O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

The Old Guitarist


pintura "The Old Guitarist" 1903, by Pablo Picasso

9 comentários:

Anónimo disse...

Liliana, gosto deste período azul da obra de Picasso. Há alguns largos anos pintei, tentando reproduzir o melhor que sabia, este quadro. Fiquei satisfeita com o resultado...
O que eu gosto também nesta pintura é a postura corporal do músico, todo entregue ao som...

Bela imagem, obrigada.

Abraço, Saudades.

Anónimo disse...

...e também a "mendicidade"... o abandono... a fragilidade...

bela.

Liliana Gonçalves disse...

Também gosto da postura, a face do rosto...e aquela "mendicidade", fragilidade e abandono aparente...

Anónimo disse...

Gosto do quadro e de vos ouvir assim, silentes, conversando baixinho sobre ele, e de escutar a música dele e a vossa.


Que bom chegara casa com medo e aqui ficar a escutar-vos.

Anónimo disse...

Que medo esse que a acompanhou até casa Isabel? (Desculpe andar assim, metida:) )

Anónimo disse...

Querida Tamborim,

medo de perder os que amamos pela doença, pela dor de os vermos sofrer.

Um sorriso, gostei também do poema que me fez sorrir por ter apreendido tão bem o que é universal na humanidade.

Anónimo disse...

Querida Isabel,
Isso é horrível e não há muito para o amenizar. Amor, esperança e força auxiliam sempre, bem como o não temer deitar um pedaço do fardo em quem nos queira bem, porque será de ajuda na labuta destas difíceis jornas.
Disponha.
Abraço grande,
Tamborim

Liliana Gonçalves disse...

Querida Isabel,

quantas vezes gostariamos de ter o sofrimento dos outros que amamos e vê-los sorrir, esquecidos do verde que às vezes amarga.

quantas vezes tudo nos parece desesperança

quantas vezes...quantas vezes...

mas lá algures no silêncio da noite, no suspiro da madrugada, no desenho dos pensamentos, ficámos quietos, encostados a um rochedo, procurando abrir o foco de luz algures...a vida ...a vida que se move arrastando a doença, a dor, a lembrança...e ali algures o agridoce dos momentos...daqueles momentos de felicidade...efémeros e tão eternos

Anónimo disse...

Queridas Tamborim e Liliana,

as vossas palavras tão ternas e o foco de luz que me escapava. Está tudo mais sereno e a vossa bondade, também ela, me aninhou no entrançado que as palavras puras tecem para os pássaros mais negros da alma. Aceitar e integrar na vida tudo. Agradeço-vos e guardo o que me disseram no amis puro de mim.

Envio um sorriso.