quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
perdoem qualquer coisinha
há dias eu soltava memórias com Saudades
sobre os tempos da Reforma Agrária.
Volto a invocá-los- para fins hoje diversos.
Para falar de um insignificante poeminha da época
que perdi, como tantos outros, porque escritos no inadequado suporte para esse efeito.
O Poema. Título:
"Dás oliveira...."
dás oliveira
frutos redondos
colhê-los dói
nas mãos nos ombros
dás oliveira
frutos pequenos
sabê-los de outros
-a quem os colhe-
não lhes dói menos
dás oliveira
frutos amargos
das feridas fundas
que vais fazendo
nos dedos magros
era quando nós sentiamos assim: simples mas duro.
eu ia a casa de Saudades beber tintos. Uma vez ouvimos a notícia da morte de Neruda.
"Dás oliveira"- nunca mais eu soube nada dele. Nunca datei um poema, esclareci outrodia. Nem sequer me dou ao trabalho de guardar a esmagadora maioria. Cuido de os tirar do bolso da camisa - para não me entupirem o filtro da máquina- de- lavar.
é do tempo de "Carta-aberta a um ladrão de automóveis", que teve, à época, algum sucesso mediático. Talvez no entardecer da Revolução de Abril - 76-77 ?
2007 - volvidos portanto 30 anos - dou comigo a descobrir o narcisismo de procurar na NET os meus feitos pessoais.
passo várias vezes pela parceria "Meu nome/nome de compositor musical", sem parar para estabelecer nexos, tão absurda me parecia a associação.
Resolvo então remexer a memória em torno da musicalidade de dás oliveira. E concluir que era um simulacro de poema que eu teria escrito há muito tempo.
tinha sido musicado; fazia parte do Repertório de vários grupos Corais, entre os quais o de Queluz - que me apressei a contactar, sabendo que ia ser apresentado em Sintra no Concerto comemorativo do 25 de Abril.
Autor da música: Fernando Lopes Graça.
Ora bem, é o mesmo Grupo Coral de Queluz que vai no próximo Domingo, dia 11 de Janeiro, pelas 17 H , entre um escolhido e seguramente recomendável repertório, interpretar o insignificante mas musicalmente esmagador "Dás Oliveira". Incluido no seu Concerto de Ano-Novo. Platero toma a liberdade de convidar você. Aceita?
Platero vai fazer tudo por estar lá, na esperança de verter mais uma lagriminha vinda de onde nem ele ainda descobriu
sobre os tempos da Reforma Agrária.
Volto a invocá-los- para fins hoje diversos.
Para falar de um insignificante poeminha da época
que perdi, como tantos outros, porque escritos no inadequado suporte para esse efeito.
O Poema. Título:
"Dás oliveira...."
dás oliveira
frutos redondos
colhê-los dói
nas mãos nos ombros
dás oliveira
frutos pequenos
sabê-los de outros
-a quem os colhe-
não lhes dói menos
dás oliveira
frutos amargos
das feridas fundas
que vais fazendo
nos dedos magros
era quando nós sentiamos assim: simples mas duro.
eu ia a casa de Saudades beber tintos. Uma vez ouvimos a notícia da morte de Neruda.
"Dás oliveira"- nunca mais eu soube nada dele. Nunca datei um poema, esclareci outrodia. Nem sequer me dou ao trabalho de guardar a esmagadora maioria. Cuido de os tirar do bolso da camisa - para não me entupirem o filtro da máquina- de- lavar.
é do tempo de "Carta-aberta a um ladrão de automóveis", que teve, à época, algum sucesso mediático. Talvez no entardecer da Revolução de Abril - 76-77 ?
2007 - volvidos portanto 30 anos - dou comigo a descobrir o narcisismo de procurar na NET os meus feitos pessoais.
passo várias vezes pela parceria "Meu nome/nome de compositor musical", sem parar para estabelecer nexos, tão absurda me parecia a associação.
Resolvo então remexer a memória em torno da musicalidade de dás oliveira. E concluir que era um simulacro de poema que eu teria escrito há muito tempo.
tinha sido musicado; fazia parte do Repertório de vários grupos Corais, entre os quais o de Queluz - que me apressei a contactar, sabendo que ia ser apresentado em Sintra no Concerto comemorativo do 25 de Abril.
Autor da música: Fernando Lopes Graça.
Ora bem, é o mesmo Grupo Coral de Queluz que vai no próximo Domingo, dia 11 de Janeiro, pelas 17 H , entre um escolhido e seguramente recomendável repertório, interpretar o insignificante mas musicalmente esmagador "Dás Oliveira". Incluido no seu Concerto de Ano-Novo. Platero toma a liberdade de convidar você. Aceita?
Platero vai fazer tudo por estar lá, na esperança de verter mais uma lagriminha vinda de onde nem ele ainda descobriu
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8 comentários:
Dia 11 de Janeiro às 17h... e o local, Platero?
interessados
grato pela atenção.
concerto anunciado para Palácio Nacional de Queluz -
dia 11
17 horas.
Amigo Platero, iria decerto, mas tenho nesse mesmo dia e hora a festa de anos do meu filho mais velho...
Felizes lágrimas!
Platero,
Obrigada pela informação sobre o acontecido regresso de "Dás oliveira", que porventura é candeia do riso dos teus olhos. Queluz, parece-me bem o nome, pois a queremos, à Luz. Mas para chegar lá, Queluz é longe...fica do outro lado do atlântico...
O teu nome ao lado de Lopes Graça, tem muito encanto, tem muita graça.
Se formos iremos, lá nos encontraremos. Se não formos (nem tu, Platerito nem eu), ficam as saudades a arder na lamparina voz que as há-de soltar e dar "às oliveiras" a luz que é de todos, poema.
Um abraço grande, Platero.
Amigo Platero, saudações, congratulações e abraço de parabéns pela boa companhia de L.G.!
Aliás , foi ele quem ficou mais a ganhar com a excelente companhia poética deste "dar de oliveira"...
Um nota semi-à-margem:
O Fernando Lopes Graça esteve ligado, como é sabido, à Academia dos Amadores de Música.
Estou em crer, meu caro Platero, que não terá outro remédio senão aceitar ser promovido a decano da "Academia de.... Amadores da Oliveira".
Forte abraço!
De Vila Real a Sesimbra é um talo, de Sesimbra a Queluz é um lance!
E porque estou perto, tudo farei para aparecer.
Um abraço.
ao Paulo Borges
Parabens pelos anos da criança - um dia alegre e feliz de comemoração.
à Saudades:
2 ou 3 minutos de duração de uma pequena canção não justificam uma deslocação nem mesmo entre Bairros.Quanto mais de centenas de quilómetros.
a musicalização do pequeno poema é por assim dizer o apogeu, o climax da minha carreira literária. Que se traduz em não ter um só livro publicado. Uma espécie de maratonista que não vai passar dos exercícios de aquecimento.
Não estaria, pois, à espera de encontrar-te em Queluz - quando, aqui tão perto, passamos anos sem nos avistarmos.
Culpa de quem?
da VIDA.
beijinho para ti
a Lapdray
gosto do seu espírito de humor. Nisso tomo a liberdade de me considerar semelhante ao meu bom amigo.
um ramalhudo abraço deste que...
ao Vergílio Torres:
o meu convite à "dança"está explicado no segredo contado atrás à Saudades. Conheces as fumarolas dos Açores? de S.Miguel sobretudo?
O meu pequeno poema musicado é uma espécie disso.
Não vou estranhar, portanto, não te ver em Queluz.
Um dia, quem sabe, à volta de um bom copo...
grande abraço
Lindo, Platero:
Sei que te vejo a brincar com as palavras e com as distâncias. Sabes tu, medir em Saudades, a distância? Os encontros que temos não são mensuráveis e os 3 minutos da “tua” canção são para mim menos importantes do que saber-te o que és. Maratonista da vida, sempre a inventá-la. Queres falar-nos em linguagem matemática? (humor privado, desculpem).
Não exageres, porém, Platero, no tempo. Ainda ontem estavamos em Reguengos a falar sobre a poesia que se faz acção. Escola.....
Um grande abraço: Vai nevar! E tu logo respondes: Vai tu.
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