O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

E não é que fugiu?!



Cá vai um soneto escrito num guardanapo

Que deveria servir de nota de resgate

Mas o post quando se viu sem sua cauda

Parecia um príncipe com forma de sapo


E vestido de sobretudo e disparate

Fugiu à procura de público que o aplauda

Deixando inconsolável a carcereira

Que via nele um espírito de varejeira


Sempre à procura do que melhor lhe convinha

Para saciar a sede de protagonismo.

Onde quer que ele ande a fazer o seu turismo


Não deve ter ido além da santa terrinha

Do Matusalém qu’há muito perdeu as botas

E bate o dente de frio com as meias rotas.

7 comentários:

João de Castro Nunes disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
João de Castro Nunes disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
João de Castro Nunes disse...

O SONETISTA

Maquineta me chamam de sonetos:
honrosamente o sou; mas é preciso
não confundir bom-senso com juízo
nem africanos em geral com pretos.

Fazer sonetos não é tão-somente
meter palavras dentro do aparelho
e dar à manivela sem que a gente
distinga o cor-de-rosa do vermelho.

Antes do mais, é necessário ter
suficiente engenho como teve
Luís Vaz de Camões, a quem se deve

a perfeição maior, e não sofrer
de falta de sentido musical
e miopia de ordem cerebral!

JOÃO DE CASTRO NUNES

Coimbra, 11 de Dezembro de 2009.

João de Castro Nunes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João de Castro Nunes disse...

O "apagão" é a arma... dos valentes! JCN

João de Castro Nunes disse...

Escrever num guardanapo
é sinal de pouco senso:
melhor seria num lenço
ou mesmo até num farrapo.

Agora num guardanapo
onde a gente limpa a boca!...
pela parte que me toca,
eu preferia num trapo!

De resto, que tem a ver
o guardanapo em questão
com os olhos do zarolho
que se encontra em discussão?!...

JCN

João de Castro Nunes disse...

Tanta farronca... para nada! JCN