Floresceu a atenção que veio do fundo
Agreste tentação de brevidade
Eternidade envidraçada na proximidade da aurora
São translúcidas as recusas a ser outro
Que alimentam a continuação e a espera que visa ao depois
Mas sendo um ou dois ou mil ou sem conta
A mesma inconstância o mesmo desamparo
Seja atento à identidade ou uma multidão levedada pela inquietude
Que dá às coisas um ar de abandono que as torna cortantes e inumeráveis
A mesma sem razão alimenta o desfiar das horas
A mesma incompletude desfila nas margens do desassossego
Nem travessia nem fuga para o alto
O mundo é um dilúvio de águas que ficaram por lavrar
O oceano de dentro o infinito tornado ermo e inconsolável resistência à concretude
Ser inerte ser possuído sem resistência pela indiferença das pedras
Frias de orvalho e esquecimento
E deixar o fim brotar
A fonte entre penedos e ervas com o aroma silvestre do que nem em sonhos é nosso
As águas do princípio
Ser-se é matar a sede com água salgada
Estar sujeito à inveja do sol
3 comentários:
bonito poema - com ilustração adequada
Nem mais. Subscrevo inteiramente a opinião do platero.
Só falta a minha!... JCN
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