segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Dêem-lhe uma chupeta para terminar o pranto! Ela precisa sugar avidamente uma chupeta para sarar uma espécie de avidez de felicidade, de preenchimento. E quando estas chupetas não mais a preencherem, dêem-lhe brinquedos diversos e depois amigos. Todos serão o mesmo, motivação e sentido para a vida porque falta sempre algo e alguma coisa corre mal. Pode ser que sem chupeta aprenda a saborear em exclusivo cada segundo na plenitude do momento ao desabrigo do passado e do futuro e esse “estar”, naquele canto, se torne tão excitante e arejado como estar no mundo todo com todos os amigos e nada mais precisar.
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4 comentários:
É essa mesma chupeta que sentes quando tiras fotos ?
Fazes bem a transição da infância para o que vem a seguir, neste blogue... a sua perda ou, melhor, a revelação de que a infância, por mais que a idealizemos, já é perda... Ou não nascêssemos todos a berrar e depois só nos aguentássemos de chucha na boca !... É porque a infância já é perda que depois muitos de nós queremos recuperar isso que há antes dela com o sexo e o erotismo, esperando que um dia tudo se transmude em amor... o que é raro !... Mas por mim prefiro as chuchas da idade adulta às da infância: pelo menos sabemos que são chuchas ! Ou será que não !?...
Moral da história: anda tudo de chucha na boca !
Eu por mim, digo que a persona é como um grande icebergue, lento, de muitas partes atarraxadas, o que uma parte quer a outra detesta, o que a uma dá prazer, à outra arrepia, e em muitas tensões interiores aí vamos caminhando... arrastados, eufóricos, convencidos do triunfo iminente, ou até da salvação conseguida, mas é sempre uma slavery, uma salvação do icebergue.
O momento, o momento, o momento, o mais fino momento, aquele quase infinitesimal. Sabes, o Paulo escreveu uma coisa no início deste blogue:
"Uma via para além de todas as ilusões. Sobretudo a de haver vias e quem as percorra, de haver de onde e para onde."
Ou seja, quando olhamos à escala do átomo, a via é uma ilusão, no mais ínfimo dos momentos encontramos aquilo que não tem porquê nem para onde, nem precisa de chuchas nem de mamadas, porque não tem caminho, nem origem, nem destino. Encontrámos? Não! Desencontrámos tudo e por isso ficou o que restava.
Mais que a Plenitude! (diria uma pessoa sensível ^_^)
(Acho que hoje não estou a fazer muito sentido, mas pronto! :)
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