O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 13 de janeiro de 2008

Do alto

O vento passa por entre as frestas das portas
A chuva cai forte e o frio entranha-se
Do alto desta vertiginosa montanha de ferro
O abismo é enorme, vasto como o mundo
Não se ouve voz humana, nem nada alumia
Apenas ecos, reflexos vítreos do tempo
Um silêncio latente em todas as sombras
Que revoltas de dor se libertam ao cair.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom poema ! Mais interessante porque menos humanista que os textos em prosa...