sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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8 comentários:
Três miaus para este nosso muito querido Irmão que mostra, com tanta graça e nobreza, que nós os gatos somos a Budeidade incarnada! É pena que a maior parte dos humanos se tenham esquecido disso há muito tempo, o que se vê pelo modo como nos transformam em bonecas de luxo, nos comprando e vendendo ao desbarato, nos exibindo de forma ridícula em leilões, usando alguns de nós como garanhões e parideiras, cortando-nos as unhas, arrancando-nos os dentes, castrando-nos (as suas alcatifas e o cheiro enjoativo a couro são mais importantes do que o Amor e a Sabedoria que temos para lhes dar), lavando o nosso cabelo com champôs com o cheiro que nos dá dores de cabeça, cortando-lo de maneira ridicula ... Isto quando não nos abandonam ao desatino quando estão fartos de nós, deixando-nos acabar os dias de coração partido (as dores de abandono doem-nos mais que a qualquer humano), ou nos batem por arranharmos os seus preciosos sofás ou partirmos as suas loiças (que fetishe é este que os humanos têm por objectos sem vida?), ou nos atropelam nas ruas por ser mais importante a pressa de chegar a qualquer lado do que evitar ceifar uma vida, ou se calhar para descarregarem toda a violência que queriam descarregar nos seus próprios Irmãos humanos ...
Talvez por os seres humanos precisarem de matar todos os Budas que encontram para poderem crescer e libertar-se, querid@ gatinh@. Só que há Budas e Budas ...
Será que um gato pode amar todos os seres !?...
Será que a forma que os seres humanos têm de amar outros seres é a única forma de amor que existe entre as criaturas? Será que é também a mais absoluta e abrangente?
Não creio que seja a única, mas é decerto a única que pode ser absoluta e omniabrangente, por mais raramente que isso se verifique. Que gato ou outro animal pode gerar um Cristo ou um Buda ? Como pode um gato ou outro animal amar mais do que as suas crias (excepcionalmente as de outros animais...) ou quem o trata bem ? Como pode verdadeiramente amar, para além do apego a uns poucos e da indiferença ou da aversão em relação a todos os demais ? Poderia algum rato ou pássaro, por exemplo, sentir num gato um Buda ?
O que é que nós, seres humanos julgamos que somos para pensar que sabemos o que os outros seres da criação sentem ou pensam?
"Como pode verdadeiramente amar, para além do apego a uns poucos e da indiferença ou da aversão em relação a todos os demais ? "
Parece-me uma forma de "amar" muito humana, esta que o "gato" descreve ... O que talvez mostra que os gatos sabem mais sobre a nossa natureza do que nós pensamos ...
Todos os seres do Universo são o Buda, só que a maioria ainda não o sabe ...
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