O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 25 de março de 2008

Octávio Paz ...

"O sol dissolve a dualidade cara e cu, alma e corpo, numa única imagem, deslumbrante e total. Recobramos a antiga unidade e essa unidade não é nem animal nem humana..."

Certamente, um dos compinchas do Manuelinho;-) ...

3 comentários:

Paulo Borges disse...

Compreende-se que o diga, pois é mexicano. Mas não será o sol que recorta todas as aparências de dualidade ? Por isso Pascoaes lhe chamou o "esplendor da vulgaridade" e órficos e românticos escreveram hinos à Noite...
Enfim, luz e treva, sempre a dualidade...

Ana Margarida Esteves disse...

A noite esconde, dissolve, mas o sol abrasa, desfaz ...

Paulo Feitais disse...

E talvez dentro do sol exista uma noite mais profunda... Pelo menos o fitá-lo traz cegueira. E a luz levada ao seu excesso é escuridão...