Despe mais o teu corpo
Despe mais os teus véus,
as tuas vestes, a tua poesia!
Despe-me (te) solenemente;
E quando fores só luz
E brilhares como uma transparência de ti:
Despida estrela da terra e do chão;
Quando já nada tiveres para despir:
Nem palavra, nem silêncio,
Nem infinito espaço
nem infinito tempo
Quando fores só luz de Luz
Despe-te ainda mais de ti e de mim.
E sê-me no imo Um Nada trasparente,
Deposita em meu colo esse Nada de palavras
Deixa -o florir no canteiro de mim!
E vamos colher as estrelas
Em outra dimensão que nos iguale em sonho!
Em outro Real nos quisémos Anjos
Em outros olhos nos quisémos boca
E com nossa saliva colámos as palavras
Ao Nada que sabemos e somos:
8 comentários:
Cara Saudades, deixou-me sem palavras para dizer a beleza e verdade deste poema! Gratíssimo
Indiscutivelmente... é Poesia! JCN
"VAMOS COLHER ESTRELAS"
Em nnoites de luar, de lua cheia,
"vamos colher estrelas" sem a mão
levados pelas asas da ilusão
que fronteiras não tem... na minha ideia!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Quem continua? JCN
Segunda qudra:
Se for preciso levo uma candeia
que pode ser meu próprio coração
que sempre ao rubro está como um carvão
que ao mais ligeiro sopro se incendeia.
JCN
Rematando, em verónica:
No escuro brilham como os pirilampos
que à borda dos caminhos e nos campos
derramam luz que de si mesmos brota.
Vamos colhê-las, pois! seguindo a rota
dos nossos sonhos que não têm limites,
por guia tendo só... nossos palpites!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Sujeito a polimento. JCN
loved!
Sensibilizado! Nem sempre atiram pedras! JCN
Grata pelas palavras, mesmo as não ditas: as que em silêncio mais nos falam; as que despidas mais nos despem, as que veladas mais nos mostram o rosto ausente que nos interroga no sîlenciar que nos escorre em palavras...
Um abraço.
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