O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Ordinarice feminina" por João de Castro D'Aire

Oh ordinarice feminina!
Pudera eu conquistar-te, dama antiga!

Que por demais cintilam teus trajes balouçantes
Que ainda ruborizas se a ti me dou galante
Que por ti matraqueio cupido como dantes
Se tu não fosses tu, quão pútrida despida,
Tão oca, tão menina,
Minh' ordinarice feminina!

Dai-me honras desta dança, dalila dália dora
Plebeia cujo nome me aflora, ó se me aflora
Carente meretriz dos restos que além deitam fora
Minguante porque quis, chora, vá lá!, chora
Lábios rojos infectados
De ordinarice feminina!

Oh ordinarice feminina!,
Quiseras tu lavar-te, má mendiga!

Teus seios são já mamas, traseiro cabe ao rabo
Em vez de saberes ser, vais morrendo ao fim e ao cabo
Que era da Boa Esperança e agora a ver se acabo de
dizer-te o quanto ladras e cansas não descansas
barroca entrevada cuja registada é
Ordinarice Feminina!

14 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Antes rosas que cardo(osas)! JCN

João de Castro Nunes disse...

Ó filha, vai-te matar! JCN

João de Castro Nunes disse...

Que boa altura... para o dono das serpentes se levantar... deitado! JCN

João de Castro Nunes disse...

Para que serve a ordinarice... venha ela de onde vier?! JCN

João de Castro Nunes disse...

Tendo um dia o general Gomes da Costa passado pelo consulado de Portugal em Vigo, o respectivo cônsul, colhido de surpresa, convidou-o para o almoço da família, desculpando-se da sua frugalidade e até um tanto ou quanto ordinário, ao que ele prontamente retorquiu naquele seu jeito ordinarão: "Não se amofine, meu amigo: para ordinário... ordinário e meio!"

João de Castro Nunes

João de Castro Nunes disse...

Se quetres embarcar na ordinarice das mamas,,, tenws-me pela proa!

João de Castro d'Aire

João de Castro Nunes disse...

Repito o anterior comentário, sem gralhas:

"Se queres embarcar na ordinarice das mamas... tens-me pela proa!

João de Castro d'Aires

Anónimo disse...

Vacuuuiiidadeee!

João de Castro Nunes disse...

Ó Fausta! Faustinha da minha vida! Nada de triplicar as vogais! Nada de transformao o latim em latão! JCN

Anónimo disse...

Latim ou aquele blog há-de ser um corredor de morte!

João de Castro Nunes disse...

Como dizia Carlos V a Erasmo, "troque lá esse latim em miúdos"! JCN

João de Castro Nunes disse...

A maneira mais directa
de atacar a ordinarice
é usar a "arma secreta"
como aliás sempre disse!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Parece que a cardo(sa)... enfiou! JCN

João de Castro Nunes disse...

Eu tenho mais que fazer
do que aturar as serpentes:
nada me obriga a sofrer
a peçonha dos seus dentes!

JCN