O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Olhar magistral

Reconhece na Tristeza as alegrias que choras
e prossegue desequivocado a queda nos abismos que te erguem fundo.

5 comentários:

Anónimo disse...

procurando unificar os fragmentos num uno pleno de sentido...adorei!

obrigda

fragmentus

Ana Moreira disse...

Resposta:
Claro que encontrei os teus olhos.
As tuas mãos também... no veludo das pétalas das rosas, na chama do seu carmim, na suavidade do gesto, no invólucro. Na tua ausência estiveste presente ali.
Viajarei!

Paulo Borges disse...

Luísa, há palavras cuja perfeição as faz sentir imperfeitas por haverem sido ditas/escritas.

Luiz Pires dos Reys disse...

Cara Luiza,

Como já nos habituou, a densidade riquíssima que confere aos seus textos é, de facto, sempre "eclosor" de espanto.

O que mais impressiona é o tensivo do fluxo/refluxo que vivíssimo se suspende: em puro acto.

Como uma pena... que se imobilizasse em pleno ar...

luizaDunas disse...

Ai Ana,
"na chama do seu carmim", que ternura... Ainda hei-de escrever sobre o enternecer. E de como tudo torna perfeito seja o que imperfeito for.

FrAgMenTUs,
ainda hoje um Amigo me dizia que a Tristeza faz parte da Grande Alegria, não sendo esta a do fugaz contentamento.

Lapdrey,
o puro acto é pura experiência do em mim, que me suspende e me solta de mim.

Paulo. Sorrio-te.