O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 13 de outubro de 2009

muitas falas

Muitas falas escoando
pelos caminhos vazios:
Não imaginas quando
Os caminhos eram rios.

8 comentários:

platero disse...

Invadindo a minha propriedade?
gostei
como é possível dizer tanto em tão poucas palavras
abraço

João de Castro Nunes disse...

A Poesia... não é propriedade de ninguém! JCN

João de Castro Nunes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João de Castro Nunes disse...

Ao meu jeito... sem jeito:

Quantas falas escoando
pelos caminhos vazios
aos poucos vão transformando
esses caminhos em rios!

JCN

Anónimo disse...

Imagino, sim, meu Amigo!...

Atravesso a nado esses rios, só para te abraçar!

rmf disse...

Este poema fala da eternidade, da distância, do Tempo... Poema onde se afiguram elementos, substâncias e essências. Muitas falas em tão poucas palavras.
Abraço, Soantes.

Semente disse...

Caro Soantes...

gostei do comentário do Rui.
Assino por baixo*

fas disse...

Obrigado, amigos. A alegria da partilha é também um rio, uma água corrente e murmurante. E o Platero, claro, um mestre das quadras.