O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 18 de outubro de 2009

Interior

Ando ao contrário da
civilização.

Pesco na praia
deserta.

Enquanto o mundo está
em rebuliço.

A sociedade é
longínqua.

Não me interessa para
nada.

Tudo se afunda num mar
de desejo.

Porquê?

O eu afunda-se em
si.

Perde-se em
sonhos.

Existo
longe.

O Universo respira
por mim.

2 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Tivesse eu quem respirasse por mim... que sofro de falta de ar! JCN

guvidu disse...

civilização tem demasxiado samsara...é bom não ser da 'carneirada'...