O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 10 de outubro de 2009

Saudação

Fotografia de Maria Sarmento


(Saudação silenciosa, amorosa e sentida a um querubínico ser em viagem por um Mar de plenitude. Para que a razão seja o Silêncio de uma Saudade que não tem tamanho: um Mar maior que o Tempo. Para Sempre, entre Infinitos, seja, Damien, o lugar que nos canta e que nos perdoa a “maldição” da Poesia.)

É do rumor fundo e eterno do silêncio
Que a voz evoca a narrativa trágica
Fomos, em algum tempo, traídos pelo Tempo
É por ele que libertamos a palavra

Para que o Amor seja o rumor de fundo
Que o dia guarda na sua mão fechada
E a palavra desenhe no coração do drama
Os símbolos e os signos da nossa história antiga

O que não pode ter voz que não seja metáfora,
O que não se arruma na estrutura de um verso,
de uma sílaba, de um som
Não pode cair na infâmia de um grito!

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