O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 10 de junho de 2009

Frederico García Lorca / El Silencio

Oye, hijo mío, el silencio.
Es un silencio ondulado,
un silencio,
donde resbalan valles y ecos
y que inclina las frentes
hacia el suelo.


Federico García Lorca, 1922

4 comentários:

Cansado disse...

O que há a dizer? As palavras são tão cansativas...

Anónimo disse...

Muito grata, Liliana, por estas palavras e pelo silencio que há nelas.

P.S. Vou com elas encimar um texto que as desvirtua, mas é a minha maneira de falar com ele.

Um sorriso.

Liliana Gonçalves disse...

Cansado: há palavras cansativas, outras há, que são vales de silêncio, de luz, de diálogo...

Saudadesdofuturo:ainda bem que lhe serviram de inspiração. Ficarei à espera de ler as suas palavras sobre o silêncio.

Anónimo disse...

Foi de facto a inspiração para o que está em saudadesdofuturo já postado. Aqui chegará decerto.

Onde me levou também lhe chegará em música ao reino de El Andaluz. Que belo mix me veio parar às mãos a propósito de (coincidência interessante) de Yasmin Levy. Conheça "Manu Suave" "Serena" e "Alegria".

PS. Parece "heresia" no dia de Portugal e das Comunidades, mas acho que são nós de marinheiro e rosas do deserto, e palmas de pátios andaluzes... Cantos do Sul...

Um sorriso de boa tarde