O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 13 de abril de 2009

pintura "La Nuit Espangnole, c.1922" by Francis Picabia

Devora-me, luz que gritas na sombra!

Ilumina-me estas mãos feitas de pedra;
sangra os meus versos de amor, e tão
somente neles, te deites para dormir.
Seguirei por estas linhas tortas,
para dançar junto à tua cintura;
dar-te-ei uma maçã, para abrirmos
num dia de Sol, e fecharei
todas as portas que a Morte abre
para receber o teu corpo.

poema Liliana Jasmim

4 comentários:

luizaDunas disse...

Boa Noite Liliana,

Gostei muito do apelo passional à luz. E da maçã.


Luz imensa deitada nos versos
maçã aberta,
corpos iluminados. Corpos amados,
versos na luz deitados.

Liliana Gonçalves disse...

:)

obrigada luiza

"versos na luz deitados"

Winston Churchill disse...

Belo poema muito melhor do que aqueles que citas

Anónimo disse...

Parabéns pelo poema. Também ficas bem sem aspas.