depois do bolo-rei comeram-se sardinhas
com as sardinhas um pouco de goiabada
e depois do pudim, para um último cigarro
um feijão branco em sangue e rolas cozidas
Pouco depois cada qual procurou
com cada um o poente que convinha.
Chegou a noite e foram todos para casa ler Cesário Verde
que ainda há passeios ainda há poetas cá no país!
8 comentários:
esse gajo era um pedofilo
e o teu professor da primaria?
Bem-haja por chegar, com o Vergílio a par da Liliana, à Serpente, os bons ventos da poesia portuguesa e não só. Que pena que sejam dados de forma pré-formatada nas escolas, de acordo com sebentas que não deixam saborear os frutos do espírito.
Frescos os ventos deste poeta e fresca e colorida a presença do Vergílio neste blogue. Que o preencha sempre com vivacidade e com o verdadeiro tumulto do espírito criador.
Onde há POEMA, felizmente nada mais se escuta. Nada mais de vê, nada mais é visível, tudo à volta deixa em nós a vaga sensação de nunca ter aparecido, como se fosse desde sempre desaparecido. E o melhor é que a vaga sensação é uma certeza.
O Poema permanecerá.
O que eu mais aprecio neste poema de Cesariny é o "burro que olhava para o mar", o único aliás que, ali, não precisa de ler poesia para ser poeta.
(Devo-te palavras, Vergilio, e muito silêncio entre elas, não estou esquecido!)
Abraço, amigo!
Ânimos serenados...
Companheiro, essa talvez a magia da contemplação. Sente-se.
No espaço e no tempo de não haver palavra mais que sucinta que os definam. Esse silêncio é o tal... onde n(O)s encontramos. Retrato sem paisagem, cantor sem voz, alma sem poeta, folha sem palavra.
Acabei de ler "os pobres" de Raul Brandão, prefácio de Guerra Junqueiro, mas ainda é cedo para me espraiar nessa costa :) ou espalhar, quem sabe?
Um abraço numa noite clara!
PS - não deves não!
"Esse silêncio é o tal... onde n(O)s encontramos." Assim é, Vergilio!
"Isso", a luz em nós nascente e "O poente que nos convém".
Abraço irmão, neste "burro que (também) olha o mar" das serranias!
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