Descosido o vestido media-lhe os silêncios
E descobria-lhe solares os seios onde poderia
Deitar a minha cabeça e quase roçar o universo
E talvez o mar viesse debicar
Entre o cais e a sede
A minha nuca enfim rasgada como rubro navio
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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4 comentários:
Belíssimo! Abraço grato
E quase espelhando 'Lunação' está... Anul-ação, e porque não, Anelação.
Obrigado Prof. Paulo Borges, que saudades tenho das suas aulas. que alento me dão as suas palavras. Que referência será sempre para mim. Um abraço
luís filipe pereira
Que maravilha perder-me nessa diccão, ler-te como zarpar na sonoridade: ancoradouro e rampa: "entre cais e sede"------
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