O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 10 de novembro de 2009

"The only position from which you can never fall is the awakened state" - Dilgo Khyentse Rinpoche

"A única posição da qual nunca podes cair é o estado desperto"

3 comentários:

Paulo Feitais disse...

É uma grande alegria este vídeo, aqui na Serpente... Eu pessoalmente tenho muitas reservas à exposição das jóias mais preciosas ao escárnio e ao sem-propósito.
Muito haveria a dizer (o melhor é conter as palavras), mas estamos muito longe desta profundeza, desta inteireza e desta forma de respeito, pelos ensinamentos e pelo Mestre.
Acho que no mundo ocidental, e cá no portugalório de forma provincianamente mais pronunciada, substituímos a mestria por um conjunto de técnicas de transmissão do saber e de manutenção do estatuto do ensinante (e, também, do aprendente) que não visam mais do que reforçar o estado de não-iluminação: ou seja, o mundo não é um desafio, o real não nos interpela, para a mais radical das buscas – no abismo da mente.
E não há autêntico saber sem mergulho na apeiricidade irradiante, sem oceânica perdição na Compaixão. A mais exaltante elevação pode dar-se bem pertinho do chão. Como se pode ver neste vídeo.
Por estranho que pareça, foi isso que eu vi quando me abeirei da Filosofia em Portugal, já lá vão mais de duas décadas. Foi um abalo tremendo. E foi na ressaca desse abalo que aceitei vir para estas lides, a convite do meu professor de Filosofia em Portugal.
Para além do coaxar das rãs, o apelo profundo da demanda espiritual é o que nos liga ao futuro (ao tempo sem limites).
:)

Paulo Borges disse...

É um risco a assumir. Diz-se que contemplar e escutar certos seres cria conexões que levam inevitavelmente à libertação...

Paulo Feitais disse...

:)