sábado, 2 de maio de 2009
Poder de Deus
Nos mosteiros, sinagogas e mesquitas
refugiam-se os débeis, temerosos do
Inferno. Mas aquele que experimentou
o poder de Deus, não cultiva no seu
coração as funestas sementes do medo
e da súplica.
-Omar Khayyam, Rubaiyat
Que poder de Deus é este de que nos fala Khayyam?
refugiam-se os débeis, temerosos do
Inferno. Mas aquele que experimentou
o poder de Deus, não cultiva no seu
coração as funestas sementes do medo
e da súplica.
-Omar Khayyam, Rubaiyat
Que poder de Deus é este de que nos fala Khayyam?
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8 comentários:
A liberdade do eu desagregado. A nossa própria futilidade e pouca importância.
Para um budista seria fácil dizer que é a sabedoria da vacuidade e a compaixão, a natureza de Buda... Mas será isso?
O que diz Omar Khayyam tanto pode ser certeiro como extremamente falacioso, por ser uma generalização. Quantos não estão nos mosteiros, sinagogas e mesquitas precisamente por experimentarem o "poder de Deus", seja lá o que for, e se haverem libertado ou se quererem libertar do medo e da súplica? E quantos não os evitam devido à recusa desse poder, de que buscam fugir refugiando-se na vida mundana? Que sabemos nós das motivações íntimas de cada homem?
Paulo, é isso: os nossos actos dependem da motivação que está por detrás. Eu posso ir a um local de culto, mas se a minha motivação for centrada no eu reforço mais a dualidade entre o mim e o outro e cultivo no coração medos e súplicas que encobrem o Encoberto. Todavia posso ir ao mesmo local de culto, mas com uma motivação não egocêntrica, não centrada na minha libertação mas sim na do outro (amigos e inimigos!), e desta forma estou a praticar um acto que purificará todos os véus que obscurecem o «poder de Deus», deixando de haver eu, Deus e outro.
Creio que este local de culto tanto pode ser um mosteiro, uma sinagoga ou uma mesquita como pode ser uma caverna, uma árvore ou até mesmo um campo de concentração (recordo-me de Viktor Frankl).
A sua última questão leva-me a perguntar o seginte: o que cada homem sabe das suas motivações íntimas? Creio que viver em ignorância é viver sem o conhecimento de algo que é inato em nós, creio, Pedro Nuno, que de-terminar esse algo inefável e infinito com conceitos é bastante redutor e fácil não sabendo de facto o que é Isso, creio que quem é ignorante desconhece as motivações que estão por detrás dos seus actos sendo este como um animal que é sacrificado pelo homem para deleite dos deuses, creio que esta ignorância leva-nos a ser permanentemente impermanentes, creio que todas estas crenças são aprisionam a Liberdade que há em todos nós.
Inteiramente de acordo.
li poesia de Khayam há mais de 20 anos. Saber que inteligência tão rica e polifacetada já existia há mais de mil anos explicou-me um pouco a possibilidade de Pessoa.
Que o conhecia tão bem quanto o admirava.
Os seus (de Pessoa)Raboyat, que li por acaso há menos tempo, provam isso.
Obrigado pela revelação
ler
Khayyam e
Rubaiyat
Pois eu acho que o Poder de Deus é o Amor.
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