O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 2 de março de 2008

Alguém escreveu:

"Encontro desejado, encontro arriscado: tirando as máscaras, como manter o baile, a sedução, o mistério ?..."

É assim tão difícil gostar das pessoas pelo que são, com as suas virtudes e defeitos, grandezas e misérias, beleza e feiura? Na sua banalidade? No seu lado terra-a-terra?

Já agora, gostar de nós mesmos pelo que somos e não pela fantasia que fazemos ou que os outros fazem de nós mesmos?

É preciso fazer da vida um constante baile de máscaras, um constante minuete, para que esta e as pessoas que a habitam tenha interesse?

Porque é que a realidade é assim tão assustadora?

3 comentários:

afhahqh disse...

Porque temos expectativas em relação às expectativas que têm de nós. É uma estupidez...

Anónimo disse...

Isso mesmo Nuno ! "É uma estupidez..."

JoanaRSSousa disse...

xô espectativas