O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Serenidade

Foto credit Sabatino
grazie

espreito por uma varanda de eternidade
e debruço-me em tons de azul
não sei se toco primeiro no céu, ou no mar
se me cansar, repousarei no monte que me espera
e quem sabe, serei também nuvem
essência etérea que a branco me reveste
traduzindo...serenidade

7 comentários:

rmf disse...

Na serenidade descansas e só aí encontrarás por fim o silêncio da alma; aí és Natureza, aí és tempo, aí és espaço, uno e infinito elemento, tu.

Beijos

Anónimo disse...

serenidade segundo Heidegger:
'...que tudo o que é integro só floresce quando o homem é igualmente ambas as coisas: exposto à interpelação do céu sublime e recolhido no abrigo da terra materna.!

Luiz Pires dos Reys disse...

Já quase "tudo" aqui foi dito, quer por FrAgMenTUS, essa alma de tão terno e profundo deslumbre na fina face das coisas e seu silêncio, quer pelos tão simprezes e sagazes olhares de Vergilio e de Baal.

Ousarei, pois, "acrescentar" tão só o sentir a árvore como o mais perfeito "símbolo" disso que ao homem, que se compraz em deter-se na "varanda de eternidade", "a branco se reveste" e se lhe mostra.

Anónimo disse...

Cara Fragmentus,

(Permita-me, com a sua amizade e com as suas palavras, traduzir o meu comentário, a minha serenidade...)

Sobre o azul me debruço
Por sobre a varanda da eternidade
Os tons de azul tocam do céu e do mar as trocadas pontas...
Serei cansaço se for.
Saberei que às nuvens
a essência descansa no etéreo
branco que me reveste de serena
serenidade...traduzida.

Obrigada, Saudades

guvidu disse...

ficou mt bonito, Saudades!

obrigada a si e a todos que, serenamente, me sorriram em tons azul :)

abraço de luz e paz

Liliana Gonçalves disse...

há aquele exercício, que embora possa parecer redutor...considero-o sublime

Se fosses...

Se fosses uma cor serias....?
Se fosses uma flor serias...?

(....)

Se fosses uma palavra serias serenidade

:)

associo serenidade a este fragmento de alma que vou colhendo nos versos

serás mais, muito mais...

mas a serenidade saiu deste poema para eu te a devolver de novo.

um abraço

guvidu disse...

Liliana, adoro esses jogos de psicologia q nos permitem auto-retratar, foi giro teres referido e, já agora, se fosse uma cor seria...branco, se fosse uma flor...rosa e quanto à nossa serenidade, que os seus fragmentos permaneçam como eternidade em nós!
um bj