O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Saudade


A Saudade é o tempo da eternidade. É flor sem chão. Cresce do céu, das águas primevas, da silente névoa. A sua fala é o verbo escuro do rio que passou além do tempo, e é já sombra ao contrário. Fulgurante essa água de dentro! Água tristeza, água mágoa, amor de canto, de dor e de vento. A Saudade não tem corpo e o jardim que toca, não é da terra nem do mar, e tem o sabor futuro de uma memória antiquíssima de ser.

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