O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 31 de janeiro de 2009

"No meu nascimento [eterno] todas as coisas nasceram..."

“No meu nascimento [eterno] todas as coisas nasceram e eu fui causa de mim mesmo e de todas as coisas, e se eu o tivesse querido eu não seria, e todas as coisas não seriam, e, se eu não fosse, “Deus” também não seria. Que Deus seja “Deus”, disso eu sou uma causa; se eu não fosse, Deus não seria “Deus”” – Mestre Eckhart, Beati pauperes spiritu...

10 comentários:

Marta Rema disse...

isto é a lembrança de tudo.

Anónimo disse...

É verdade, Maísha. Porém, se constantemente o lembrássemos, lembrar-nos-íamos ou viveríamos na incandescência do eterno instante?

Anónimo disse...

1,2,3,4

1,2,3,4

1,2,3,4

trrim trrim!

1,2,3,4

1,2,3,4

1,2,3,4

trrim, trrim!

Anónimo disse...

Eis-me, eis tudo, eis!

Luiz Pires dos Reys disse...

... "o Primérrimo" e "Ultérrimo", de que "nada não" pode ser dito...

Eckhart é, por certo, "cúspide" e "abismo" do Ocidente do "Nada não-Nada"...!

Anónimo disse...

.

Anónimo disse...

Reparem! No segundo "trim trim" da máquina ocorreu um desvio em relação ao primeiro. Há uma vírgula, uma alteração no ritmo.

É verdade, o que uma ilusão consegue!

Anónimo disse...

não são as multiplicidades pré-existentes? não é o uno uma amálgama de multiplicidades separadas e existentes por si, das quais retiramos uma ideia de unidade?
Somos diferentes e múltiplos e isso produz-noa a ideia de unidade (Deus/Uno).

Anónimo disse...

Como pode haver diferentes sem uno e diferentes e uno sem algo que os não seja?

Anónimo disse...

caro anónimo

a unidade é uma emanação virtual da diferença, a multidão de diferenças transmite-nos a ideia de unidade, este é, possivelmente,o rizoma deleuziano.