sábado, 25 de outubro de 2008
O Menino Jesus em mim, o Eterno Menino
"(...) ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo*
E que tudo vale a pena."
Alberto Caeiro
"Ah, que diversidade,
E tudo sendo. O mistério do mundo,
O íntimo, horroroso, desolado,
Verdadeiro mistério da existência,
Consiste em haver esse mistério."
Fernando Pessoa
Quando esquecemos que esse mistério existe, substituindo-o pelo conhecimento criado pela Humanidade, que afinal não é mais do que história, ou memória colectiva, pois já não pertence ao momento presente, deixa de haver o que viver... ao negar-se o mistério, nega-se a vida, pois ela compreende sempre algo mais do que possamos julgar - na sua infinitude de tempo e espaço. Apenas assumindo que o mistério é subjacente à vida, se vive:
ao renascer-se a cada momento...
"Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo..."
*Quando Alberto Caeiro diz que não há mistério no mundo, significa que o mundo é o próprio mistério, em contínua revelação.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo*
E que tudo vale a pena."
Alberto Caeiro
"Ah, que diversidade,
E tudo sendo. O mistério do mundo,
O íntimo, horroroso, desolado,
Verdadeiro mistério da existência,
Consiste em haver esse mistério."
Fernando Pessoa
Quando esquecemos que esse mistério existe, substituindo-o pelo conhecimento criado pela Humanidade, que afinal não é mais do que história, ou memória colectiva, pois já não pertence ao momento presente, deixa de haver o que viver... ao negar-se o mistério, nega-se a vida, pois ela compreende sempre algo mais do que possamos julgar - na sua infinitude de tempo e espaço. Apenas assumindo que o mistério é subjacente à vida, se vive:
ao renascer-se a cada momento...
"Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo..."
*Quando Alberto Caeiro diz que não há mistério no mundo, significa que o mundo é o próprio mistério, em contínua revelação.
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8 comentários:
Venha o que vier, o meu Amor será sempre maior.
Acabei de ler "outra vez"!!!! o guardador de rebanhos... por causa do Menino Jesus :).
Percebi, creio, a tua análise.
Lembro-me de outras onde este contraditório está bem patente...
"o Génio de Almada Negreiros manifesta-se em não se manifestar"
Se pensar que a natureza sempre foi um mistério para Fernando Pessoa, onde terá ele se incluído?
Que simboliza para ti esta criança, elo de ligação entre o seu interior (que habita onde eu vivo) e o mundo que o rodeia (tudo o que existe)...
Fiquei preso agora nesta ponte... como um burro no meio dela :)
Ok... vou dormir!!!
Adeus Vergílio,
Beijinhos Ana.
*e... Obrigado
O mistério manifesta-se... renovando-se sempre.
A ideia de ver o Homem como ser à parte da Natureza é inviável. Somos parte indissociável desse mistério...
A criança pode simbolizar a perfeita união entre Homem e Natureza... assim como a Natureza renasce espontaneamente de si mesma assim o faz a criança... representando o nosso Ser Original.
A noção de que o sagrado (secreto) é sinónimo de oculto e, portanto, incompatível com o que é manifesto, é um dos exemplos de como certos modos de pensar podem cegar...
Boas noites.*
Só mais uma..
É a estranha situação de que: é o nosso coração que nos mantém autonomamente vivos, ou seja, parece ser a Natureza que nos controla a nós, porém, também parece haver uma sincronização entre como ela nos controla e o que nós... queremos - não sendo esse nosso querer consciente.
Ao mesmo tempo :))... é sem fim...
é incrível como a Natureza, o nosso corpo, trabalha tão perfeitamente... tudo harmoniosamente sem qualquer reclamação, ou ganho em troca...
Isto é, a noção de que o Homem nasce para trabalhar não é coincidente com o facto de espelhar a Natureza, e espelhar não é fazer igual...
Apesar de... ainda o vidro estar a ser limpo... ;)
.Nasce para ser Poeta.
(o que se possa ver de errado no funcionamento do corpo -também no da Terra-... é nos "olhos da mente" que isso está sempre a ser visto...)
(da mente divorciada do corpo)
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