O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ryno

«O vento e a chuva cessaram, o zénite está sereno, as nuvens dissipam-se, o Sol, retirando-se, ilumina a colina com os seus derradeiros raios, o rio corre avermelhado da montanha ao vale. Doce é o teu murmurar, ó rio!, mas mais doce é a voz de Alpin, quando ele entoa o canto fúnebre. A sua cabeça pende com a idade e os meus olhos cavos estão rubros de chorar. Alpin, excelente cantador, porque é que na colina silenciosa, tu gemes como uma rajada de vento na floresta, como uma vaga numa praia remota?»

Goethe in Werther, Editorial Verbo, p.166.

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