O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Se tudo é ilusão porque é que é ilusão ?

6 comentários:

luizaDunas disse...

A Ilusão só existe na medida da Tua Realidade, isto é, na de cada um.

Porque a Realidade que nos é a todos comum - a (minha) "experiência universal" não é documentável - não me impregna de labirintos. Nem de questionamentos.

Mas mesmo assim eu não rejeito as ilusões. Também não as perfilho. É que eu Estou aqui,
e não Estou.

Anónimo disse...

Uma interrogação não é uma pergunta nem uma questão... Não tem de ter resposta...

Anónimo disse...

Mas esta é uma pergunta: porque escreves com tantas maiúsculas ?

Anónimo disse...

Esta gente não tem mais nada que fazer do que andar na net a perder tempo com coisas ridículas... Por isso é que o país está como está...

luizaDunas disse...

Há discursos dentro do Discurso, como há pessoas dentro da Pessoa. Sendo que o Discurso e a Pessoa não se encontram fechadas, definidas, quero eu dizer. E então como usar da palavra sem definição? (às vezes definindo-a, mas é só um expediente para a Indefinição)

A Palavra não tem de esclarecer o Todo que não lhe cabe, da Pessoa ou do Discurso, basta-lhe abrir o caminho para o Todo, que é a Visão que se pretende articular e partilhar. Não tem de ser uma comun.icação, embora ocorra também.

A maiúscula serve para ampliar e destacar, não a palavra, mas o que dela pretendo, isto é, que transborde, para além do Discurso e da Pessoa. (e do País)

(o uso que faço da maiúscula é também um acto involuntário, pois a Palavra tem muito mais para me revelar do que eu para a expressar. Isto é muito intrincado, eu sei, mas é assim que a Escrita me acontece)

Paulo Borges disse...

A linguagem pode ser uma teia onde a própria aranha se emaranhe...