O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 1 de junho de 2009

Olhares Europeus sobre Fernando Pessoa - 2 de Junho - 15 h

7 comentários:

Anónimo disse...

Não é só Pessoa... Traduza-se para inglês Raul Brandão, Pascoaes, Raul Leal, José Marinho, entre outros, e espante-se o mundo...

E confundam-se os ignorantes que ainda dizem que em Portugal não há filosofia.

Anónimo disse...

... e há muito quem se apresse a dizer: Não há filosofia portuguesa. Esquecendo-se que nessa negação vai a afirmação de que, na verdade, os que isso afirmam querem negar o que na mesma negação afirmam... portuguêsmente...
Sampaio Bruno, Leonardo Coimbra, José Marinho, Agostinho, Teixeira de Pascoaes, Braz Teixeira; Pedro Sinde; António Telmo, Orlando Vitorino; Paulo Borges, entre outros. O que serão? Ingleses?

Paulo Borges disse...

Agradeço, cara Saudades, ter-me incluído nesta ilustre galeria, mas sinceramente não me considero filósofo. Para isso teria de, como os indianos e os gregos antigos, viver o que penso e pensar o que vivo, coisa que não posso presumir. Por outro lado, não me reconheço na filosofia, como não me reconheço na poesia, na literatura, nem nas artes. Reconheço-me noutra coisa, que me é e por isso não conheço, mas sei.

saudadesdofuturo disse...

Sabemos, Paulo.

Saudades.

baal disse...

é o sentimento originário que nos funda, não sabemos mas sentimos. esta sim é a derrota do conhecimento, e talvez a vitória da alegria.

Paulo Borges disse...

Há um saber maior que o conhecer, um saber-sabor que é a sabedoria.

Slavoj Zizek disse...

“Neste caso, o criticismo óbvio é o seguinte: não revelarão os exemplos de Badiou o limite da sua própria lógica? Sim ao ódio pelo inimigo, à intolerância em relação à falsa sabedoria, etc, mas a lição do século passado não terá sido a de mostrar a necessidade de respeitar um certo limite, mesmo – e sobretudo - quando nos lançamos num tal combate? O limite a respeitar não será o da alteridade radical do Outro? Nunca deveríamos reduzir o Outro à figura do inimigo, ao suporte do falso saber, há sempre nele, ou nela, o Absoluto do abismo insondável de outrem.”

In “A subjectividade por vir”

Lembrete: Gosto da verificação de palavras! Olé!