O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 24 de abril de 2009

No sem tudo deuses tornados

Enterneces o silêncio na escuridão em que estrelas dormem quedando tuas a tua doce voz que, num sussurrando sedada, infunde no vazio ante rubro regresso das jubilosas terras do nunca... o liberto brilho a trémula humana visão, no sem tudo deuses tornados do mundo por ti renascido. Por ti, por ti ilimita-se o dia a desocultar a ardente esperança de um eterno anoitecer, na táctil plenitude dos astros lágrimas teus, pulsantes em imenso adormecimento puro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Desertas as formas pulsam.

afhahqh disse...

Pulsantes se formam as desertas.