Será o todo apenas a soma das partes?
Para mim, o todo é mais do que a soma das suas partes.
Se calhar não estou correcto. Muito provavelmente.
Mas parece-me ser demasiado limitativo que o todo seja apenas a soma das partes.
Se algo for criado a partir de uma parte, fará com que o todo seja ainda mais todo.
Ou seja, se uma parte evoluir, o todo que daí surgir será diferente daquele que apenas seria sem essa evolução.
II.
A minha intuição é que é precisamente isso que faz com que o universo não seja apenas um, mas uma multiplicidade de possibilidades intermináveis.
Cada possibilidade nova, abre-nos um universo dentro do universo.
III.
O mesmo tempo dá origem a vários espaços e até a desfasamentos dimensionais dentro do mesmo espaço e tempo.
Diferentes frequências que coexistem no mesmo espaço
Será apenas a soma das partes o todo?
3 comentários:
Um fractal apresenta um tipo especial de variância ou simetria que relaciona o todo com suas partes: o todo pode ser dividido em partes menores, cada uma delas como um reflexo do todo. Pense-se numa couve-flor: cada florículo pode ser desmembrado e é, em si mesmo, uma couve-flor. Os pintores, acostumados a observar a natureza de perto, já sabiam disso, sem esperar a ciência.
Mas, caro Vicente, não responde ao que pergunta...
Porque a minha visão assenta sobretudo em pressupostos científicos, permito-me a quebrar, ou tentar quebrar esses e outros dogmas com vista a dizer que um todo também só o é porque por partes é constituído. Quanto maior o todo por associação de partes menor será por distribuição das mesmas, quando fraccionado.
Esta, a sua pergunta, dá realmente que pensar!
E com geometria de fractais pelo meio, mais elucidados ficamos, ou não... :)
Mas a pergunta não está formulada para uma resposta rápida e despropositada, portanto... permita-me deixar a resposta em forma de questão.
O que obtém da adição, associação e ou distribuição de todo o infinitamente pequeno?
Um abraço, Vicente.
Será que a realidade se pode pensar em termos de todo e partes?
Vergilio,
realmente a questão procura uma reflexão poética.
Mas também permite algumas incursões pelo domínio da física de particulas.
Se considerarmos a possibilidade do bosão de higgs, e de reflectir neste nivel, note que a multiplicidade de formas de vida, que são incomensuráveis, aparece a partir da mais simples unidade. Por outras palavras, do um, não surgiu apenas mais do um mas também o dois. Certo?
Para além disso, também temos que considerar a "questão" da massa, porque sem massa, não haveria universo e, logo, nós também não seriamos.
Por fim, para ficar com uma pequena ideia, para mim a física e a filosofia estão na base de qualquer raciocinio. O português e a matemática são linguagens, os modos como expressamos esses saberes.
Se não for abuso, leia "Cartas frente ao Mar" em In-finito Azul.
(Por favor, desculpe a demora na resposta, mas estava atrapalhado com prazos de entraga para o doutoramento. Abraço).
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