O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 24 de março de 2008

Um post optimista?

Tudo o que possamos dizer ou escrever não altera em nada a nossa morte.
Tudo em que possamos crer não altera em nada aquilo que somos e a nossa morte.
Tal é a sorte!

Não, não é verdade que morremos e revivemos a cada momento - a morte é um acontecimento único na vida, do qual não podemos fugir. Se devemos viver centrados na morte ou, por outro lado, na vida? Respondo que nem numa nem noutra, mas no mundo fenoménico que, a cada momento, se nos apresenta e, de acordo com Espinoza, considerando a tristeza um mal ou defeito (eu, que outrora disse que o mundo era uma lágrima...), vivendo com alegria e felicidade.

Muitas pessoas perguntam: o que é a felicidade? É algo a curto ou a longo prazo? Não conheço o longo prazo e só conheço a felicidade no momento. Por isso digo, do alto da minha arrogante juventude, que a felicidade é o momento, encontra-se no momento... mas - pergunta o leitor - é momentânea? Tudo é momentâneo, meu caro leitor!

Aproveitemos enquanto podemos!

2 comentários:

Paulo Borges disse...

Para mim todo o optimismo é sempre pessimista: espera-se o melhor quando não se vê tudo como óptimo.

afhahqh disse...

O optimista é o que tende para o óptimo, em vez de para o péssimo, após vislumbrar os dois - ou será que só vislumbra o óptimo? Nem optimismo, nem pessimismo, viva o realismo!