e social, pode fazer parte dos programas escolares, pelo recurso a técnicas contemplativas que estimulam a atenção, concentração, e humanização da relação com o outro. Crianças mais saudáveis, em sintonia com o seu corpo, mente, e com o ambiente e pessoas que as rodeiam, vão promover um adulto consciente da sua condição interdependente. A consciência desta condição natural é uma força motriz básica do desenvolvimento social e civilizacional, e uma mais valia em termos económicos para qualquer nação.
Promover a saúde, pelo incentivo a mudanças de comportamentos alimentares, especialmente no seio familiar, e instituições que formam crianças, demonstrando as virtudes e benefícios físicos, ecológicos, e económicos da alimentação vegetariana e macrobiótica, mesmo que em regime parcial em associação à alimentação mediterrânica, e do consumo de alimentos de produção biológica.
Com o intuito de fomentar o princípio ético de humanizar no meio, propomos a difusão e incentivo ao recurso a técnicas terapêuticas alternativas com reconhecido mérito na prevenção de patologias diversas, e da morbilidade associada às mesmas.
Propomos o incentivo, nas comunidades, da replicação de projectos pioneiros, que fazem uso destas técnicas não convencionais, que são tradicionais e milenares noutras culturas. No trabalho com pessoas das mais variadas idades, e nos mais diversos contextos sociais (escolas, juntas de freguesia, postos de trabalho, centros de dia, prisões, bairros “problemáticos”, etc.), Meditação, Yoga, Tai Chi Chuan, Chi Kung, Massagem Terapêutica e Reiki, entre outras, podem ser úteis, tendo sido verificado como resultado da sua aplicação, uma melhoria significativa em crianças com dificuldades de atenção e concentração, em doentes com dor crónica, em doentes hospitalizados e na população em geral, sendo actualmente oferecidas como experiências potenciadoras da saúde e do equilíbrio bio-psico-social (em anexo 8).
Para agilizar a difusão destas experiências, propomos a rápida regulamentação da Lei 45/2003 (anexo 9), que define inclusão das medicinas e terapias alternativas no Sistema Nacional de Saúde. Esta lei tem sido usada como modelo para diversos países europeus, que já a colocaram em prática com sucesso, o que demonstra sua pertinência para a saúde pública, e o motivo porque deve ser implementada em Portugal. Naturalmente, o facto desta lei não ter sido regulamentada, dificulta que os benefícios da utilização de medicinas e terapias alternativas se alarguem à população em geral. Sabemos, que o recurso a medicinas alternativas reconhecidas cientificamente tem não só inúmeros e comprovados benefícios para a saúde individual de quem a elas recorre, mas também um assinalável benefício económico para o país.
E, humanizar no fim, ao promover boas práticas no modo como se entende e cuida da qualidade de vida no fim da mesma, desenvolvendo acções que modifiquem a visão social instituída sobre o envelhecimento e a morte, fomentando uma visão alternativa para que estas sejam encaradas como parte do processo natural que é a vida.
Propomos a difusão do conceito de envelhecimento activo. Urge desenvolver o Plano Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas (PNSPI) – que se fundamenta nos princípios postulados pela ONU, de independência, participação, auto-realização e dignidade do idoso – e que adianta como prioridades de intervenção:
1. Promoção de um envelhecimento activo;
2. Adequação de cuidados de saúde às necessidades próprias do idoso; e
3. Desenvolvimento de ambientes favoráveis à autonomia e independência das pessoas idosas.
Propomos o incentivo ao aumento de número de UTIS (Universidades da Terceira Idade) espaço privilegiado de inserção e participação social dos mais velhos, onde, através das várias actividades desenvolvidas (aulas, visitas, oficinas, blogs, revistas e jornais, grupos de música ou teatro, voluntariado, etc) os seniores se sentem úteis, activos e participativos: “ Saúde no jovem, obra da Natureza, saúde no idoso, obra de arte!” Hérmogenes.
O acompanhamento das pessoas em fim de vida e das suas famílias, em unidades de saúde próprias para o efeito e, principalmente, no domicílio deverá ser proporcionado a todos os que dele necessitem. Proporcionar serenidade, cuidados médicos e de enfermagem de carácter paliativo, promovendo qualidade e conforto no fim da vida e dignidade na morte deverá ser um imperativo (anexo 10).
Concluímos assim que o empreendimento de acções que promovam a Humanização da Saúde em Portugal, nos moldes descritos, trará inestimáveis benefícios para a população portuguesa, através de um aumento da qualidade de vida e de uma diminuição do número e da gravidade das doenças.
Aumentar o leque de recursos disponíveis para a prevenção e tratamento da doença, proporciona uma diminuição na procura de consultas dos centros de saúde e hospitais, uma diminuição no uso de medicamentos e um menor índice de práticas cirúrgicas.
Traduz-se num país mais rico no corpo e mente de cada cidadão e em cidadãos mais empenhados e participativos na edificação do país.
DOCUMENTAÇÃO, ANEXOS, E EXEMPLOS DE PRÁTICAS REALISTICAMENTE INSPIRADORAS
Humanizar no princípio:
ANEXO 1
Guia Prático Para a Assistência ao Parto Normal: OMS
A categorização destas condutas, encontra-se no capítulo 6 do Guia Prático para a Assistência ao Parto Normal, e foram elaboradas, em sequência da reflexão do Grupo de Trabalho da OMS para o Parto Normal, após análise e debate das melhores práticas, tendo em conta as evidências existentes, no momento da sua elaboração. No guia encontram-se os fundamentos para cada uma das condutas mencionadas. Resumo:
A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas
1. Plano individual determinando onde e por quem o parto será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e comunicado a seu marido/companheiro e, se aplicável, a sua família.
2. Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto.
3. Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento.
4. Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto.
5. Realizar precocemente contacto pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-parto, conforme directrizes da OMS sobre o aleitamento materno.
B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas
1. Uso rotineiro de enema (clister).
2. Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos.
3. Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto.
4. Uso rotineiro da posição supina (deitada) durante o trabalho de parto.
5. Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto, de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado.
C) Condutas utilizadas com insuficientes evidências que apoiem a sua clara recomendação e que devem ser utilizadas com precaução até a conclusão de novos estudos
1. Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa de água) durante o início do trabalho de parto.
2. Pressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e parto.
3. Manipulação activa do feto no momento de nascimento.
4. Utilização de ocitocina rotineira, tracção controlada do cordão ou combinação de ambas durante a dequitação (expulsão da placenta).
5. Clampeamento precoce do cordão umbilical.
D) Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriada
1. Exames vaginais frequentes e repetidos especialmente por mais de um prestador de serviços.
2. Cateterização da bexiga.
3. Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário.
4. Parto operatório (cesariana).
5. Uso liberal ou rotineiro de episiotomia.”
ANEXO 2
http://www.youtube.com/watch?v=fML3pgZQVg0&NR=1&feature=fvwp
http://www.cmaj.ca/cgi/content/abstract/181/6-7/377?ijkey=2589c001ccbdbd59d84f30f21ef0839a0552a033&keytype2=tf_ipsecsha
http://www.youtube.com/watch?v=ndlrJ3JIjEE
ANEXO 3
http://www.ordemenfermeiros.pt/index.php?view=newsletter:View&zepp_obj_id=116&site=yes
ANEXO 4
http://pt.legislacao.org/primeira-serie/decreto-lei-n-o-115-93-lactentes-formulas-saude-produto-114285
ANEXO 5
http://www.ilca.org/i4a/pages/index.cfm?pageid=1
www.iblce.org
http://www.iblce.org/professional-standards
http://www.iblce.org/upload/downloads/ScopeOfPracticeMarch2008.pdf
ANEXO 6
http://www.ibfan.org/portuguese/gateportugues.html http://www.ibfan.org/portuguese/issue/overview01-po.html#2 http://www.infactcanada.ca/about.htm http://www.babymilkaction.org/
ANEXO 7
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1077760-5603,00-
Humanizar no meio:
ANEXO 8
http://www.casel.org/
http://www.innerresilience-tidescenter.org/
http://www.lindalantieri.org/about.htm
http://www.redesparalaciencia.com/1799/redes/2009/redes-50-meditacion-y-aprendizaje
TAI+CHI+CHUAN+E+ESPERANCA+COMO+TERAPIA+PARA+O+DERRAME+CEREBRAL.html
ANEXO 9
http://www.imt.pt/lei_medicina_452003.php
Humanizar no fim:
ANEXO 10
http://www.amara.pt/amara/apresentacao.php
http://www.apcp.com.pt/
http://www.rutis.org/cgi-bin/reservado/scripts/command.cgi/?naction=4&mn=EkpFuVZlEynEumlwll
EXTRA
Relatório de Saúde OMS 2008
http://www.almamix.pt/index.php?view=article&catid=37%3Avideos-de-medicina&id=298%3Aoms-relatorio-de-saude-2008&option=com_content&Itemid=117
Pretendemos associar a todos os aspectos da saúde em Portugal, o Princípio Ético da Humanização no Princípio, Meio e Fim.
No princípio, meio e fim da relação com a pessoa (doente ou não)
Em todos serviços do SNS deve ser mantido e reforçado o actual esforço de humanizar a relação com o utente, desde o momento que entra no serviço de saúde até ao momento em que deixa de usufruir do mesmo. Propomos o reforço da formação sobre as boas práticas de atendimento ao público (na vertente administrativa) e o reforço das competências na relação empática e compreensiva com o sofrimento e vivência do utente (na vertente assistencial), valorizando-se as componentes psicológicas do ser doente e do adoecer.
No princípio, meio e fim da vida.
Com o intuito de fomentar o princípio ético de humanizar no princípio, propomos que se incentive a adopção das recomendações preconizadas pela OMS relativamente à assistência no parto normal em gravidez de baixo risco (ver anexo 1). Nestas recomendações, como se pode ver, salientam-se um conjunto de condutas ainda bastante praticadas em Hospitais e Maternidades, assim como outras que, apesar de muito recomendáveis, raras vezes são empreendidas ou tidas em conta nos locais tradicionais de atendimento ao parto, como são o Plano de Parto que a mulher elaborou, de forma consciente e informada, a privacidade no momento do parto, a possibilidade de recorrer a formas alternativas de alívio da dor (massagem e outras técnicas não invasivas e não medicamentosas), a liberdade de movimentar-se durante o parto e assumir posições mais favoráveis à fisiologia do parto, o recurso não rotineiro de episiotomia, o contacto pele a pele do bebé com a mãe imediatamente depois do parto, com apoio à primeira amamentação, o corte do cordão umbilical apenas quando não apresentar mais pulsação, etc.
Deverão ser incentivadas práticas diferenciadas e alternativas, complementarmente às tradicionalmente protocoladas, no apoio e atendimento da mulher grávida e em trabalho de parto. Como exemplo desta humanização no princípio, propomos as experiências de partos acompanhados por Doulas, de partos domiciliares supervisionados por Enfermeiros Obstetras e dos trabalhos realizados por Casas de Partos (ver anexo 2). Neste sentido, é fundamental criar debate público em torno destas temáticas, tornando-as como possibilidades reais e socialmente aceites, para todas as mulheres que pretendam optar por formas mais naturais de parto.
Propomos o incentivo e apoio efectivo na amamentação, de acordo com o que é defendido pela OMS e UNICEF para todas as crianças do mundo. Neste sentido, é importante fazer valer os objectivos estabelecidos pelo Código Internacional de Marketing para os substitutos do Aleitamento Materno (em anexo 3), assinado por Portugal, promovendo mecanismos mais eficientes para a fiscalização do Decreto-Lei nº 115/93 (em anexo 4).
Reforçar as competências dos técnicos que acompanham grávidas e mulheres que amamentam, através de acções de formação ministradas por Consultores em Aleitamento Materno (IBCLCs), à semelhança do que acontece noutros países como Inglaterra, Estados Unidos da América, Austrália, entre outros (ver anexo 5).
Alertar a população não só para os benefícios da amamentação prolongada, como também dos perigos reais da alimentação com substitutos de Leite Materno (em anexo 6).
Ao promover a humanização no princípio, potenciamos um desenvolvimento físico e emocional equilibrado para as crianças em crescimento, os adultos do amanhã.
A saúde deve andar de mãos dadas com a educação. O desenvolvimento de programas de educação que visem o florescimento do mundo interior das crianças, equilibrado, através da aprendizagem de competências emocionais e sociais (em anexo 7). O treino da inteligência emocional, e social, pode fazer parte dos programas escolares, pelo recurso a técnicas contemplativas que estimulam a atenção, concentração, e humanização da relação com o outro. Crianças mais saudáveis, em sintonia com o seu corpo, mente, e com o ambiente e pessoas que as rodeiam, vão promover um adulto consciente da sua condição interdependente. A consciência desta condição natural é uma força motriz básica do desenvolvimento social e civilizacional, e uma mais valia em termos económicos para qualquer nação.
Promover a saúde, pelo incentivo a mudanças de comportamentos alimentares, especialmente no seio familiar, e instituições que formam crianças, demonstrando as virtudes e benefícios físicos, ecológicos, e económicos da alimentação vegetariana e macrobiótica, mesmo que em regime parcial em associação à alimentação mediterrânica, e do consumo de alimentos de produção biológica.
Com o intuito de fomentar o princípio ético de humanizar no meio, propomos a difusão e incentivo ao recurso a técnicas terapêuticas alternativas com reconhecido mérito na prevenção de patologias diversas, e da morbilidade associada às mesmas.
Propomos o incentivo, nas comunidades, da replicação de projectos pioneiros, que fazem uso destas técnicas não convencionais, que são tradicionais e milenares noutras culturas. No trabalho com pessoas das mais variadas idades, e nos mais diversos contextos sociais (escolas, juntas de freguesia, postos de trabalho, centros de dia, prisões, bairros “problemáticos”, etc.), Meditação, Yoga, Tai Chi Chuan, Chi Kung, Massagem Terapêutica e Reiki, entre outras, podem ser úteis, tendo sido verificado como resultado da sua aplicação, uma melhoria significativa em crianças com dificuldades de atenção e concentração, em doentes com dor crónica, em doentes hospitalizados e na população em geral, sendo actualmente oferecidas como experiências potenciadoras da saúde e do equilíbrio bio-psico-social (em anexo 8).
Para agilizar a difusão destas experiências, propomos a rápida regulamentação da Lei 45/2003 (anexo 9), que define inclusão das medicinas e terapias alternativas no Sistema Nacional de Saúde. Esta lei tem sido usada como modelo para diversos países europeus, que já a colocaram em prática com sucesso, o que demonstra sua pertinência para a saúde pública, e o motivo porque deve ser implementada em Portugal. Naturalmente, o facto desta lei não ter sido regulamentada, dificulta que os benefícios da utilização de medicinas e terapias alternativas se alarguem à população em geral. Sabemos, que o recurso a medicinas alternativas reconhecidas cientificamente tem não só inúmeros e comprovados benefícios para a saúde individual de quem a elas recorre, mas também um assinalável benefício económico para o país.
E, humanizar no fim, ao promover boas práticas no modo como se entende e cuida da qualidade de vida no fim da mesma, desenvolvendo acções que modifiquem a visão social instituída sobre o envelhecimento e a morte, fomentando uma visão alternativa para que estas sejam encaradas como parte do processo natural que é a vida.
Propomos a difusão do conceito de envelhecimento activo. Urge desenvolver o Plano Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas (PNSPI) – que se fundamenta nos princípios postulados pela ONU, de independência, participação, auto-realização e dignidade do idoso – e que adianta como prioridades de intervenção:
1. Promoção de um envelhecimento activo;
2. Adequação de cuidados de saúde às necessidades próprias do idoso; e
3. Desenvolvimento de ambientes favoráveis à autonomia e independência das pessoas idosas.
Propomos o incentivo ao aumento de número de UTIS (Universidades da Terceira Idade) espaço privilegiado de inserção e participação social dos mais velhos, onde, através das várias actividades desenvolvidas (aulas, visitas, oficinas, blogs, revistas e jornais, grupos de música ou teatro, voluntariado, etc) os seniores se sentem úteis, activos e participativos: “ Saúde no jovem, obra da Natureza, saúde no idoso, obra de arte!” Hérmogenes.
O acompanhamento das pessoas em fim de vida e das suas famílias, em unidades de saúde próprias para o efeito e, principalmente, no domicílio deverá ser proporcionado a todos os que dele necessitem. Proporcionar serenidade, cuidados médicos e de enfermagem de carácter paliativo, promovendo qualidade e conforto no fim da vida e dignidade na morte deverá ser um imperativo (anexo 10).
Concluímos assim que o empreendimento de acções que promovam a Humanização da Saúde em Portugal, nos moldes descritos, trará inestimáveis benefícios para a população portuguesa, através de um aumento da qualidade de vida e de uma diminuição do número e da gravidade das doenças.
Aumentar o leque de recursos disponíveis para a prevenção e tratamento da doença, proporciona uma diminuição na procura de consultas dos centros de saúde e hospitais, uma diminuição no uso de medicamentos e um menor índice de práticas cirúrgicas.
Traduz-se num país mais rico no corpo e mente de cada cidadão e em cidadãos mais empenhados e participativos na edificação do país.
DOCUMENTAÇÃO, ANEXOS, E EXEMPLOS DE PRÁTICAS REALISTICAMENTE INSPIRADORAS
Humanizar no princípio:
ANEXO 1
Guia Prático Para a Assistência ao Parto Normal: OMS
A categorização destas condutas, encontra-se no capítulo 6 do Guia Prático para a Assistência ao Parto Normal, e foram elaboradas, em sequência da reflexão do Grupo de Trabalho da OMS para o Parto Normal, após análise e debate das melhores práticas, tendo em conta as evidências existentes, no momento da sua elaboração. No guia encontram-se os fundamentos para cada uma das condutas mencionadas. Resumo:
A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas
1. Plano individual determinando onde e por quem o parto será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e comunicado a seu marido/companheiro e, se aplicável, a sua família.
2. Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto.
3. Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento.
4. Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto.
5. Realizar precocemente contacto pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-parto, conforme directrizes da OMS sobre o aleitamento materno.
B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas
1. Uso rotineiro de enema (clister).
2. Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos.
3. Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto.
4. Uso rotineiro da posição supina (deitada) durante o trabalho de parto.
5. Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto, de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado.
C) Condutas utilizadas com insuficientes evidências que apoiem a sua clara recomendação e que devem ser utilizadas com precaução até a conclusão de novos estudos
1. Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa de água) durante o início do trabalho de parto.
2. Pressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e parto.
3. Manipulação activa do feto no momento de nascimento.
4. Utilização de ocitocina rotineira, tracção controlada do cordão ou combinação de ambas durante a dequitação (expulsão da placenta).
5. Clampeamento precoce do cordão umbilical.
D) Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriada
1. Exames vaginais frequentes e repetidos especialmente por mais de um prestador de serviços.
2. Cateterização da bexiga.
3. Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário.
4. Parto operatório (cesariana).
5. Uso liberal ou rotineiro de episiotomia.”
ANEXO 2
http://www.youtube.com/watch?v=fML3pgZQVg0&NR=1&feature=fvwp
http://www.cmaj.ca/cgi/content/abstract/181/6-7/377?ijkey=2589c001ccbdbd59d84f30f21ef0839a0552a033&keytype2=tf_ipsecsha
http://www.youtube.com/watch?v=ndlrJ3JIjEE
ANEXO 3
http://www.ordemenfermeiros.pt/index.php?view=newsletter:View&zepp_obj_id=116&site=yes
ANEXO 4
http://pt.legislacao.org/primeira-serie/decreto-lei-n-o-115-93-lactentes-formulas-saude-produto-114285
ANEXO 5
http://www.ilca.org/i4a/pages/index.cfm?pageid=1
www.iblce.org
http://www.iblce.org/professional-standards
http://www.iblce.org/upload/downloads/ScopeOfPracticeMarch2008.pdf
ANEXO 6
http://www.ibfan.org/portuguese/gateportugues.html http://www.ibfan.org/portuguese/issue/overview01-po.html#2 http://www.infactcanada.ca/about.htm http://www.babymilkaction.org/
ANEXO 7
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1077760-5603,00-
Humanizar no meio:
ANEXO 8
http://www.casel.org/
http://www.innerresilience-tidescenter.org/
http://www.lindalantieri.org/about.htm
http://www.redesparalaciencia.com/1799/redes/2009/redes-50-meditacion-y-aprendizaje
TAI+CHI+CHUAN+E+ESPERANCA+COMO+TERAPIA+PARA+O+DERRAME+CEREBRAL.html
ANEXO 9
http://www.imt.pt/lei_medicina_452003.php
Humanizar no fim:
ANEXO 10
http://www.amara.pt/amara/apresentacao.php
http://www.apcp.com.pt/
http://www.rutis.org/cgi-bin/reservado/scripts/command.cgi/?naction=4&mn=EkpFuVZlEynEumlwll
EXTRA
Relatório de Saúde OMS 2008
http://www.almamix.pt/index.php?view=article&catid=37%3Avideos-de-medicina&id=298%3Aoms-relatorio-de-saude-2008&option=com_content&Itemid=117
Publicado por Yara-Cléo Bueno em:
umoutroportugal.blogspot.com
caminho separado
o cérebro humano apresenta com o cérebro animal uma simples diferença de grau ou toda uma diferença de natureza?
quanto a mim o cérebro humano não difere do animal em quantidade, mas numa tendência que o faz caminhar para uma diferença de natureza; o que separa o homem, cada vez mais, do mundo animal.
(reflexão sobre um texto de bergson)
quanto a mim o cérebro humano não difere do animal em quantidade, mas numa tendência que o faz caminhar para uma diferença de natureza; o que separa o homem, cada vez mais, do mundo animal.
(reflexão sobre um texto de bergson)
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Cabo da Paz
Renascimento do Jornal Milénio com amplo destaque dado ao Manifesto Refundar Portugal / Movimento Outro Portugal
O Jornal Holístico Milénio renasceu no dia 14 de Fevereiro com uma forma mais actualizada e apelativa. Convido-vos a visitarem-no em http://jornalmilenio.com e a deixarem a vossa opinião. Todos são convidados para deixarem os seus artigos ou reencaminharem noticias que considerem relevantes com vista a uma maior consciência colectiva.
Luís Resina
......
Agradeço ao Luís Resina o amplo destaque que dá no Jornal Milénio ao Manifesto Refundar Portugal / Movimento Outro Portugal.
trilhos de Lai...para Saudades
o erotismo das árvores
Natureza e Saudade - Poisagens onde o olhar se põe
Que foi que se sumiu entre um rasgo de azul e o ramo mais alto da árvore sem folhas?
Irreal como um castelo entre árvores milenares é um poço, como uma serpente, onde se vêem olhos a espreitar-nos por dentro.
A folha brilha na luz de um pingo de chuva alta no muro. Um sopro a desfaz. Tudo respira a humidade dos mitos e a humanidade de nós.
Vejo a flor da neve a florescer nos dedos cor-de-rosa do frio. O rosto encosta-se à inclinação da hora e a água refresca-o, em pingas de nostalgia e fim de tarde.
Cavalga-se o vento numa onda verde, há forças que se manifestam no frio e na ausência de neve. Saudades do branco!
Uma rosa no mar floresce azul, vem o branco do frio limpar de novo ar, as pontes e os rios.
Os rios nascem no peito e vão também na paisagem, como restos de madeira e coisas verdes, à superfície das águas apressadas do Inverno.
Arde um silêncio ao cimo do espelho verde. Arde uma luz de aurora, um fogo, entre as águas
e as searas do vento.
Semeia verões no bico a gaivota arqueada em asas.
Estou assim encostada à vida, como um retrato encostado à mão do rosto. Como uma mão dormente sobre a hora. Um vago azul.
Rasgões de azul vêm chorar entre o musgo e a pedra escura!
É o céu que se baixa para contemplar a torre por onde espreita o olhar.
Toda a hora é uma árvore e todo o ramo uma Saudade da Hora.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Poeta quer dizer Possesso
Poeta quer dizer Possesso. Não devemos confundir os artistas do verso com os criadores de Poesia. Os primeiros interessam apenas à Literatura, ao passo que os sgundos têm um interesse vital e universal, como uma flor ou uma estrela.
Teixeira de Pascoaes
Manifesto "Refundar Portugal" / Movimento "Outro Portugal": documento do grupo Comunicação
Começam a estar prontos, no momento previsto, os documentos dos vários grupos de trabalho do Manifesto "Refundar Portugal"/Movimento Outro Portugal, que desde o final de Outubro de 2009 conta hoje com cerca de 800 aderentes e um núcleo interno e activo de 6 dezenas de pessoas.
Divulgamos aqui o texto do grupo dedicado à Comunicação, coordenado por Sofia Costa Madeira.
O Movimento Outro Portugal procede a um trabalho de reflexão séria e profunda, livre de preconceitos ideológicos, apetites pelo poder, "bocas", slogans e exibição de egos no circo das atenções. O nosso único critério é o de contribuir para pensar e realizar o melhor país para todos, segundo o soberano princípio do eticamente correcto.
Quem estiver interessado em contribuir activamente para um Outro Portugal, contacte-nos em refundarportugal@gmail.com
Saudações fraternas
Paulo Borges
Grupo Comunicação: Outra Comunicação
A comunicação é tão antiga quanto a própria vida, é algo inato à própria vida. Trocar incessamentemente partículas com o mundo exterior (Hubert Reeves, in Poeira de Estrelas). Assim começou a comunicação. Foi com a comunicação enquanto troca e simbiose que os organismos unicelulares evoluiram para plantas e animais. Nem todos o sabem ou reflectem sobre isto, mas um corpo humano é, na realidade, um aglomerado de seres vivos, microorganismos, bactérias e outros, que vivem simbioticamente. Ou seja, não somos Um, nem mesmo fisicamente. Cada um de nós é uma multidão.
Todos os seres vivos utilizam a comunicação para sobreviver. E, muitas vezes, para sobreviver, manipulando. Quando uma flor abre e exala aroma e esplendorosamente refecte a luz em cores maravilhosas, atraindo os polinizadores, está a comunicar.
Se pensarmos bem, não há nada que distinga o melhor marketeer do mundo de um vegetal, a esse nível. Também o marketeer comunica para sobreviver. Se necessário, manipulando, se necessário, mesmo enganando, como uma planta carnívora, por exemplo.
Na sua incessante busca por aquilo que distingue o ser humano dos outros animais, os cientistas ainda não conseguiram encontrar ou definir uma verdadeira diferença. Tudo o que parecia distinguir-nos dos outros primatas, por exemplo, é afinal comum a ambas as espécies. Nós processamos em maior quantidade a informação, mas não em qualidade. Os chimpanzés e os gorilas, tal como nós, desenvolvem estratégias, constroem ferramentas e abrigos, sonham, riem e choram, amam, sentem ciúme, inveja, irritação. Pensou-se em amor e altruísmo. No entanto, os animais também são capazes de sacrificar a sua vida por outros da sua espécie. Talvez o ser humano seja, no entanto, o único capaz de sacrificar a sua vida em prole de uma outra espécie. Quando um grupo de humanos, por exemplo, se coloca entre um arpão industrial e uma baleia, arriscando a própria vida, faz algo que nenhum outro animal ou planta faz. Excepto talvez o cão. Ou outro animal que tenha crescido com um humano. Mesmo assim, quando o fazem, acreditam que estão a defender a sua espécie, a sua matilha. Ou seja, não se trata realmente de altruísmo. Sabemos que não somos capazes de sobreviver sós. Precisamos dos “nossos” para sobreviver.
Utilizando uma análise racional desta e outras formas de altruísmo, um dia os cientistas podem descobrir que se trata de uma deficiência ou evolução genética. Aqueles que se colocam entre o arpão e a baleia, são deficientes ou mais evoluídos? Algo nos seus genes dir-lhes-à que o ecosistema tem de ser preservado a todo o custo, pois precisamos de outros para além da nossa espécie? Mas também pode tratar-se de uma deficiência, pois um dia o ser humano não precisará das outras espécies, nem mesmo do seu planeta ou do sol. Será capaz de produzir o seu próprio alimento a partir de átomos ou moléculas, dominará a fissão nuclear podendo criar as suas próprias estrelas, será capaz de terra-formação, para formar planetas capazes de sustentar a vida humana. Então, será uma deficiência, preocuparmo-nos com as outras espécies? Ou será aquilo que os budistas chamam compaixão e os cristãos amor?
Também o ser humano parece ser o único capaz de comunicar de forma não manipuladora e não egoísta, quando a todo o custo tenta preservar o conhecimento adquirido para as gerações futuras, já desde as pinturas rupestres. No entanto, a maior parte das vezes, comunica de forma vegetal, com o intuito único da sobrevivência.
No Movimento Outro Portugal, o grupo Comunicação propõe-se reflectir sobre este tema, propõe-se assegurar uma comunicação dentro e fora do grupo que seja uma troca, sim, mas não com o intuito de sobreviver, ou seja, meramente crescer e multiplicar-se, manipulando ou enganando, mas tendo em vista a partilha de informação, a preservação do conhecimento para as gerações futuras, a busca de alternativas que tragam uma maior felicidade e alegria a todos os seres humanos e todos os outros seres vivos no nosso planeta.
Nos últimos trinta anos houve uma mudança radical na forma como a nossa sociedade comunica. Houve uma democratização e globalização das fontes de informação e o acesso às mesmas. Actualmente, qualquer um de nós pode ser jornalista por um dia, ao filmar por exemplo uma situação de abuso com o seu telefone celular e colocar no YouTube ou nas redes sociais. A informação deixou de estar concentrada nos OCS's.
Por outro lado, nem sempre é possível verificar de forma fidedigna a informação que chega até nós, o que por vezes dá origem ao aparecimento de noticias ou acontecimentos fabricados, muitas vezes criados por grupos de pressão ou lobbys, para criar uma realidade que nem sempre é verdadeira.
A quantidade de informação a que temos acesso nem sempre corresponde à qualidade. Corremos o risco de obter um conhecimento superficial sobre muitos factos, sem aprofundarmos verdadeiramente nenhum deles.
O mesmo se passa com a comunicação ao nível inter-pessoal, ao comunicarmos muitas vezes telegraficamente ou com ícones para demonstrarmos os nossos pensamentos, passamos a ter um intermediário entre o emissor e o destinatário: o telefone celular ou o pc. A rapidez da comunicação aumentou, mas tal não significa que tenha aumentado a percepção e a recepção perfeita da mensagem.
O problema ou o obstáculo da comunicação entre seres humanos é nunca podermos apreender na totalidade a mensagem em todos os seus angulos: sensorial ou mental.
A um nível mais lato, a mensagem que chega até nós através dos orgãos de comunicação social, já vem filtrada pelos chamados "gate keepers", há um alinhamento de noticias que é decidido com o objectivo de "dar ao espectador aquilo que ele quer ver" ou, se quisermos, de "informar o público". Com os casos mais recentes de jornalistas que viram censurada a sua opinião, sabemos que nem sempre a realidade é assim. As agências de comunicação, desempenham cada vez mais o papel de intermediários entre os media e as empresas ou os partidos politicos. E muitas vezes o público tem acesso a apenas um angulo ou perspectiva da história. Aconteceu nos EUA na altura do presidente Bush, em que a Fox News foi praticamente veiculo de propaganda do governo.
Num Outro Portugal, a comunicação é o eixo principal, a base de tudo. Haver um equilibrio entre a comunicação virtual e a comunicação presencial em casa ou entre amigos. Olhos nos olhos. Cada vez mais falamos quase 24 horas por dia, sete dias por semana, cada vez com mais pessoas. Onde fica a qualidade e a profundidade da comunicação?
É importante chegar a uma proposta de comunicação saudável e não abusiva e invasiva como a que vivemos actualmente. Uma das questões sobre a qual temos de reflectir é: como propor isso a um nível nacional. Será que as pessoas querem realmente outro tipo de informação e comunicação, ou estão satisfeitas com o que têm... e terão coragem para mudar? Uma das soluções que consideramos interessante e que, como cidadãos, gostaríamos de ter, é um (pelo menos) canal de informação imparcial, cultural e socialmente rico. Falta algo que divulgue o que temos de melhor, um meio de divulgar coisas realmente úteis e construtivas para a população. Faltam programas que estimulem e que informem sobre o que de tão bom temos neste país.
Para além desta reflexão, o grupo da Comunicação tem como missão divulgar a existência do movimento cívico e cultural Outro Portugal, assegurando que o máximo possível de pessoas potencialmente interessadas em colaborar tomem conhecimento do movimento.
Para realizar esta missão, tem como principais tarefas:
- Assegurar uma boa divulgação dos blogs e páginas do Movimento na Internet;
- Manter um jornal online com notícias relevantes para o movimento, que sirva tanto de base de investigação para os membros do Movimento, como de angariação de novos membros, potencialmente interessados e que seja um resultado da reflexão acima mencionada;
- Proceder ao planeamento da comunicação do grupo, listando todas as actividades e cruzando a gestão e objectivos do movimento com as acções de comunicação.
- Propôr formas alternativas de divulgação sem ser via Internet;
- Dar apoio a eventos do Movimento, quer através da presença, quer logisticamente;
- Facilitar a comunicação entre membros do Movimento;
- Facilitar parcerias com outra entidades interessadas.
Os membros da Comunicação comprometem-se a não utilizar métodos manipuladores de comunicação, a divulgar apenas notícias no jornal Outro com fundamento científico e com qualidade e a aconselhar os restantes membros do grupo a tornarem a sua linguagem o mais abrangente possível, para que possamos reunir no movimento diferentes qualificações, culturas e inteligências.
A comunicação é tão antiga quanto a própria vida, é algo inato à própria vida. Trocar incessamentemente partículas com o mundo exterior (Hubert Reeves, in Poeira de Estrelas). Assim começou a comunicação. Foi com a comunicação enquanto troca e simbiose que os organismos unicelulares evoluiram para plantas e animais. Nem todos o sabem ou reflectem sobre isto, mas um corpo humano é, na realidade, um aglomerado de seres vivos, microorganismos, bactérias e outros, que vivem simbioticamente. Ou seja, não somos Um, nem mesmo fisicamente. Cada um de nós é uma multidão.
Todos os seres vivos utilizam a comunicação para sobreviver. E, muitas vezes, para sobreviver, manipulando. Quando uma flor abre e exala aroma e esplendorosamente refecte a luz em cores maravilhosas, atraindo os polinizadores, está a comunicar.
Se pensarmos bem, não há nada que distinga o melhor marketeer do mundo de um vegetal, a esse nível. Também o marketeer comunica para sobreviver. Se necessário, manipulando, se necessário, mesmo enganando, como uma planta carnívora, por exemplo.
Na sua incessante busca por aquilo que distingue o ser humano dos outros animais, os cientistas ainda não conseguiram encontrar ou definir uma verdadeira diferença. Tudo o que parecia distinguir-nos dos outros primatas, por exemplo, é afinal comum a ambas as espécies. Nós processamos em maior quantidade a informação, mas não em qualidade. Os chimpanzés e os gorilas, tal como nós, desenvolvem estratégias, constroem ferramentas e abrigos, sonham, riem e choram, amam, sentem ciúme, inveja, irritação. Pensou-se em amor e altruísmo. No entanto, os animais também são capazes de sacrificar a sua vida por outros da sua espécie. Talvez o ser humano seja, no entanto, o único capaz de sacrificar a sua vida em prole de uma outra espécie. Quando um grupo de humanos, por exemplo, se coloca entre um arpão industrial e uma baleia, arriscando a própria vida, faz algo que nenhum outro animal ou planta faz. Excepto talvez o cão. Ou outro animal que tenha crescido com um humano. Mesmo assim, quando o fazem, acreditam que estão a defender a sua espécie, a sua matilha. Ou seja, não se trata realmente de altruísmo. Sabemos que não somos capazes de sobreviver sós. Precisamos dos “nossos” para sobreviver.
Utilizando uma análise racional desta e outras formas de altruísmo, um dia os cientistas podem descobrir que se trata de uma deficiência ou evolução genética. Aqueles que se colocam entre o arpão e a baleia, são deficientes ou mais evoluídos? Algo nos seus genes dir-lhes-à que o ecosistema tem de ser preservado a todo o custo, pois precisamos de outros para além da nossa espécie? Mas também pode tratar-se de uma deficiência, pois um dia o ser humano não precisará das outras espécies, nem mesmo do seu planeta ou do sol. Será capaz de produzir o seu próprio alimento a partir de átomos ou moléculas, dominará a fissão nuclear podendo criar as suas próprias estrelas, será capaz de terra-formação, para formar planetas capazes de sustentar a vida humana. Então, será uma deficiência, preocuparmo-nos com as outras espécies? Ou será aquilo que os budistas chamam compaixão e os cristãos amor?
Também o ser humano parece ser o único capaz de comunicar de forma não manipuladora e não egoísta, quando a todo o custo tenta preservar o conhecimento adquirido para as gerações futuras, já desde as pinturas rupestres. No entanto, a maior parte das vezes, comunica de forma vegetal, com o intuito único da sobrevivência.
No Movimento Outro Portugal, o grupo Comunicação propõe-se reflectir sobre este tema, propõe-se assegurar uma comunicação dentro e fora do grupo que seja uma troca, sim, mas não com o intuito de sobreviver, ou seja, meramente crescer e multiplicar-se, manipulando ou enganando, mas tendo em vista a partilha de informação, a preservação do conhecimento para as gerações futuras, a busca de alternativas que tragam uma maior felicidade e alegria a todos os seres humanos e todos os outros seres vivos no nosso planeta.
Nos últimos 30 anos houve uma mudança radical na forma como a nossa sociedade comunica. Houve uma democratização e globalização das fontes de informação e o acesso às mesmas. Actualmente, qualquer um de nós pode ser jornalista por um dia, ao filmar por exemplo uma situação de abuso com o seu telefone celular e colocar no youtube ou nas redes sociais. A informação deixou de estar concentrada nos OCS's.
Por outro lado nem sempre é possível verificar de forma fidedigna a informação que chega até nós, o que por vezes dá origem ao aprecimento de noticias ou acontecimentos fabricados muitas vezes criados por grupos de pressão ou lobbys, para criar uma realidade que nem sempre é verdadeira.
A quantidade de informação a que temos acesso nem sempre corresponde à qualidade. Corremos o risco de obter um conhecimento superficial sobre muitos factos, sem aprofundarmos verdadeiramente nenhum deles.
O mesmo se passa com a comunicação ao nível inter-pessoal, ao comunicarmos muitas vezes telegraficamente ou com icones para demonstrarmos os nossos pensamentos, passamos a ter um intermediário entre o emissor e o destinatário: o telefone celular ou o pc. A rapidez da comunicação aumentou mas não significa que tenha aumentado a percepção e a recepção perfeita da mensagem.
O problema ou o obstáculo da comunicação entre seres humanos é nunca podermos apreender na totalidade a mensagem em todos os seus angulos: sensorial ou mental.
A um nível mais lato a mensagem que chega até nós, através dos orgãos de comunicação social, já vem filtrada pelos chamados "gate keeper" há um alinhamento de noticias que é decidido com o objectivo de "dar as espectador aquilo que ele quer ver" ou se quisermos de "informar o público". Com os casos mais recentes de jornalistas que viram censurada a sua opinião, sabemos que nem sempre a realidade é assim. As agências de comunicação, desempenham cada vez mais o papel de intermediários entre os media e as empresas ou os partidos politicos. E muitas vezes o publico tem acesso a um angulo ou perspectiva da história. Aconteceu nos EUA na altura do presidente Bush, em que a fox news foi praticamente veiculo de propaganda do governo.
Num Outro Portugal, a comunicação é o eixo principal, a base de tudo. Haver um equilibrio entre a comunicação virtual e a comunicação presencial em casa ou entre amigos. Olhos nos olhos. Cada vez mais falamos quase 24 horas por dia, sete dias por semana, cada vez com mais pessoas. Onde fica a qualidade e a profundidade da comunicação?
É importante chegar a uma proposta de comunicação saudável e não abusiva e invasiva como a que vivemos actualmente. Uma das questões obre as quais temos de reflectir é: como propor isso a um nível nacional. Será que as pessoas querem realmente outro tipo de informação e comunicação, ou estão satisfeitas com o que têm... e terão coragem para mudar? Uma das soluções que considero interessantes e que como cidadãos gostaríamos de ter, é um (pelo menos) canal de informação imparcial, cultural e socialmente rico. Falta algo que divulgue o que temos de melhor, um meio de divulgar coisas realmente úteis e construtivas para a população. Faltam programas que estimulem e que informem sobre o que de tão bom temos neste país.
Para além desta reflexão, o grupo da Comunicação tem como missão divulgar a existência do movimento cívico e cultural Outro Portugal, assegurando que o máximo possível de pessoas potencialmente interessadas em colaborar tomem conhecimento do movimento.
Para realizar esta missão, tem como principais tarefas:
- Assegurar uma boa divulgação dos blogs e páginas do Movimento na Internet;
- Manter um jornal online com notícias relevantes para o movimento, que sirva tanto de base de investigação para os membros do Movimento, como de angariação de novos membros, potencialmente interessados e que seja um resultado da reflexão acima mencionada;
- Proceder ao planeamento da comunicação do grupo, listando todas as actividades e cruzaando a gestão e objectivos do movimento com as acções de comunicação.
- Propôr formas alternativas de divulgação sem ser via Internet;
- Dar apoio a eventos do Movimento, quer através da presença, quer logisticamente;
- Facilitar a comunicação entre membros do Movimento;
- Facilitar parcerias com outra entidades interessadas.
Os membros da Comunicação comprometem-se a não utilizar métodos manipuladores de comunicação, a divulgar apenas notícias no jornal Outro com fundamento científico e com qualidade e a aconselhar os restantes membros do grupo a tornarem a sua linguagem o mais abrangente possível, para que possamos reunir no movimento diferentes qualificações, culturas e inteligências.
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