O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

agir II

' porque, no amago de nós, qualquer cousa como uma consciencia nos acusa de nada termos feito, de nada termos substituído ao que perdemos. gememos alto, como velhos que padecem. e em gemidos, e imitações instantaneas, e começos abandonados de acção, os nossos gestos se cansam, as nossas idéas se evolam, a nossa vida se assombra e se relaxa.'

ricardo reis, « o regresso dos deuses»

à luta

2 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Que belo auto-retrato... encharcanso-se em aguardente... atrás de secretária... garatujando trocadilhos! JCN

João de Castro Nunes disse...

Ficou no tinteiro o adjectivo "geniais". Assim é que é, corrigindo a tempo. JCN