O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Momento

No desaparecimento dentro do que finda está o Absoluto.

12 comentários:

Julio Teixeira disse...

O Todo é o Nada, antes; e o nada depois...
Mas o Todo sempre permanecerá na Impermanência de si mesmo, para que a ilusão se renove nas formas cambiantes do tempo.

No fim só Ele existe.

Pois acredito, segundo o dito:

O que é não precisa ser provado,
e o que não é pode ser provado.

Esta é a fundamentação lapidar da Maya Budista e Vedantina.

Nuno Maltez disse...

Mudo e desolado cenário
e a vida que passou
pousada no tempo com o vento
mudou, desapareceu, e outrora
fui eu e tu e o alento, e de nós
o sustento e proveito e o peito
e o amor e a carne e o corpo
e tudo o que em nós se fundiu
deu na margem que o rio pariu
e do fio só já sobra o frio
e do frio vem a doce explosão
e agarras o mundo com a mão
e de tudo o que és te libertas
e és nada e és tudo e despertas
e em ti a realidade inspiras, para ti
tudo atiras e rejeitas e quebras
e tudo sabes vazio, aparente e sem regras
tudo crias, inventas, imaginas e pensas
e em ti a maré que vês moves, e é em ti que chove
e em ti, dentro, brilha e brilha o brilho nas rochas
e trilhas os trilhos sem tochas, teus pés descalços nas poças
nas poças, pisas as poças, e o que pisas é tempo
e és o antes e o depois e um eterno agora
és para sempre, e és sempre mar de gente, és as gentes
a aurora, os teus cabelos, rubro rosto de fogo, vitória
e da vida a nascente, mais que a história, para lá do além
és bem dentro, interior, és bendita, bendita, és glória.

João de Castro Nunes disse...

Torrencial inspiração... ou conversa fiada?--- JCN

rmf disse...

Aqui, descanso...

Anónimo disse...

Também aqui me sento e respiro. Sinto-me em paz por ser o momento, sinto-me bem, sem lher dar nome de qualquer coisa. Esse momento em que desapareço é o Absoluto em que estou sem mim.

Agora, neste instante, visito-te, Luiza! Sabe-me bem!

Paulo Borges disse...

O absoluto estará?

Julio Teixeira disse...

Se não estiver não será Absoluto.
Tudo teve e terá um origem e só essa origem é.

Eu acredito só nisso como Pensamento do Eterno.

O resto são de talhes, como disse Einstein.

baal disse...

olha,olha... um observador (im)parcial,jt. a querer dizer é impreterivel a existência de um fora(do sujeito), parece consensual. mas sabemos de tantas coisas que já foram consensuais.

Anónimo disse...

É a vida!

Anónimo disse...

Luxo. Lixo.

Anónimo disse...

Filinha indiana.

Julio Teixeira disse...

Sujeito Absoluto só existe mesmo Um.
Salvo Baal Bey e Baal Mirah, mas isso será mesmo outro caso, que não vem ao caso casar com o descasado verso no verso do UNO...