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domingo, 18 de outubro de 2009
hipparion
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Powaqqatsi - Life in transformation
Etiquetas:
espera e saudade.,
exílio,
expectativa,
Powaqqatsi,
reflexão
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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5 comentários:
Dizia o meu avô que a queda de um burro era pior do que a queda de um cavalo. Mas muitas vezes cairmos em nós é o diabo!
:)
É o diabo! Como se costuma dizer :)
Abraço Paulo :)
A tua linguagem, Rui ("É o diabo! Como se costuma dizer"), exige-me sempre um esforço extremado, levado ao limite do exaurido, não só porque cada nova palavra tua me é absolutamente inesperada como um susto ou o pânico trágico duma cena, mas também porque cada uma parece querer apontar para algo que não é ela, mas que está de algum modo já nela, para a cada instante querer furtar-se a isso.
Se eu quisesse "resumir" este teu texto espantoso diria que ele fala de como lidar com a vida se ela fosse, como creio te seria desejável e eu concordo, tão inesperada e inaprendível quanto a queda de um cavalo.
Cada queda de cavalo é, a um tempo, queda dele e queda em nós.
Cair em nós é algo de não tão amiúde ocorrência como talvez queiramos supor ou dar por aceite. Isso seria reconhecer que estamos menos vigilantes do que gostaríamos de acreditar, sobretudo porque nos desmonta desse "parco realinhamento instado" de que tão bem falas.
Preferimos sempre "viver uma tranquilidade de tempos díspares moldando-os a um só tempo" - n’ "a expectativa [, de] algo físico ou imaginário [… ,] generosamente vivenciada, ultrapassando términos de tudo o que se pensa crível".
Preferimos isso ao "desassossego noctâmbulo navegado ao dorso de uma constelação" que nos reduz ao simples "assentar definitivamente todos os objectivos num cadáver".
Tudo isso, dando-nos a esperança - que é "esse viver para o futuro sem saber como lidar com o presente" -, remete-nos para o insituável susto da "queda de um cavalo", "breve reingresso à consistência", para "viver o tempo que resta com a mente focada e alinhada para essa distância", "compondo toda a [...] vida de acordo com a indicação magnética de que tudo o que daí advém será um fim", quando talvez não seja.
Ufff!(risos)
Abraço.
Viver uma mudança esperada, planeada e provocada por nossa vontade, tem destas coisas :) Boas... digo eu...
Porque antecipadamente pensamos na mudança e no resultado dela nesses dias da frente, ao mesmo tempo que temos saudade daquilo que ainda não deixámos para trás.
A esse tempo intermédio o que chamamos?
Mas o que fica cá dentro, no fundo é uma sensação muito boa. Porque na maioria dos casos a mudança pela qual esperamos e que desejamos, acontece numa altura de ruptura de nós mesmo, de perda de uma certa identidade que sentimos necessidade de voltar a encontrar e de juntar àquilo que julgamos que somos ou que julgamos querer ser.
Beijos e desejo de boas Rosas-dos-Ventos*
(eu sei que me percebeste ;))
"Desenganemo-nos da esperança, porque trai, do amor, porque cansa, da vida,
porque farta e não sacia, e até da morte, porque traz mais do que se quer e menos
do que se espera."
Na floresta alheado e desassossegadamente agradecendo, um abraço, dos vossos braços.
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