sábado, 19 de janeiro de 2008
Manuelinho dá a linha e somos nós que nos enforcamos. Sejamos todos Parvos!
De pouco adianta quereres transcender tempo e espaço, Manuelinho, meu lindo e admirável Parvo. Bem sei que o mundo, com toda a sua complexidade, horror e maravilha, no fundo, não te basta. No melhor sentido da expressão. A mim também não basta. Como não basta aos Amigos de Alma que colaboram nesta Serpente Emplumada, cuja última pluma do rabo não pára de lhe fazer cócegas às ventas (no seu mundo às avessas, Manuelinho não resistiria à aliteração, e ao invés de "ventas", certamente, entre um e outro pum, escreveria "nádegas"). De modo que, neste espaço-tempo do Universo, embora seja grande o esforço, Ouroboros não consegue continuar a ser. As cócegas não deixam. Aqui e acolá, lapsos, instantes fugazes de iluminação, daquela iluminação que mais do que despertar, efetivamente liberta, fazendo das amarras, asas. Daí por que talvez o maior "faz de conta" seja justamente o teu, Manuelinho irmão. Ou seja: tu não és mais do que um indispensável personagem neste nosso terrível e extático drama universal. Entre Luz e Sombra, Abel e Caos, tu és indispensável. Tanto quanto cada um de nós o somos, em meio às nossas ilusões (literárias, filosóficas, artísticas, religiosas) e, mais importante, desilusões. O Nexo está no avesso, isto é, nas transmutações que as perdas, uma após outra, ensejam, até Caetanya e Adonai. Mas aí já não será este o nosso espaço-tempo.
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2 comentários:
Eis quem vê longe, alto e fundo
ao avesso de si e do mundo
Como pode o mundo bastar a alguém !? O mundo ou o universo é, na mais ampla das hipóteses, o todo e nós somos o infinito !
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