O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 20 de fevereiro de 2010

variações em mim menor

A morte é um veículo veloz.
No poço todos os murmúrios são cantos de galinha.
Ó que zombie tão estridente é o mar!
O Homem tem as plantas como seu tesão.
A Gravidade está prestes a ser um feno comido pelos bois.
E a certeza é que debaixo da pele: um fogo-posto.

2 comentários:

ethel disse...

em cada sustenido um rosto novo/na cadência do pranto o riso a solta/renovo o compasso - apago o fogo.

esta foi a pele onde existi
debaixo dela: um fogo-posto
a mesma onde me traí.

Obrigada Flávio :)

João de Castro Nunes disse...
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