O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Agora

Centenas de ardilosas civilizações,
infindáveis hábitos e doenças kármicas,
montanhas de pergaminhos sagrados e preciosos ensinamentos...
Nós, radicalmente, deixamo-los todos para trás –
milhares de hipnotismos e técnicas várias
e podre apego a monstruosas organizações religiosas...
Apesar de éons de desenvolvimentos de sabedoria símia extremamente sagaz,
tal paradigma não pode afinal alcançar este momento único,
vacuidade-sentar.

Quando, inesperadamente, estamos fora de todos os circuitos rígidos
da nossa intrincada floresta de sistemas arranha-céus
na prisão das nossas cabeças encaixotadas,
imediatamente, este agora de luz-vida-amor último,
inevitavelmente, insubstituivelmente, aqui está; a própria resposta-realidade actuante,para tudo.]
Agora.

- Hôgen Yamahata, “Uma gota de orvalho no deserto” [excerto].

2 comentários:

Luiz Pires dos Reys disse...

Mas que bela lufada de ar fresco!

E que ar tão frescamente lufado!

Bem, já agora: que "lufa" tão arejadamente fresca!

(Espera, que me entrou para o deserto da vista uma gota de orvalho. Agora!)

Saúdo-te, Paulo. E a mim também (risos)... nessa vacuidade-zazentada.

Paulo Borges disse...

Agora!