O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009


(Um brinde a todas as Serpentinas criaturas, uma homenagem às fremosas sennores, deusas... serpentilíneas... belas, inteligentes e... espiritualmente de penas sublimes... :))
Os desenhos são para colorir!)



Esta é de loor de Santa Maria, com' é fremosa e bõa e á gran poder.

Rosas das rosas e Fror das frores,
Dona das donas, Sennor das sennores.

Rosa de beldad' e de parecere
Fror d'alegria e de prazer,
Dona en mui piadosa seer,
Sennor en toller coitas e doores.
Rosa das rosas e Fror das frores...

Atal Sennor dev' ome muit' amar,
que de todo mal o pode guardar;
e pode-ll' os peccados perdõar,
que faz no mundo per maos sabores.
Rosa das rosas e Fror das frores...

Devemo-la muit' amar e servir,
ca punna de nos guardar de falir;
des i dos erros nos faz repentir,
que nos fazemos come pecadores.
Rosa das rosas e Fror das frores...

Esta dona que tenno por Sennore
de que quero seer trobador,
se eu per ren poss' aver seu amor,
dou ao demo os outros amores.
Rosa das rosas e Fror das frores...

Obtido em "http://pt.wikisource.org/wiki/Cantigas_de_Santa_Maria/X"

11 comentários:

Anónimo disse...

... mas que postagem sem graça! ;)
Uma (des)Graça!
Ou como dizem os alentejanos "uma desgracêra"!

Agora vou reler o "Auto do Nascimento do Menino" de Mestre Talhinhas!

Aconselho vivamente...
o texto é uma "delícia" de Natal!

Anónimo disse...

Transcrevo:
"Atão" o que ""l'há-des" tu "trajer", ó Xilbestre"?
Eu cá "tragarei-lhe" uma pelinha
Muito bem "xovadinha"
Qu'é p'rá "Xenhora" lhe "fajer"
A "xu" caminha!

...

(Uma "sopa" deliciosa para a ceia!)

Bom Pré-Natal!

baal disse...

são só rosas, de cravos (revolução) é que nada.
responde saudades:
vai descansar baal.
bom 16 de dezembro dia de nascimento do compositor do hino à alegria.

Anónimo disse...

Lopes Graça! Baal!

O "Acordai"!

Também gosto de Beethoven
Não digo que seja para descansar já, baal, pois que não o acho cansado nem nervoso.
Com cravos na mão o saúdo!

Uma rosa... no coração!
Não Alegre... Não Triste!

Um beijo

P.S. Bom dia 16 de Dezembro, baal. E... pelos vistos... já~não tem medo de mim :))
Não descanse ainda!

Saudades!

baal disse...

sabes saudades de quando em vez penso se devemos agir? quem age altera e nada de bom realiza. por outro lado penso, se não agirmos o que seremos?
em relação aos nervos (tinha que ser uma ideia parva) só fico nervoso junto a uma mulher bonita.

baal disse...

hino de caxias

(do que me lembro)

podem cortar meu corpo à chicotada
podem calar meu grito enrouquecido
.....
.....
treme carrasco que a morte te espera
na hora de fogo da libertação.

(e depois...nada)

Anónimo disse...

Bem, baal! Estamos a conversar.
Eu lembro-me do coro de Lopes Graça e de toda a acção que fui e sou...
O homem é também um "animal de memória", embora não pareça, e, em certos momentos, o "povo" queira esquecer... tal como o poder...

Pretender que se esquece ou esquecer é um mudar de pele.
Agir e não agir... Sempre agimos, enquanto vivos. De forma mais serena, ou mais nervosa.

Não temo que comigo se venha a enervar, meu bom baal!

Um abraço, gostei da conversa!

Perdoo-lhe o ter-me feito tremer com o hino.

Conhece o texto "Casa de Saúde de Caxias"? de F.P.?

baal disse...

minha 'boa' saudades de temeridades nunca saberemos, saúdo-te e saúdo a serpente.
não posso deixar em nome da liberdade, de dizer:
'oiço ruir os muros quebrar as grades de ferro da minha prisão,
treme carrasco que a morte espera-te na hora de fogo da libertação'
bons sonhos

baal disse...

por falar em ruir, sentiste a movimentação telúrica?
abraço

Anónimo disse...

Evidente que senti. Eu sou terra, fogo, ar e água. Elementos que formam o corpo das coisas que existem, mais os que não existem... e também voam... " são 'tataranhos'! o são os "andjos"! (Bonecos de Santo Aleixo)

Querido baal, Senti de uma forma diferente do outro grande sismo passado.
Em todo o corpo o senti, e até na alma... mistérios estranhos das entranhas...

Um abraço baálico!

João de Castro Nunes disse...

Nós, os alentejanos cá de cima... mal o sentimos! JCN