quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Não no entendereis?
Fotografia Diane Arbus: Albino Sword Swaller at a Carnival- 1970
Como viver sem conhecer a dor,
mesmo que não seja essa a MINHA dor?
Como não oferecer a minha mão
para enxugar o suor da fronte,
daquele que perdeu, sabe-se lá como, sua mão?
Como se pode dizer que é só sonho,
o pesadelo que consome um irmão?
Como ambicionar reinos paradisíacos,
se tudo em volta se devora,
sem reconhecer na boca o sabor
da mesma carne, do próprio sangue?
Com não mergulhar em todos os infernos
sem beijar todos os demónios?
Como não desejar as pústulas
dessa carne dilacerada,
se são elas formosas papoilas,
se são elas verdes pastos, graças,
do poeta que nos apascenta
com os olhos verdes do seu coração?
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8 comentários:
Entendo, E MUITO BEM ...
redundante... vivendo.
esclarecedora... oferecendo.
ambíguo... o pesadelo.
ambição... falso reconhecer do Eu.
aventura... experimentando.
tentação... não desejar.
Se fosse possível uma resposta coerente a tanta dúvida, arriscaria esta, correndo o risco de ser leviano ou imcompreendido....
Vivendo, oferecendo o pesadelo, o falso reconhecer do Eu que experimenta a dor do desejo de uma faca espetada na garganta.
Riscos assumidos.
Um beijo em forma de agradecimento.
PS: Ana Margarida, benvindo seja o seu regresso! :)
Redenção, é só o que me vem.
Beijo, Ana.
A única que sei cantar:
http://www.youtube.com/watch?v=p7pAvbjChQM
Um texto com um coração que bate e sangue a correr-lhe nas veias, acompanhado com uma fotografia e uma grande Senhora.
Perguntar mais e afirmar menos foi o que aprendi com Sócrates. O caminho do meio; esse que me chama, o que eu procuro, aquele que anula infernos e paraísos, que desvenda uma nova ética activa e menos moralista; torna-se mais partilhado. A valência das perguntas é, apesar de já conterem em si a minha resposta, poderem ser sempre acrescidas e valorizadas pela combinação das vossas respostas. Obrigada por pensarem comigo.
Beijos para todos!
Parabéns!...Um abraço!...Com os braços de veludo das sombras.De qualquer modo, já não é Primavera!
Ai Ana, chegares assim à formosura das papoilas e aos campos verdejantes... (Quando a espada "se interioriza" - bondade de um gume, poder do outro - não há necessidade de "ambicionar" reinos paradisíacos.
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