O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Frio

O frio percorre-me o corpo e penetra na alma.

Recolho-me como pássaro sem asas, onda sem espuma, ou vento sem aroma.
Queria ser do mundo e de ninguém.

Apenas liberdade pura, espaço sem espaço, tempo sem tempo, ser sem ser... amplitude e essência, silêncio e comunicação.

Até lá... naufraga em memória, refém em ti, anjo que se queda e não sorri.

2 comentários:

luizaDunas disse...

FrAgMenTUS,

Belíssima a imagem do pássaro sem asas, e a da onda sem espuma... o vento sem aroma. O mínimo de exposição para o máximo recolhimento que é o que a Estação do frio nos esclarece sobre a melhor maneira de não perdermos calor.

Também gostei muito da Primaverve da Tamborim. A Primavera é muito exigente, dado o seu carácter empreendedor impetuoso com repentinas e constrangedoras mudanças de humor. Neste caso importa manter ou desenvolver a flexibilidade.

guvidu disse...

obrigada pelas palavras, Luiza.
um sorriso :)