Extremo destino, falsa embarcação,
em que embarco, Canto,
leste verbo sem canção.
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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5 comentários:
Oh como saúdo este Holderlin mudo!Que traz o quase canto do silêncio! E voltou com uma paisagem que me leva daqui...daqui onde não quero estar nem ser. Bem haja...este registo que te fica tão bem...
...e nesse cinza voluptuoso escorrem-lhe veias de cores, arco-íris...
uma brisa
Caro Vergílio,
Deixe pegar-lhe nas palavras:
Barco em vela arrostada
Juncado extremo
Destino, embarcação
Falsa.
Canto de embarque
Canto leste
Verbo sem canção.
Dizer-lhe que saúdo, como aqui já foi dito, a música tão familiar ao meu ouvido dos seus contidos e profundos versos.
(Desculpe ousadia... Um abraço de Saudades)
Com as tuas palavras, que mais se parecem com torres-ilhas, Vergilio, sempre eu me vejo, não hesitante mas suspenso, entre o espanto e a surpresa ...
Para mim é este o melhor dos sinais, ainda que o não entenda, nem queira!
Abraço!
(Imaginei-te nuns quaisquer antípodas ... dos antiantípodas...)
Bela imagem, elegante e subtil na transmissão da mensagem.
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