O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Visão


Pendia a espada ao peito
e numa assombrosa eminência suspenso o punho era cristal desferindo brilhos de oculta luz. No escuro fundo, a folha embainhada.

6 comentários:

Anónimo disse...

Que fará de seguida este visionário viandante?

rmf disse...

A última inspiração antes do mergulho!

Amiga, um sorriso :)

Anónimo disse...

Nessa folha escreveria sem parar.

rmf disse...

Lá fora, quando tento espreitar, chove.
E o Sol?
Que importa...
Lá fora, se se insiste,
lá fora não existe.

luizaDunas disse...

Ah Tamborim, se o punho reluzente a lâmina escurece, a via será a de unir mão com ele. Quem diz mão, diz coração.


A espada não é sem pulso no punho, se se quer escrever nela.



Um sorriso ao mergulhador nocturno.

Anónimo disse...

Vergílio, fiquei de olhos perdidos nas janelas
de dentro ou de fora?

muito grata pelas palavras contemplativas