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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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35 comentários:
E há ainda o regionalismo, que é um nacionalismo local, sob a mesma premissa: isto é nosso. Naturalmente, o que é estranho é selvaticamente excluído.
Todos os ismos excluem.
Viva o nacionalismo e o narcisismo e todos os ismos que excluem e os espelhos e a selva e a palavra EGO!
E a demarcação de território e todas as tabuletas a dizer: DÁ DE FROSQUES!
Hoje acordei com os pés de fora!
parabéns lol
Quero deixar uma música de amor à Serpente:
http://www.youtube.com/watch?v=wy97lOwvECs
Louis Armstrong, All the time in the world.
a cultura europeia é uma cultura decadente e em decadência e desligada da terra e do primordial e das emoções mais simples e básicas, o amor pela terra.
é uma cultura artificial, dominada pela electricidade.
é uma cultura egoísta.
é nitidamente uma cultura nacionalista, a Europa como nação, imperialista, a Europa que se quer afirmar como império e tomar as rédeas do mundo.
é a cultura do trabalho sem sentido e da luta pelo dinheiro, em que impera a inimizade e a tramóia.
é a cultura da competitividade, da raiva e do uso dos nossos vizinhos e do usufruto dos seus bens e trabalho.
é uma cultura oportunista e de oportunistas e parasitária, como a cultura americana.
é essa a grande conquista do homem branco: não a ciência, não a filosofia, não as artes, mas o deboche, tal é a natureza do homem branco.
os poucos que escapam, escapam pela e só pela abertura às outras culturas.
a cultura ocidental é a cultura do lento suicídio.
uma cultura desligada do espírito, desligada do outro, virada para si mesma, virando-se para os outros pelo e só pelo interesse necessitário. É uma cultura fechada sobre si mesma e por isso condenada à implosão.
Virar-nos-emos para as outras culturas apenas para salvar o nosso couro?, mais uma vez por interesse?
Era já essa a crítica de Cristo aos que estavam no templo, é já essa a renúncia de Buda, é já esse o fim último dos Hindus, é já esse o ajoelhar e o canto místico e profundo dos Islâmicos. A renúncia ao mundo material, económico, o grito pelo coqueiro de luz, a lágrima pelo coqueiro de luz, a afirmação de que há algo mais, de que somos algo mais, de que algo mais é possível.
Mas o quê, senão a união de todos os povos, a afirmação de uma única civilização, a humanidade, sob a égide do espanto e entusiasmo pela diversidade de culturas?
Agora, que cultura cada um tem e aceita, é consigo. Nao podes deixar de aprender o que aprendeste, tem-lo na memória, mas nada nem ninguém te pode obrigar a adorar o país em que nasceste, mais do que os outros adoras, ainda que imaginariamente. Essa é a natureza de tudo o que li de Pessoa: imaginariamente tudo.
Mas o monólogo não é sobre ele, mas apenas uma crítica à cultura de superfluidade, a cultura eléctrica, mas deselectrizante, em que me insiro. Uma cultura que assim é de todo em todo aqui e agora.
Em que consiste a sua grandiosidade, senão em ecos do passado ou em críticas recensionistas do presente?
Por isso clamo o retorno ao primitivo, mas com internet lol.
Outros houveram e outrs ohaverão, depois de esta cultura fechada implodir.
Da minha parte, não quero mais desta cultura, desisto dela.
Sempre fui um desistente desta cultura e sempre serei um desistente desta cultura.
Vivendo nela, sou fora desta cultura, porque sou um místico, desde que me lembro de ser.
Por isso me emocionei com o texto do Sousa Tavares e com o texto dos índios.
Sim, também eu me imaginei pele vermelha, também eu, desconhecendo a cultura mexicana, me imaginei nas tribos mexicanas, também eu me imaginei nas Índias.
Abominável: bem podes crer, porque não papo mais desta cultura raivosa que me entristece todos mas todos os dias.
Já Russell dizia que um dos males do homem (terá dito branco?) é a competitividade.
É que sabes, não fui fadado para ela.
Música a ouvir neste momento solene: Kothbiro - que conheci no fantástico produto ocidental "O fiel jardineiro".
Boa noite a todos.
O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta é outros Houve, sendo "outros" o complemento (objeto) do verbo, não seu sujeito. A flexão indevida de Haver é muito frequente no Brasil, mas nunca ocorre quando o verbo se encontra no presente, só em outros tempos. Com efeito, ninguém diria Hão dificuldades, mas dizem, equivocadamente, Haviam ou Haverão dificuldades.
Atenção: se se tratar de locução verbal, o verbo auxiliar será afectado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular: Deve Haver mais candidatos, Poderá Haver outras exigências.
Note-se que o haver desta merda não é um haver bonito mas, sim, com ideias. Há uma diferença subtil. Bjs linda.
E desculpa-me dizer "merda" mas é o que mereces pela tua frieza... de resto tão característica do homem branco. A sua história poderia chamar-se "Uma ode ao meu umbigo", não existe sujeito só massa; devias ter lido o Singer com mais atenção. Desenraíza-te para te enraízares. Bjs, enraivecida.
Mas a tua frieza cura-se: basta que deixes de tratar todos por igual (discriminação positiva) e que tenhas em conta o contexto (pragmatismo). Uma equação simples. O passo 2 é deixares de ser sectária. O passo 3 - o mais difícil - é o vero respeito pelo princípio da igualdade. Tudo isto numa ontologia da vida e da morte. Naturalmente, tudo isto exige uma purga espiritual prévia e contínua, que se deverá manter actualizada pós PREC: um conselho: não te fies nos cristãos de hoje, porque não são veros cristãos - deixaram um amigo abandonado na rua numa cidade estranha.
Gostaste deste? olololololololololo eu gostei, falta-me só completar o processo de purga espiritual.
Maltez, tu não dormes? Dormir também é uma característica da cultura ocidental que repudias?
A purga, como dizia, é um processo de reflexão ética - a única verdadeira ética, somada à ética na acção.
Sabes como fazes? Usas a memória e analisas todos os comportamentos de que tenhas memória. No fundo, a tua relação com os outros, com todo e cada um.
A certa altura, sentirás culpa. Não te angusties com a lama; esta extinguir-se-á à medida que te fores pondo em prática os princípios inatos então já desocultos em ti.
Se não os conseguires racionalizar, não te apoquentes: sente-os, pois talvez pudesses saber que os sentimentos e as sensações são o fundamento de toda a ética, acrescentando-lhe o tempo a possibilidade de reflexão.
Talvez pudesses encarar o momento reflexivo como aquele em que vez tudo de ti em um, como que num pacote, como quando Krishna se desembrulha na miríade de seres que é; assim também tu descobrirás que és múltipla, embora encontres uma linha de comportamento, para lá dos humores, dos quais te deverás despejar (mas cuidado, não te constipes!).
O Paulo está a traduzir o «Bréviaire du Chaos» para português?
Para que os despejes, terás de envolvê-los numa lágrima (não te preocupes porque pode ser mental) e chorá-la para sempre, transformando assim a tua vida num hino à alegria, tua através dos outros: repara que os outros não são os teus, pois agora os teus são o homem do café, a empregada de limpeza, um estranho qualquer num sítio qualquer. Serás, então, verdadeiramente, uma louca de amor e efectivamente feliz.
Gato: já dormi.
Repara que as linhas acima meramente descrevem a analítica do processo, embora este seja contínuo, automático e inato - de facto como uma lágrima e como a alegria de quem dela se liberta. Naturalmente, à medida que fores sendo mais sagaz, espontaneamente identificarás em que fase do processo te encontras.
Se isto te parecer muito complicado, não te preocupes: dança. Beijinhos.
Nunca te cansas gato maltez?
De qualquer forma, agradeço todos os elogios. Se pudesse oferecer-te um presente, seria, com toda a certeza, uma esfregona!
hehehehehe :)
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