Às vezes, até parece que cantam
Às vezes tardam, as mãos...
E são os dedos que se agitam
São como plumas, os dedos,
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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10 comentários:
Pedras, não: antes um punhado de diamante negros com ocultos raios de luz no seu interior como estrelas na escuridão da noite! JCN
as mãos... pombas imaculadas e insectos necrófagos. Com elas fazemos e desfazemos os nós que somos, o que somos nós sem elas? :)
Adoro mãos, Saudades!
O que dizer???
ADORO MÃOS!
Para mim. estão ao mesmo nível dos olhos. Para mim, falam a mesma língua do olhar. Mãos e olhos são uma linguagem que pretendo passar o resto da vida a entender e a falar :)
Adoro Mãos*
BEIJO-TE AS MÃOS
Beijo-te as mãos, amor, beijo-te as mãos
as minhas tanta vez acarinharam,
beijo-te as mãos do modo que as beijaram
às damas nos salões os cortesãos!
Beijo-te as mãos que tu dizias feias,
mas que eram para miim como as das fadas,
distintas, elegantes, delicadas,
esculturais, ainda que não creias.
Beijo-te as mãos como beijaste as minhas
pelo amor que te dei, que ambos nos demos
durante o longo tempo que vivemos.
Beijo-te as mãos até à exaustão,
com toda a alma, todo o coração
posto a teuss pés no solo onde caminhas!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Repito o segundo verso, por incompleto:
que as minhas tanta vez acarinharam,
JCN
Sentes cair no colo
As tuas mãos cativas
De nuvens e de rosas
Aquelas que aturdidas
Na dança de asas plenas
Tiveram sentidas
Saudades serenas
Do colo dos segredos
Que libertam sentidos
Maçãs e poemas
Na pluma dos dedos
Belos poemas, Saudades e Soantes!
De fariseus... está cheio
hoje ainda o nosso meio!
JCN
Eu só posso agradecer por estas vossas palavras, que não tentam definir o mundo, nem indefinir o definido dele, mas que são doces de ouvir, sem vaidade... com muita Amizade as recebo.
Aproveito para me dirigir (desculpem!) ao Franciso e agradecer-lhe este belo poema.
Um beijo a todos.
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