O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 6 de outubro de 2009

ENTRE UNS E OUTROS

Entre os tais filhos da tal,
uns pequenos outros grandes,
uns bugalhos outros landes,
consoante cada qual,
há também que ter em conta,
equidistantes da ponta,
aqueles que desde logo,
estando fora do jogo,
são talvez, segundo creio,
por se encontrarem no meio,
os que inspiram mais receio:

são indivíduos ambíguos,
nem distantes nem contíguos,
que podem ser, afinal,
os veros... filhos da tal!

JCN

1 comentário:

Luiz Pires dos Reys disse...

Bem me parecia...
Fico grato ao tal e coiso, pela enviesada confirmação (o Jung é sempre de muita ajudinha, nestas e noutras coisas!)

É bom de ver é o ror de tempo que a criatura perde, a escrever sobre aquilo que mais diz que detesta.

Que seria do tal se não tivesse alfinetadas para dar! Finava-se de tédio, e de vez: tudo redunda em mero processo de sobre-vivência, portanto!

E agora, vou ver se faço alguma coisa de mais útil do que alimentar coisinhas de chacha, e passatempos de ampara-esqueletos.

Passar bem!
(O "coiso" agora vai imaginar talvez que sou brasileiro! Deixá-lo.)