terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
sem título
"Diligências de luz, velhas tristezas
das almas que morreram para a luta!
Sois as sombras amadas de belezas
hoje mais frias do que a pedra bruta.
Murmúrios incógnitos de gruta
onde o Mar canta os salmos e as rudezas
de obscuras religiões — voz impoluta
de todas as titânicas grandezas.
Passai, lembrando as sensações antigas,
paixões que foram já dóceis amigas,
na luz de eternos sóis glorificadas.
Alegrias de há tempos! E hoje e agora,
velhas tristezas que se vão embora
no poente da Saudade amortalhadas!"
João da Cruz e Sousa, Velhas Tristezas
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3 comentários:
De quando em quando, a Poesia passa, envolta em metafóricos símbolos e doces palavras, pelo assanhado ninho das serpentes! JCN
assim é. e não se vislumbra qualquer esperança. os dias são de escuridão. não é o medo que nos tolhe. é a tristeza
"não é o medo que nos tolhe. é a tristeza."
Mesmo minusculada a frase tocou-me. É verdadeiramente bela, baal. Béelo!
Belo!
"à luta!"
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