domingo, 20 de janeiro de 2008
Parabéns à nossa Realeza Encoberta !
Passa hoje o aniversário do nascimento do rei D. Sebastião, cerca das oito da manhã, em 20 de Janeiro de 1554. Publico aqui o retrato atribuído a Cristóvão de Morais, na falta de encontrar a fotografia que a este mesmo retrato tirei, na manhã de 4 de Agosto de 1983, no areal de Alcácer-Quibir, de regresso ao local do crime, no ano em que fazia os mesmos 24 anos que o rei tinha quando desapareceu. Faço-o em homenagem não ao que foi, porque o que foi ninguém o sabe e muito menos essa ficção chamada História, mas na invocação disso que na verdade do mito se tornou e que o transcende: Encoberto. Isso que somos. Hoje, como sempre, comemora-se a nossa Realeza oculta. Parabéns !
"Acabara de nascer o príncipe Sebastião, baptizado com esse nome oito dias depois na capela do paço dos Estaus, para guardar a memória do misterioso dia em que viera a este mundo. [...] Foi esse menino que se fez rei aos três anos de idade e se perdeu aos vinte e quatro nas areias trágicas de África, para se tornar depois o Encoberto, que foi esperado como um messias universal" - António Cândido Franco, A Saga do Rei Menino, Lisboa, Ésquilo, 2007, pp.70-71.
"Louco, sim, porque quis grandeza
qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria ?"
- Fernando Pessoa, "D. Sebastião, rei de Portugal", Mensagem.
"É O que eu me sonhei que eterno dura,
É Esse que regressarei"
- "D. Sebastião", Ibid.
"Grécia, Roma, Cristandade,
Europa - os quatro se vão
Para onde vai toda idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião ?"
- "O Quinto Império", Ibid.
"Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Jazas, remoto, sente-te sonhado,
E ergue-te do fundo de não-seres
para teu novo fado !
Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,
Mas já no auge da suprema prova,
A alma penitente do teu povo
À Eucaristia Nova.
Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,
Excalibur do Fim, em jeito tal,
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele o Santo Gral !"
- "O Desejado", Ibid.
"Que símbolo final
Mostra o sol já desperto ?
Na Cruz morta e fatal,
a Rosa do Encoberto"
- "O Encoberto", Ibid.
"Quando virás a ser o Cristo
De a quem morreu o falso Deus,
E a despertar do mal que existo
A Nova Terra e os Novos Céus ?"
- "Screvo meu livro à beira-mágoa", Ibid.
"Acabara de nascer o príncipe Sebastião, baptizado com esse nome oito dias depois na capela do paço dos Estaus, para guardar a memória do misterioso dia em que viera a este mundo. [...] Foi esse menino que se fez rei aos três anos de idade e se perdeu aos vinte e quatro nas areias trágicas de África, para se tornar depois o Encoberto, que foi esperado como um messias universal" - António Cândido Franco, A Saga do Rei Menino, Lisboa, Ésquilo, 2007, pp.70-71.
"Louco, sim, porque quis grandeza
qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria ?"
- Fernando Pessoa, "D. Sebastião, rei de Portugal", Mensagem.
"É O que eu me sonhei que eterno dura,
É Esse que regressarei"
- "D. Sebastião", Ibid.
"Grécia, Roma, Cristandade,
Europa - os quatro se vão
Para onde vai toda idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião ?"
- "O Quinto Império", Ibid.
"Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Jazas, remoto, sente-te sonhado,
E ergue-te do fundo de não-seres
para teu novo fado !
Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,
Mas já no auge da suprema prova,
A alma penitente do teu povo
À Eucaristia Nova.
Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,
Excalibur do Fim, em jeito tal,
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele o Santo Gral !"
- "O Desejado", Ibid.
"Que símbolo final
Mostra o sol já desperto ?
Na Cruz morta e fatal,
a Rosa do Encoberto"
- "O Encoberto", Ibid.
"Quando virás a ser o Cristo
De a quem morreu o falso Deus,
E a despertar do mal que existo
A Nova Terra e os Novos Céus ?"
- "Screvo meu livro à beira-mágoa", Ibid.
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2 comentários:
Parabéns ao nosso Rei, neste dia de São Sebastião,
Acolhamo-lo, pois que “El-Rei vem de desertos, vem de três séculos de fome, vem pelos caminhos do exílio, do abandono e da perseguição; (...) Só quererá que o sirvam, com humildade, com respeito, com eficiente obediência; de estradas sabe ele melhor que nós; das estradas reais” (Agostinho da Silva, Quinze Princípios Portugueses).
Sejamos sebastianistas racionais! Sejamos pelo regresso poético da monarquia...!
E se fosse D. Sebastião que espera por nós, enquanto andamos a perder tempo a esperar por ele !?
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