O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 26 de maio de 2009

belavista

cada vez mais a vida natural é comandada pela vida política, à nascença somos condenados a um estado de inclusão/exclusão. o chamado 'sonho ammericano' torna-se cada vez mais distante. a construção de uma cidadania plena é a génese da exclusão, direitos humanos e de cidadania são quase opostos. construímos cidades com guetos para onde o poder soberano desloca o que não quer ver, a necessidade de exclusão como forma da sua sobrevivência.

29 comentários:

Laura disse...

... a necessidade de exclusão como principal fonte de alimento do ego, diria eu.

Anónimo disse...

belavista a da(s) nossa(s) cidade(s) interiores, Baal e que se reergam poderosas na energia do Amor! referes, e mt bem, a questão dos direitos humanos e cidadania como ideias democráticos que, mts vezes, não passam disso mesmo: ideias, sem praxis!e eis q a origem do mal surge como 'calcanhar de aquiles' em termos de religião...
tu, q és deus, o q propóes Baal? ;)
abraço

Anónimo disse...

desculpa as gralhas...

Anónimo disse...

concordo Madalena e alimento do ego pela ambição de poder, q vem desde os primórdios da Humanidade!!!

Anónimo disse...

madalena, não me parece que na génese esteja o alimento do ego,apesar de se ter tornado evidência.
fragmentus , a cidadania exclui nestes casos os direitos humanos, muitos dos habitantes da belavista não são considerados cidadãos, vê como lhes cercaram o bairro e lhes arrombam as portas, é a instauração do estado de sítio sem lei que o aprove.

Anónimo disse...

ah então a refª é mesmo ao bairro da belavista?ok ok ainda assim, a questão é algo q vem de dentro, da tal falta de edificação pelas bases da nossa cidade interior, concordas? se os alicerces forem os da harmonia e consolidação desses tais ideias demócráticos de justiça, igualdade, solidariedade, etc...não haveria indivíduos marginalizados e marginais (neste sentido, pk até somos marginais e marginalizados num outro sentido+profundo, creio eu...blá blá blá) , certo?

Anónimo disse...

Baal,

Cada vez mais há menos vida natural...

Muito importante o que trás aqui, baal. Não querer ver... ver e não querer...

Um abraço, Saudades

guvidu disse...

e alicerçando o "natura power", aqui vai algo interessante, Baal...(adivinha de quem é a autora?...not me)

http://nammu-pedradetoque.blogspot.com/2009/05/as-barcas-e-as-pedras.html

Nunca Mais disse...

Cada vez mais a vida natural é comandada pela vida política que cada vez mais é comandada pela vida económica que cada vez mais é comandada pela ignorância e pela avidez, ou seja, pela morte...

maltez disse...

Nunca Mais: quem se alheia da economia condena-se à morte, porque o mundo é economia. Defino economia como o mundo material e as trocas necessárias à sobrevivência, ainda que entre nós e um coqueiro numa ilha deserta.

Anónimo disse...

pois, mas economia sem a bela vista (não o bairro)de um coqueiro de luz e paz não faz mt sentido, ou faz?!... :)

maltez disse...

Benditas palavras de ternura. "Invejo-te".

Anónimo disse...

não 'invejes'...sempre podes tocar esse 'coqueiro'...és músico, não és? e ela é a linguagem universal e harmoniosa q já Platão tanto honrava :) namastê

baal disse...

fragmentus, só me lembro da velha frase 'nenhum homem é uma ilha', mesmo luminosa (bem,beleza)e com coqueiros de paz.
a realidade pode ser interior, mas o mundo é sempre exterior, mesmo que seja representação, interage.
saudades , obrigado, mas fico com a sensação que estou a ficar muito sério, o que me retira o prazer do engano.

Anónimo disse...

pois é, Baal, sempre irrevrente!hehe
somos fragmentos de ilha, e de (a)mar, de solidão e multidão...mas eu (utopicamente?!...) acredito na bela vista dos coqueiros de luz e paz ;) abraço

pielorusso disse...

Tudo é igualmente vazio: qual a diferença entre um monte de lixo e um coqueiro?

Anónimo disse...

a plenitude do olhar, ou melhor, do (re)pousar... :)

Anónimo disse...

e a diferença entre um assassino e um santo?

russo piela disse...

pergunta às vítimas de um e aos beneficiados pelo outro

a única diferença são os efeitos

Anónimo disse...

os efeitos de um intenção (de Mal e de Bem)...e com a intenção voltamos à exiologia e sua hierarquia...ao mundo actual e à racionalidade técnico-científica q impera, aliada ao consumismo...blá blá blá...temos a belavista e tantos outros bairros...e o melhor mesmo é cantarolar com os «macacos do chinês» - "rowling na reboleira" ;)

Anónimo disse...

axiologia (rectifico)

ruski pianets disse...

mas se tudo é vazio, não há assassino, não há santo, não há vítimas nem beneficiados... muito menos efeitos diferenciadores. Ou afinal tudo não é vazio?

Anónimo disse...

a realidade é q andamos de bolsos vazios! e não é ilusão!!! :/

desafragmentador disse...

fragmentus: libertemo-nos dessas «teias axiológicas» que fragmentam o âmago do nosso ser.

Anónimo disse...

aqui está o baal
em post crítico e original
na belasvista não queremos morar
e debaixo dum coqueiro queremos contemplar
yooo
estás vazio e pleno
sobretudo indisposto
toma "eno"
sobe de posto
eis a solução
e canta lá esta canção

(ehehhe...o rap da belavista...agora o maltez pode ajudar)

Anónimo disse...

'tá-se bem', anónimo
desfragmentei-me a rappar lol

protozoário disse...

por tudo ser vazio é que há acções e efeitos, experiências agradáveis e desagradáveis, o que não implica a existência de seres reais, em si e por si

A vacuidade não é o nada do niilismo

Anónimo disse...

baal,


como poderia ver o "meu bem desenganado" (Amália Rodrigues?!

Também acho. Muito sério, é um caso sério... A verdade é que é bem verdade. Há o exterior, claro...
E há os "bairros da belavista" que são o que sabemos, E há (o que ainda é pior) quem veja e queira ser cego) e cego não queira ver...

Socr(e)tinices e outros "enredos" de filmes...

Baal, O que é que os deuses revolucionários aconselham?


Um sorriso.

baal disse...

saudades, isto sim é de um deus revolucionário pensar antes do trabalho. existem tentativas para uma ontologia revolucionária actual, considero que ainda estão num processo de maturação,lembro negri em 'império', o conceito de multidão e a introdução da exploração do trabalho imaterial qúe actualmente se posicina com mais importante que o material e utilizando as armas(intelectuais),
pode combater o império do capital que se tornou global. para negri ir para além da modernidade significa ir para além das barreiras e das transce^ndências do eurocentrismo e indica a adopção definitiva do campo da imanência como único terreno terreno da prática da politica, é na multidão que se procura a democracia absoluta.
o problema, digo eu, é que isto é pouco marxista e contra as vanguardas políticas.
saudações revolucionárias (ri-te)