O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 28 de maio de 2009

O assassínio de Portugal-Inês

"É como se Patrício deixasse a mensagem cifrada de que esse Portugal-Inês, de vocação aberta ao exterior de si mesmo, perece às mãos dos que dirigem o destino do país, e quando os Pedros que a amam têm a faculdade decisória é já demasiado tarde, e encontram um cadáver que tentam em vão, demencialmente, reanimar. [...] É também, por outro lado - tanto em Patrício como em Pessoa - , a intuição de um Portugal cultural atávico, internalizado, expresso na poesia das artes e na permuta dos afectos, que não se revê na menoridade do Portugal político de rosto exterior e na miséria social que o estigmatiza; daí a alegoria do feminino: um Portugal como anima vilipendiada - alvo de assassinato como em Inês - por um animus ignaro, patriarcalmente tirânico, que não apreende a profundidade e o valor potencial do que castra"

Armando Nascimento Rosa, As máscaras nigromantes. Uma leitura do teatro escrito de António Patrício, Lisboa, Assírio & Alvim, 2003, pp.217-218.

54 comentários:

INE s disse...

Mestre, ainda não conseguiste responder-me à única pergunta que te fiz quando, pela primeira vez,entrei nesta terra.

O que é ter glória?

Anónimo disse...

a pergunta está mal formulada.

Mestre disse...

O que é ter?

Nunca Mais disse...

A nossa Inês-anima é morta todos os dias pelo nosso animus-D. Afonso IV. A nossa sensibilidade amorosa é morta todos os dias pela razão de estado do nosso ego. Mas o que este não vê é que está a castrar a fonte da sua própria vida.

Anónimo disse...

Mestre:

o que é ser glória?

Mestre disse...

Porque me chamas o que és?

Anónimo disse...

só se for o mestre dos loucos lol.

Anónimo disse...

e mesmo aí não chego aos calcanhares de muitos veros loucos que conheci.

pandeiro disse...

chegas aos teus calcanhares?

Anónimo disse...

lol que é isto? luzes apontadas directamente ao olhar? llololololol lindo. assim posso chamar-te mestre, pandeiro.

Anónimo disse...

já assassinaram o post, com o egocentrismo do costume

Anónimo disse...

verdade. da minha parte as minhas desculpas.

alentejana disse...

Não sei se aguento tanta agitação!
Demoraste um ano a dizer-me que a pergunta estava mal formulada.

DEFINE GLÓRIA!

(E por favor, sei que é difícil, mas os pandeiros que se calem!)

Quero meditar na resposta.

pião disse...

medeitar é a resposta

Anónimo disse...

alentejana:

a glória é indefinível.

Deitou-se e disse...

A filosofia é um comprovativo de ignorância.

maltez disse...

Carlos Couto dixit: a filosofia é uma lição de impoder.

Deitou-se: deito-me plenamente de acordo.

A vaidade e o querer ir além movem-nos para além do simples "não sei".

baal disse...

pião, sabes enrolar a guita, não te esqueças do nó na zona do bico, pareça uma conversa parva, mas para quem sabe lançar o pião não é.

A fingir de parva disse...

Lançar o pião para além do simples "não sei" percorrendo toda a universalidade da conversa parva até se quedar no nó na zona do bico... Assim acontece a quem procura saber mais do "não sei".

Ana disse...

E o assassínio de Portugal-Inês? Falam de tudo menos do que importa.

Morte anunciada disse...

O que é que tem? Está tão morta como Portugal.

Ana disse...

Nunca leste António Patrício? Não sabes que a saudade ressuscita os mortos e os vivos!?

descrente disse...

Acredito na ressurreição dos mortos. Dos vivos, não.

:) disse...

A glória é o amor e o amor é a glória.

:) disse...

não há alienação.
não há futilidade.
só actos de amor.

:) disse...

perde o medo da morte aquele que ama a vida e que ama em vida.

:) disse...

como deves viver? amando. amando o que verdadeiramente amas.

:) disse...

o homem é livre de escolher o seu fim, pelo meio que é a sua vida.

o homem é liberdade.
a liberdade é amor.

:) disse...

a vida nasce do amor, a vida vive em amor, a vida parte em amor.

:) disse...

o amor nunca é uno, mas sempre duplo.

:) disse...

o amor é a infinita conjugação dos amantes. os dois são amor e os dois juntos formam o amor. amor gera amor.

:) disse...

o amor é movimento, o movimento vem do amor, o tempo vem do amor, o amor é espaço e respiração.

:) disse...

o conhecimento é amor, a ignorância é amor, o sábio é amor, o ignorante é amor. o pobre é amor, o rico é amor, o esfomeado é amor, o farto é amor, o são é amor, o insano é amor, o esperto é amor, o burro é amor,

que existe? amor.

:) disse...

o não nascido é amor.
o nascimento é amor.
a vida é amor.
a morte é amor.
o passado é amor.
o presente é amor.
o futuro é amor.
o infinito é amor.
o finito é amor.
yin é amor.
yáng é amor.
o bem é amor.
o mal é amor.

:) disse...

o amor é a realidade última.
a realidade aparente é amor.
só há realidade última.
só há amor.
a mente é amor.
a consciência é amor.
o pensamento é amor.
o ódio é amor.

:) disse...

tudo se reduz ao amor e o amor reduz-se a tudo.

:) disse...

tudo é uno e tudo é duplo.
tudo é sujeito e tudo é objecto.
tudo é o mesmo e tudo é outro.
porque tudo é amor.
o amor movimenta.
o amor cria.
o amor direcciona.
o amor sustenta.
não há destruição.
a destruição é amor.

:) disse...

perguntas: como devo viver? (a pergunta perene que confere sentido a tudo)

respondo: amando o que verdadeiramente amas.

Grato pela explicação disse...

Ok, percebi: tudo é amor, logo nada é amor, o amor não existe. Obrigado.

Anónimo disse...

errado

só o amor existe
e tu podes escolherb

Romeu disse...

Quem verdadeiramente ama não fala de amor - Agostinho da Silva

Anónimo disse...

põe as coisas de outra forbma

se só tu existisses, não existias?

do mesmo modo

se só o amor existe o amor existe.

a menos que me expliques melhor essa tua ideia de algo que como é tudo não é coisa alguma

Anónimo disse...

"se te amo não tenho vergonha de o dizer" Quinta do Bill

Topas? disse...

Existir é ser diferente de outra coisa. Se só há uma coisa, nada tem de que se diferencie e logo não existe.

Se apenas eu existisse, nunca seria eu.

Anónimo disse...

topo e discordo.

terias consciência de ti. a cisão existiria em ti.

Anónimo disse...

sabes explicar-me por que existiria a cisão em ti e por que existirias ainda que só tu existisses?

Anónimo disse...

não és obmnisciente, ignoras-te e daí nasce a cisão, a que tu chamarias dualidade.

Anónimo disse...

que se segue?

que o que encontras no imo é a escuridão, treva, também chamada ignorância.

diz-me, em que se desvela a ignorância?

Anónimo disse...

em amor, a que chamarias êxtase.

Anónimo disse...

por isso é aquilo a que chamarias impermanente

Anónimo disse...

o amor é êxtase é acto contínuo para fora de si.

Anónimo disse...

aí tens o motor imóvel, como sabes

aquilo a que chamarias a fonte

ou o fundo sem fundo

embora fundo sem fundo implique já a total mobilidade

Anónimo disse...

e mais fundo não se vbai por palavras

ou vai?

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=QTxUwDGRHqw

ofeço-te uma oração

respeita-a